Desemprego cresce em Gaia
Para a CDU em Vila Nova de Gaia, os números mais recentes do desemprego, revelados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), são «o espelho claro das políticas levadas a cabo por sucessivos governos do PSD, CDS e PS» e «consequência inequívoca do pacto de agressão assinado com a troika pelos mesmos partidos (PSD, CDS e PS)».
De acordo com os números do IEFP, Gaia apresenta, em Janeiro de 2013, 33 917 desempregados registados no Centro de Emprego (22,2 por cento), mais 568 do que em Dezembro de 2012 e mais 2490 quando comparado com o período homólogo de 2012. Destes, 4206 são jovens desempregados com menos de 25 anos, num aumento de 25,9 por cento em relação a Janeiro de 2012.
«Sabemos que estes números são inferiores aos reais, já que não se encontram contemplados os que, mesmo desempregados, não recebem subsídio, aqueles que não se encontram em formação e todos os outros que, por um qualquer motivo, foram “limpos” das listas do IEFP, mesmo mantendo-se desempregados», refere, em nota de imprensa, a CDU.
Nos últimos anos, este concelho foi fortemente fustigado pelo desemprego, com o encerramento/insolvência de várias empresas (como a Molin, Brax, Valsan, Cerâmica de Valadares, Paulo Mendes, StarBus e a recentemente anunciada GE Powers, entre muitas outras), e despedimentos (Grupo Salvador Caetano, Soares da Costa, Panrico, Falper, Rádio Popular, Cabelte).
A estes juntam-se as centenas de professores e profissionais da educação que, devido à implementação dos mega-agrupamentos escolares – decisão do executivo municipal – têm agora o desemprego como a porta mais próxima, os desempregados da administração pública, devido ao encerramento de serviços públicos e de proximidade, e os pequenos comerciantes.
Silêncio da Câmara Municipal
«A esta grave e preocupante realidade a Câmara Municipal responde com um quase absoluto silêncio, interrompido por poucas palavras de circunstância e com uma passividade e inacção cúmplices, assistindo ao desmoronar do aparelho produtivo deste concelho, sendo que as acções que toma são, muitas vezes, contributos para aceleramento desta destruição, como se pôde verificar no recente processo da Cerâmica de Valadares», acusa a CDU, que defende, em oposição, o incremento da produção nacional.
Neste sentido, a Coligação propõe «dinamizar o sector das pescas (com uma renovada frota de pesca e incremento das exportações neste ramo) e da agricultura, contribuindo para acabar com o défice alimentar», «dinamizar e revitalizar a produção industrial, nomeadamente siderúrgica, metalomecânica, electromecânica, eléctrica, química, metalúrgica, têxtil, entre outras», «fortalecer indústrias de alta tecnologia», «fomentar a investigação aplicada» e «integrar estas indústrias com um forte sector de transportes públicos, especialmente sobre carris e marítimo (aproveitando os recursos e as excepcionais condições do nosso país nesta área, com os meios e infra-estruturas adequadas que possam garantir a soberania do país neste domínio».
Os candidatos e activistas da CDU consideram ainda que devem ser tomadas algumas medidas imediatas de combate à pobreza, nomeadamente através do «aumento dos salários (incluindo o aumento do salário mínimo nacional – no imediato para 515 euros)», da «reposição efectiva dos cortes salariais e dos subsídios de férias e de Natal na Administração Pública», do «aumento das pensões, através de uma actualização extraordinária, com particular incidência nas pensões mais baixas (aumento este que não pode ser inferior a 25 euros)», do «alargamento do acesso ao subsídio de desemprego e aumento da sua duração e dos seus montantes» e da «reposição do abono de família retirado às crianças pelas alterações efectuadas pelo anterior e pelo actual Governo».