Centenário de Álvaro Cunhal

Iniciativas em todo o País... e não só

As comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal dão o mote para inúmeras iniciativas em todo o País (e no estrangeiro) em torno da sua vida, pensamento e luta.

O pensamento de Álvaro Cunhal tem flagrante actualidade

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Bragança recordou, no dia 10, a última passagem de Álvaro Cunhal pela cidade: estava-se então a 20 de Fevereiro de 1997 e Álvaro Cunhal participava na primeira conferência «Das Componentes do Valor Estético e seu Valor na Sociedade», a primeira de entre várias que haveria de proferir no âmbito do lançamento do seu ensaio «A Arte, o Artista e a Sociedade». Na edição de 27 desse mês, o Avante! noticiava essa conferência, realizada no auditório central da Escola Superior Agrária.

Agora, esse mesmo auditório acolheu uma sessão pública que contou com as intervenções de João Sobrinho Teixeira, presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Jaime Toga, da Comissão Política do Comité Central do PCP, e do escritor e dramaturgo Domingos Lobo. O primeiro dos oradores frisou o papel do Instituto Politécnico de Bragança na promoção dessa histórica conferência de 1997, enquanto que o dirigente do PCP enquadrou na actualidade o pensamento e a luta de Álvaro Cunhal. Já Domingos Lobo expôs e detalhou o multifacetado percurso criativo de Álvaro Cunhal, desde a sua vertente pictórica à literatura, sempre centrado na luta pela emancipação dos trabalhadores e do povo português.

A sessão terminou com a declamação, por Domingos Lobo, de dois poemas alusivos à luta de Álvaro Cunhal, um da sua autoria e outro de Maria Eugénia Cunhal. Junto ao local da sessão estava patente uma exposição evocativa da vida, do pensamento e da luta do histórico dirigente comunista.

 De Norte a Sul

No dia 10, mas em Vila Real de Santo António, teve lugar um almoço evocativo do centenário de Álvaro Cunhal, promovido pela Comissão Concelhia do PCP, que juntou na zona industrial dezenas de militantes e simpatizantes comunistas. Antes, realizou-se um desfile na Avenida Álvaro Cunhal, onde Vasco Cardoso, da Comissão Política, proferiu algumas palavras sobre o percurso do dirigente histórico do PCP, antes e após a Revolução de Abril, e sobre a necessidade de se dar continuidade, hoje, à luta que o Partido sempre travou em defesa da liberdade e dos direitos dos trabalhadores e do povo. No mesmo concelho, esteve patente uma exposição evocativa, na biblioteca municipal, local onde decorreu também a apresentação da Fotobiografia. As comemorações do centenário ficaram ainda marcadas pela pintura de um mural na Avenida da República, uma das principais artérias deste concelho algarvio.

No passado dia 9, a Direcção da Organização Regional do Porto do PCP levou a cabo uma iniciativa pública no Clube dos Fenianos Portuenses, inserida nas comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal. Partindo da projecção de um vídeo feito com base nos arquivos regionais do PCP relativos às deslocações que Álvaro Cunhal fez ao Norte do País entre 1974 e 1984, foi abordado o contributo do mesmo para a defesa dos trabalhadores, a liberdade e democracia.

Na Moita, realizou-se no sábado, 16, um almoço comemorativo no Pavilhão Municipal. As mais de meia centena de pessoas presentes escutaram a intervenção de Carlos Bucho, do Comité Central, que realçou os aspectos mais significativos da vida de Álvaro Cunhal e destacou a actualidade do seu pensamento para a luta que o povo português trava pelo progresso e pela soberania. 


Evocação passa fronteiras

A evocação do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal não se confina às fronteiras do País que o viu nascer e a cuja liberdade e progresso dedicou toda a sua vida. Para além da inauguração de uma exposição no Parlamento Europeu (ver página 20), estas comemorações têm expressão em diversos países, sobretudo (mas não só) a partir da iniciativa das organizações do PCP.

Nos dias 16 e 17, teve lugar um fim-de-semana dedicado ao centenário, no Palácio de Congressos de Nanterre, em França. A evocação, promovida pela associação «Cercle Álvaro Cunhal», contou com a presença de uma centena de pessoas, e constou, no sábado, da inauguração da exposição «Vie, Pensée et Lutte», da apresentação da Fotobiografia (a cargo de Manuel Rodrigues, do Comité Central) e de um debate sobre a emigração portuguesa dos anos 60 e 70 do século passado. No domingo, realizou-se um debate sobre a herança intelectual de Álvaro Cunhal, com intervenções de Manuel Rodrigues e do filósofo francês Jean Salem, um almoço e um concerto de Luísa Basto e Samuel.

Na Bélgica, a organização do PCP promoveu, no dia 10, em Bruxelas, um magusto-convívio, na Associação «Os Belenenses», no qual participaram dezenas de pessoas. Também em Angola, esteve patente ao público uma exposição de desenhos produzidos por Álvaro Cunhal na prisão, na sede da Associação 25 de Abril, em Luanda. Intervieram, na ocasião, Henrique Mota e Ludgero Escoval. No Brasil, o Centro Cultural 25 de Abril e a prefeitura de São Paulo celebraram a data. Nos próximos dias, em muitos países, realizam-se várias iniciativas comemorativas.

 

 



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