Aldeia no Reino Unido é foco de polémica

Protestos travam «fracking»

Activistas ambientalistas e população da aldeia de Balcombe, a 30 quilómetros a Sul de Londres, resistem, há quase um mês, ao avanço da prospecção de gás de xisto na região. 

População de Balcombe enfrenta petrolífera

As acções de protesto iniciaram-se a 25 de Julho, quando a companhia de energia Cuadrilla Resources Ltd começou a instalar num campo próximo da aldeia de Balcombe, equipamentos de perfuração com vista à exploração de gás de xisto.

Durante cerca de três semanas, os manifestantes realizaram consecutivos bloqueios de estrada, procurando impedir o acesso de camiões carregados com equipamento.

Indiferente à vontade da população, que nem sequer foi consultada sobre o polémico projecto, a companhia mobilizou um forte dispositivo policial para forçar a passagem das viaturas e realizar os seus planos.

Porém, o número de manifestantes rapidamente passou das dezenas para as centenas, parte dos quais assentaram acampamento e vigiam dia e noite o acesso ao local das prospecções.

Por fim, na sexta-feira, 16, um porta-voz da empresa anunciou a suspensão temporária das perfurações, evocando motivos de segurança levantados pela própria polícia, que receia as ameaças de acções directas, designadamente a invasão do campo, por parte de alguns grupos de activistas acampados.

Este recuo surgiu na véspera de um agitado fim-de-semana, em que milhares de pessoas afluíram à pequena localidade em solidariedade com a população. No domingo à tarde, mais de mil pessoas concentraram-se na estação de caminhos-de-ferro de Balcombe, de onde partiram em desfile para o campo de perfuração, juntando-se aos mais de 800 acampados.

Na busca de lucro

O polémico método de extracção de gás ou petróleo de xisto não é uma descoberta recente. A sua crescente difusão nos últimos anos está ligada à subida dos preços do petróleo, que tornou rentável esta exploração. Bastaria que a cotação do ouro negro voltasse a cair para que milhares de campos de xisto fossem abandonados pelas companhias, deixando um rasto de devastação.

O método consiste em criar fracturas («fractures» em inglês, donde a palavra «fracking») nas rochas para que o gás armazenado no seu interior possa ser libertado.

Esse efeito obtém-se injectando água misturada com produtos químicos e areia a centenas ou milhares de metros de profundidade. A alta pressão do fluido abre fracturas nas rochas de xisto, unindo os depósitos de gás até então isolados uns dos outros. O gás natural pode assim ser bombeado para a superfície.

Todavia, este método pode contaminar lençóis freáticos, devido aos químicos utilizados. Por outro lado, a água que é bombeada com o gás constitui também uma fonte de poluição já que pode transportar metais pesados e substâncias radioactivas, resíduos que as estações de tratamento não conseguem remover.



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