A maior também na indústria

No úl­timo ba­lanço que pu­blicou na pá­gina elec­tró­nica de­di­cada à greve geral, a CGTP-IN re­a­firmou que esta «cons­ti­tuiu um marco his­tó­rico na luta dos tra­ba­lha­dores por­tu­gueses», con­si­de­rando-a «uma das mai­ores jor­nadas de luta até hoje re­a­li­zadas no nosso País e, se­gu­ra­mente, a maior greve geral re­a­li­zada neste sé­culo».

A cen­tral lembra que a luta de 14 de No­vembro «teve grande ex­pressão em todo o ter­ri­tório na­ci­onal e pa­ra­lisou a ge­ne­ra­li­dade dos trans­portes ter­res­tres, ma­rí­timos e aé­reos; en­cerrou mi­lhares de au­tar­quias, es­colas, hos­pi­tais e uni­dades de saúde; afectou o fun­ci­o­na­mento ou pro­vocou mesmo a pa­ragem dos ser­viços pú­blicos, como os tri­bu­nais, fi­nanças, se­gu­rança so­cial, es­ta­ções de cor­reios, SMAS ou a re­colha de lixo e os di­versos ser­viços da ad­mi­nis­tração cen­tral, re­gi­onal e local; teve im­pactos sig­ni­fi­ca­tivos nos sec­tores da banca e se­guros, co­mércio, can­tinas e re­fei­tó­rios, IPSS, co­mu­ni­cação so­cial e te­le­co­mu­ni­ca­ções e também em ac­ti­vi­dades cul­tu­rais, entre ou­tros sec­tores».

Mas o des­taque deste ba­lanço, também dis­tri­buído à co­mu­ni­cação so­cial, vai para o grande im­pacto na in­dús­tria, tanto no sector pri­vado como no sector em­pre­sa­rial do Es­tado. Para além da adesão dos tra­ba­lha­dores «em muitas cen­tenas de PME», são no­me­ados vá­rios exem­plos que «evi­den­ciam os efeitos desta gran­diosa greve geral em im­por­tantes em­presas in­dus­triais, de­sig­na­da­mente: Lis­nave (in­cluindo em­prei­teiros), Es­ta­leiros Na­vais de Viana do Cas­telo, Ar­senal do Al­feite, es­ta­leiros em Ta­vira; minas da Pa­nas­queira; EDP (Se­túbal, Va­lença, Sines, Chaves, Vila Real, Lisboa-Pa­lhavã), pi­quetes na Ama­dora, no La­ran­jeiro (Al­mada), em Loures, em Lisboa e na Fi­guei­rinha (Se­túbal), Ma­nin­dus­tria (Cen­tral de Sines), con­tact center em Seia; REN Atlân­tico, Eu­ro­re­sinas e cen­tenas de tra­ba­lha­dores de em­prei­teiros, no com­plexo de Sines; Delphi, Bosch e Fehst, Jado Ibéria, Lin­doso, FPS e Albra, Mafil (todas em Braga); Al­çada & Pe­reira, Tes­simax e Paulo Oli­veira (Co­vilhã); Co­bert Te­lhas e Ra­ções Acral (Torres Ve­dras); Huber Tricot, So­cori e Amorim Cork Com­po­sits (todas em Santa Maria da Feira); BA Vidro, Bol­lin­gaus e Gran­dupla (Ma­rinha Grande); Mul­ti­auto (Beja), Ca­e­tano Auto (ofi­cinas, Coimbra), Ca­e­ta­nobus (fa­bri­cação de car­ro­ça­rias, Vila Nova de Gaia), Re­nault Cacia (Aveiro), AIS Por­tugal (Mon­temor-o-Novo), Camo (Vila Nova de Gaia), Ro­bert Bosch (Lisboa e Abrantes), Fá­brica de Papel do Prado (Tomar), Alstom (Se­túbal), Vis­teon (Pal­mela), Pre­vinil (Vila Franca de Xira), Om­ni­obra (Loures), Exide (ex-Tudor, em Vila Franca Xira), Amarsul (Pal­mela), Va­lorsul (cen­tral em São João da Talha, Loures), Key Plas­tics (Leiria), Olympus (Coimbra), Ges­tamp (Évora e Vendas Novas), Fun­frap (Aveiro), Sakthi (Maia), Eu­ropac (Leiria e Al­bar­raque-Sintra), Fa­te­leva (Vila Franca de Xira), Pa­ra­celsia (Porto), Im­prensa Na­ci­onal Casa da Moeda (Lisboa), Udifar (Lisboa), Par­malat (Pal­mela), Hydro Alu­mínio Por­talex (Cacém, Sintra), Brow­ning (Viana do Cas­telo), Tan­quipor (Bar­reiro), Fle­xipol (Aveiro), Lal­le­mand Ibéria (Lisboa), Fun­dição do Rossio de Abrantes, Fima (Lisboa), Lim­per­sado (Se­túbal), So­co­metal (Vila Nova de Gaia), Saint-Go­bain Se­kurit (Santa Iria de Azóia), Trecar (São João da Ma­deira), Cen­tralcer (Al­verca), Unicer (Leça do Balio), Tempo-Team, Pa­ni­fi­ca­dora Apopol, Abri­gada (Alen­quer), Têx­til­minho, Groz Bec­kert, Car­veste (Bel­monte), Ropre, Be­noli, Da­none (Cas­telo Branco), RTS (Beja e Évora), Hos­pi­arte (Bom­barral), Marmoz (Évora), Me­talo-Nicho, Amorim Re­ves­ti­mentos (Oleiros), Agros, E. Cor­reia Brito, Ilma, Kraft, Cava, Pos­tejo, Pro­vimi (Ovar).

Vá­rios destes casos ti­nham sido re­fe­ridos na nossa edição da se­mana pas­sada, quer na co­mu­ni­cação de Je­ró­nimo de Sousa, quer nas in­for­ma­ções das re­giões (ver também a secção PCP).




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