Cofinca promete pagar
Ao fim de uma semana de greves parciais, pelo pagamento dos salários em atraso e por garantias quanto ao futuro da empresa, os trabalhadores da têxtil Cofinca, em Vila Verde, decidiram na segunda-feira retomar a laboração, porque a administração assumiu o compromisso de usar, para abater na dívida, as receitas que provierem da encomenda pendente.
Carla Cruz, deputada do PCP eleita pelo distrito de Braga, esteve nesse dia mais uma vez com o pessoal da Cofinca, a quem deu conta de uma pergunta do grupo parlamentar do Partido dirigiu ao Ministério da Economia e do Emprego, e da resposta insuficiente do Governo. Numa nota da Comissão Concelhia de Vila Verde, o PCP classifica como «expoente máximo da exploração» o pedido da administração para que a produção fosse retomada, sem garantias de pagamento de salários. A luta travada «já deu resultado», porque a empresa teve que recuar nesta intenção.
A União dos Sindicatos de Braga, numa nota emitida após o seu coordenador se ter deslocado à Cofinca, na sexta-feira, realçou a «grande força, união e determinação» que os 260 trabalhadores têm demonstrado. Joaquim Daniel destacou que a luta «é pelo trabalho, pela produção nacional» e reclamou intervenção urgente do Governo, para evitar mais encerramentos e mais destruição de emprego no distrito.
Madeira
O Governo Regional tem que intervir para salvar a ILMA (Indústria de Lacticínios da Madeira), defenderam na sexta-feira vários trabalhadores e uma dirigente do Sindicato da Indústria Alimentar do Centro, Sul e Ilhas, da CGTP-IN, após uma reunião na direcção regional do Trabalho, na qual a administração da empresa não compareceu.
Com mais de seis meses de salários em atraso, aos seus cerca de 60 trabalhadores, aos quais impôs regimes de lay-off sem prévia aprovação da Segurança Social, a ILMA tem elevadas dívidas e enfrenta um pedido de insolvência, mas também tem a receber de fornecedores, entre os quais o Executivo de Alberto João Jardim e do PSD, explicou Maria José Afonseca. Citada pela agência Lusa, a dirigente sindical chamou a atenção para as dificuldades que os trabalhadores estão a viver e manifestou receio de que se concretize a insolvência.
Os trabalhadores da empresa Jorge Sá, que trespassou nove supermercados para o braço retalhista da Sonae, decidiram anteontem aguardar até 11 de Junho, para obterem garantias de salvaguarda dos postos de trabalho. Um dirigente do Sindicato do Comércio da Madeira (Sitam) disse à Lusa que há quem tenha salários em atraso há dez meses e que não está a ser cumprido o compromisso de manter os postos de trabalho, constante do plano de recuperação que enquadrou a compra dos estabelecimentos pelo Modelo Continente.
Algarve
A ameaça de encerramento da loja Intermarché de São Bartolomeu de Messines, no concelho de Silves, que implicará o despedimento coletivo dos seus 21 trabalhadores, foi contestada no dia 15, numa concentração junto ao estabelecimento, na qual compareceram também o presidente da Junta de Freguesia e alguns populares, apesar da chuva que caía nessa altura. A situação motivou uma pergunta do deputado do PCP por Faro, Paulo Sá, ao Governo, sobre medidas para defender os postos de trabalho e os direitos dos trabalhadores e sobre eventuais apoios públicos concedidos ao grupo Mosqueteiros, que detém o franchising.