«Truque de ilusionismo»
No dia em que perfez exactamente seis anos sobre o trágico acidente ocorrido na Linha Ferroviária do Tua, a 12 de Fevereiro, no qual três ferroviários perderam a vida, o Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) voltou, mais uma vez, como forma de homenagem às vítimas, deste e de outros acidentes, a confrontar o Governo com os problemas gerados pela construção da barragem, nomeadamente no Alto Douro Vinhateiro Património da Humanidade.
Recorda-se que aquele foi o primeiro de uma série de acidentes que serviriam de pretexto à desactivação de uma Linha de beleza ímpar, mas conflituante com a construção da Barragem do Tua.
Em Comissão Parlamentar, a deputada Heloísa Apolónia, do PEV, acusou mesmo o Ministério do Ambiente de «má-fé», por ser cúmplice do «truque de ilusionismo da EDP, ao aceitar, no momento actual, uma proposta de definição de âmbito dos possíveis corredores das Linhas de Alta Tensão, adiando assim a avaliação dos impactes da linha para depois da reunião do órgão máximo da UNESCO, a decorrer em Junho».
A ecologista questionou ainda o facto de as alterações ao projecto da barragem, conhecidas como projecto Souto Moura, não terem sido, também elas, sujeitas a estudo de impacto ambiental, e exigiu que a ministra Assunção Cristas remetesse urgentemente à Assembleia da República todos os documentos enviados à UNESCO.