Outubro vive!

Ao mesmo tempo que tem um des­ta­cado papel na luta po­pular contra o pacto de agressão e a po­lí­tica de di­reita e co­me­mora o cen­te­nário do nas­ci­mento de Álvaro Cu­nhal, o co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista as­si­nala essa data maior da luta do pro­le­ta­riado pela sua eman­ci­pação: a Re­vo­lução Russa de 1917. No sá­bado, teve lugar no Centro de Tra­balho do PCP de Vila Nova de Gaia um de­bate sobre «A Re­vo­lução de Ou­tubro e o seu con­tri­buto para a Hu­ma­ni­dade», na qual par­ti­cipou Gon­çalo Oli­veira, membro do Co­mité Cen­tral e da DORP.

Na in­ter­venção do di­ri­gente co­mu­nista, como nas de ou­tros par­ti­ci­pantes, des­tacou-se a im­por­tância das gran­di­osas con­quistas da Re­vo­lução de Ou­tubro – nos planos po­lí­tico, so­cial, eco­nó­mico, cul­tural, téc­nico e ci­en­tí­fico –, que aba­laram o sis­tema ca­pi­ta­lista e al­te­raram ra­di­cal­mente o curso do de­sen­vol­vi­mento mun­dial, mos­trando ser pos­sível der­rotar o ca­pital. Esta re­vo­lução, acres­centou-se, trouxe avanços ci­vi­li­za­ci­o­nais e so­ciais no­tá­veis nos di­reitos la­bo­rais, na ins­ti­tuição da jor­nada de tra­balho das oito horas, no di­reito a fé­rias pagas, na eman­ci­pação da mu­lher e na igual­dade entre sexos, na li­qui­dação do de­sem­prego, no acesso gra­tuito à saúde e edu­cação, na eli­mi­nação do anal­fa­be­tismo e no acesso uni­versal à cul­tura – trans­for­ma­ções que re­flec­tiam as mais pro­fundas as­pi­ra­ções dos tra­ba­lha­dores e que ti­veram re­per­cussão em todo o mundo.

O fim da URSS e dos re­gimes exis­tentes nos res­tantes países do Leste eu­ropeu foi acom­pa­nhado de uma ofen­siva mun­dial contra os tra­ba­lha­dores e os povos de todo o mundo, sa­li­entou-se na ini­ci­a­tiva, lem­brando-se que mais de duas dé­cadas pas­sadas sobre as der­rotas do so­ci­a­lismo, o do­mínio he­ge­mó­nico do im­pe­ri­a­lismo conduz o mundo para uma re­gressão ci­vi­li­za­ci­onal de di­men­sões his­tó­ricas, por via da des­truição das con­quistas e di­reitos al­can­çados ao longo do úl­timo sé­culo pela luta dos tra­ba­lha­dores e dos povos.

Deste de­bate saiu um con­junto de con­clu­sões: o ca­pi­ta­lismo não é o fim da His­tória; as re­a­li­za­ções do so­ci­a­lismo per­ma­necem, até aos dias de hoje, como prova da sua su­pe­ri­o­ri­dade; está nas mãos dos tra­ba­lha­dores e dos povos, com a sua luta, a cons­trução do seu fu­turo.

No mesmo dia, mas em Al­cân­tara (Lisboa), a de­pu­tada do PCP Rita Rato par­ti­cipou num al­moço sobre a Re­vo­lução de Ou­tubro, no qual mar­caram pre­sença perto de 80 pes­soas. A de­pu­tada co­mu­nista va­lo­rizou o sim­bo­lismo da efe­mé­ride, con­si­de­rando-a um «bom exemplo de que luta dos povos é de­ter­mi­nante para se al­cançar o de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico e so­cial». Mais adi­ante, Rita Rato sa­li­entou o papel cen­tral da luta de massas para der­rotar a «po­lí­tica de ter­ro­rismo so­cial que corta nos sa­lá­rios e nas pen­sões de re­forma, que des­trói o ser­viço na­ci­onal de saúde, que des­man­tela a es­cola pú­blica, que li­quida mi­lhares de pe­quenas e mé­dias em­presas e que, em pa­ra­lelo, con­tinua a pro­teger os po­de­rosos, man­tendo os be­ne­fí­cios para aqueles que mais têm».

A de­pu­tada do PCP ter­minou re­fe­rindo que esta luta tem se­gui­mento já no pró­ximo dia 26 de No­vembro, na grande acção na­ci­onal da CGTP-IN de re­púdio ao Or­ça­mento do Es­tado para 2014 e de exi­gência de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda.




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