Beja, Portalegre e Évora

Firmeza e confiança no Alentejo

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Em Beja, o im­pacto da greve geral fez-se sentir com grande força no sector pú­blico, o maior em­pre­gador do dis­trito.

Na ad­mi­nis­tração local a adesão foi mas­siva. Na con­cen­tração con­vo­cada pela União dos Sin­di­catos de Beja, Vasco San­tana, co­or­de­nador do STAL, falou mesmo na maior adesão de sempre dos tra­ba­lha­dores das au­tar­quias, com a quase to­ta­li­dade das câ­maras mu­ni­ci­pais a re­gistar ní­veis de adesão muito acima dos 90 por cento e pra­ti­ca­mente todos os seus ser­viços en­cer­rados. A forte ex­pressão da greve geral na ad­mi­nis­tração local re­gistou-se também na As­sem­bleia Dis­trital e na mai­oria das juntas de fre­guesia.

No sector da Saúde a greve teve grande im­pacto com ní­veis muitos ele­vados de adesão junto de en­fer­meiros e au­xi­li­ares, num re­gisto que ul­tra­passou os 70 por cento no Hos­pital de Beja. No Hos­pital de Serpa a adesão foi de 100 por cento.

Nas es­colas a adesão do pes­soal não do­cente foi igual­mente muito ex­pres­siva, com vá­rios es­ta­be­le­ci­mentos de en­sino en­cer­rados, sendo um dos exem­plos mais sig­ni­fi­ca­tivos a Es­cola Se­cun­dária de Moura onde, pela pri­meira vez, ne­nhum dos tra­ba­lha­dores não do­centes com­pa­receu ao ser­viço.

Outra re­a­li­dade foi o en­cer­ra­mento de ser­viços de fi­nanças, se­gu­rança so­cial, tri­bu­nais e ou­tros ser­viços da ad­mi­nis­tração pú­blica cen­tral em vá­rios con­ce­lhos do dis­trito, onde também se re­gistou per­tur­ba­ções nos trans­portes, na dis­tri­buição postal e o en­cer­ra­mento de vá­rias agên­cias ban­cá­rias, assim como o fecho de in­fan­tá­rios em di­versas lo­ca­li­dades.

Pa­ra­li­sação

Em Por­ta­legre a greve geral pro­vocou a pa­ra­li­sação «quase total» dos ser­viços pú­blicos, o que acon­teceu pela pri­meira vez na­quela ci­dade alen­te­jana. No Hos­pital de Por­ta­legre a adesão rondou os 81 por cento, e no de Elvas os en­fer­meiros, au­xi­li­ares e téc­nicos de saúde ade­riram a 100 por cento.

En­tre­tanto, nos con­ce­lhos de Alter do Chão, Ar­ron­ches, Avis, Cas­telo de Vide, Crato, Ga­vião, Marvão, Nisa, Ponte de Sor e Por­ta­legre não houve re­colha de lixo.

Na área da Edu­cação os agru­pa­mentos de es­colas de Cas­telo de Vide, Ga­vião, Por­ta­legre, Campo Maior, Ponte de Sor, Ar­ro­ches, Avis e Fron­teira não abriram portas, acon­te­cendo o mesmo nou­tros es­ta­be­le­ci­mentos de en­sino no dis­trito.

De­ter­mi­nação

De igual forma, em Évora, es­colas e ser­viços pú­blicos e mu­ni­ci­pais es­ti­veram en­cer­rados ou a fun­ci­onar a «meio gás». Também o sector pri­vado foi afec­tado, tendo a Ges­tamp, em Vendas Novas, tido uma adesão de 100 por cento. A Kemet, em Évora, teve uma adesão de 90 por cento no sector MNO2, a Me­talo-Nicho, em Ar­rai­olos, 70 por cento, e a em­presa de már­mores An­tónio Bento Ver­melho, em Vila Vi­çosa e Borba, 98 por cento.

«Trata-se de uma grande greve geral e uma for­tís­sima res­posta dos tra­ba­lha­dores, quer do sector pri­vado, quer do sector pú­blico», va­lo­rizou João Dias Co­elho, da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral do PCP, adi­an­tando, pouco pas­sava das 9 horas, que na Ges­tamp, um grupo in­ter­na­ci­onal de­di­cado ao de­sign, de­sen­vol­vi­mento e fa­brico de com­po­nentes me­tá­licos e con­juntos para au­to­mó­veis, em Vendas Novas, houve uma adesão de 100 por cento, assim como na Co­o­pe­ra­tiva de Con­sumo de Borba.




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