PCP condena escalada de ameaças à Síria

Travar a mentira e a guerra

«O PCP con­dena ve­e­men­te­mente a pe­ri­gosa es­ca­lada das ame­aças de guerra contra a Síria por parte dos go­vernos dos EUA, França e In­gla­terra e dos seus ali­ados na re­gião do Médio Ori­ente», su­blinha-se em nota di­vul­gada ontem.

O novo surto be­li­cista é ex­pressão do apro­fun­da­mento da crise ca­pi­ta­lista

No texto, o Par­tido alerta que, «a con­cre­tizar-se uma agressão mi­litar di­recta das po­tên­cias im­pe­ri­a­listas e da NATO contra a Síria», esta será «não apenas o co­ro­lário da guerra en­co­berta que há muito de­sen­ca­de­aram» mas «uma aven­tura de con­sequên­cias im­pre­vi­sí­veis», cons­ti­tuindo «um novo salto qua­li­ta­tivo no des­res­peito pelo di­reito in­ter­na­ci­onal e pela so­be­rania dos povos» e uma afronta de­li­be­rada «aos prin­cí­pios (…) con­sa­grados na Carta da ONU», subs­ti­tuídos «pela lei da força e da guerra».

«O PCP, re­a­fir­mando a sua po­sição de frontal con­de­nação do uso de armas de des­truição em massa, sa­li­enta que é im­pos­sível ig­norar o longo his­to­rial de de­sin­for­mação, fa­bri­ca­ções e men­tiras que têm ser­vido de pre­texto para as guerras im­pe­ri­a­listas, seja no Afe­ga­nistão, no Iraque, na Ju­gos­lávia ou na Líbia. Como con­si­dera ser igual­mente im­pos­sível ig­norar o longo his­to­rial de crimes co­me­tidos por bandos ter­ro­ristas ar­mados, trei­nados, fi­nan­ci­ados e ao ser­viço das po­tên­cias im­pe­ri­a­listas - como aqueles que têm exe­cu­tado no ter­reno a agressão contra o povo sírio – que têm ser­vido também para a cri­ação de pre­textos e con­di­ções que visam fa­ci­litar o de­sen­ca­de­a­mento de agres­sões im­pe­ri­a­listas di­rectas», adi­anta-se ainda.

Neste con­texto, o Par­tido con­si­dera «ne­ces­sário o apu­ra­mento cabal dos factos», chama a atenção para «a gra­vi­dade de se vei­cular ou aceitar acri­ti­ca­mente uma cam­panha de ma­ni­pu­lação», e re­gista «as re­pe­tidas de­cla­ra­ções do go­verno sírio, que nega ca­te­go­ri­ca­mente qual­quer ataque com armas quí­micas», assim como «as de­cla­ra­ções de di­versas au­to­ri­dades in­ter­na­ci­o­nais sobre a exis­tência de in­dí­cios que atri­buem a uti­li­zação de armas quí­micas (...) aos cha­mados “re­beldes”».

Sem au­to­ri­dade

«As po­tên­cias im­pe­ri­a­listas que hoje se dizem cho­cadas (...) têm um longo his­to­rial de uti­li­zação de armas quí­micas, bi­o­ló­gicas e mesmo nu­cle­ares contra po­pu­la­ções civis», lembra também o Par­tido, para quem «é uma ina­cei­tável hi­po­crisia que di­ri­gentes dos EUA, França ou In­gla­terra in­vo­quem este ar­gu­mento para de­sen­ca­dear mais uma guerra de agressão». A au­sência de au­to­ri­dade por parte do im­pe­ri­a­lismo ma­ni­festa-se, igual­mente, nas «con­sequên­cias das an­te­ri­ores guerras im­pe­ri­a­listas, muitas delas de­sen­ca­de­adas in­vo­cando pre­textos “hu­ma­ni­tá­rios”».

Sa­li­en­tando «o papel des­ta­cado que a so­cial-de­mo­cracia tem de­sem­pe­nhado na pro­moção ac­tiva das mais vi­o­lentas agres­sões do im­pe­ri­a­lismo, con­fir­mado, uma vez mais, pelas po­si­ções do go­verno “so­ci­a­lista” francês ou pelas de­cla­ra­ções de res­pon­sá­veis do PS re­la­ti­va­mente à Síria», e exi­gindo que o Go­verno Por­tu­guês «se dis­tancie da ac­tual es­ca­lada e chan­tagem be­li­cistas», o PCP ad­verte que «as ver­da­deiras ra­zões das in­fin­dá­veis agres­sões mi­li­tares im­pe­ri­a­listas nada têm que ver com as le­gí­timas as­pi­ra­ções dos povos (…), antes re­sidem no ob­jec­tivo de re­co­lo­nizar o pla­neta e desde logo essa re­gião ful­cral de re­servas ener­gé­ticas que é o Médio Ori­ente, bem como as­se­gurar - através da des­truição su­ces­siva dos Es­tados so­be­ranos com uma his­tória de re­sis­tência à do­mi­nação im­pe­ri­a­lista na re­gião - a im­pu­ni­dade re­gi­onal do im­pe­ri­a­lismo e de Is­rael e da sua po­lí­tica de ter­ro­rismo de Es­tado e ocu­pação da Pa­les­tina».

Lutar pela paz

«O novo surto be­li­cista do im­pe­ri­a­lismo é ex­pressão dos pe­rigos que se avo­lumam com o apro­fun­da­mento da crise es­tru­tural do ca­pi­ta­lismo. Pe­rigos que obrigam a lem­brar mo­mentos ne­gros da His­tória mun­dial em que o sis­tema ca­pi­ta­lista re­agiu à sua crise através do re­curso ao fas­cismo e à guerra», alerta-se na nota antes de se apelar «ao re­forço no nosso País da luta pela paz, contra o im­pe­ri­a­lismo e a guerra».

 



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