Ofensiva anticomunista na Hungria

O Par­tido Co­mu­nista Ope­rário Hún­garo viu-se for­çado a mudar o seu nome para Par­tido Ope­rário Hún­garo, em con­sequência de uma lei apro­vada em No­vembro que proíbe a uti­li­zação de de­sig­na­ções re­la­ci­o­nadas com os «re­gimes au­to­ri­tá­rios do sé­culo XX».

A lei, que en­trou em vigor no início do ano, in­clui na ca­te­goria de «re­gimes au­to­ri­tá­rios» a di­ta­dura fas­cista de Fe­renc Sza­lasi, ins­tau­rada entre Ou­tubro de 1944 e Abril de 1945, bem como todos os go­vernos entre 1948 e 1990, que pro­mo­veram a cons­trução do so­ci­a­lismo.

De fora, sig­ni­fi­ca­ti­va­mente, ficou a di­ta­dura de Mi­klos Horthy (1919 a 1944), que se aliou à Ale­manha nazi e com­bateu ao lado das tropas hi­tle­ri­anas, de­sig­na­da­mente na in­vasão da União So­vié­tica.

A lei impôs a mu­dança de nome de 43 ruas Lé­nine, 36 ruas Karl Marx e seis ruas Es­trela Ver­melha. O mesmo acon­te­cerá às 44 ruas Li­ber­tação, que as­si­na­lavam a der­rota da Ale­manha nazi, e às 53 ruas Endre Sag­vari, co­mu­nista hún­garo as­sas­si­nado em 1944 pela po­lícia fas­cista. De­sa­pa­re­cerão ainda todas as ruas com re­fe­rência ao Exér­cito Po­pular, Frente Po­pular e Re­pú­blica Po­pular. A co­nhe­cida Praça de Mos­covo em Bu­da­peste foi re­cen­te­mente re­no­meada.

No seu 25.º con­gresso, re­a­li­zado a 11 de Maio, em Bu­da­peste, os co­mu­nistas hún­garos adop­taram um novo nome. To­davia, como su­bli­nham numa nota di­ri­gida a todos os par­tidos co­mu­nistas e ope­rá­rios do mundo, «a mu­dança de nome do par­tido não sig­ni­fica ne­nhuma mu­dança po­lí­tica ou ide­o­ló­gica. Que­remos con­ti­nuar a nossa luta aberta contra o ca­pi­ta­lismo e não ser for­çados a en­trar na clan­des­ti­ni­dade. Por isso, o con­gresso al­terou o nome do par­tido (…), não os nossos prin­cí­pios. Con­ti­nu­a­remos a ser um par­tido mar­xista-le­ni­nista e co­mu­nista em luta contra o ca­pi­ta­lismo».



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