Renegociar a dívida
Limitar o pagamento dos juros da dívida pública a um valor máximo correspondente a 2,5% do valor das exportações de bens e serviços, no caso um limite máximo de 1660 milhões de euros, foi uma das muitas propostas levadas ao debate pela bancada comunista. Com esta medida de grande alcance, no quadro de uma renegociação da dívida pública, seriam libertados 5600 milhões de euros, os quais, como referiu Paulo Sá, «ficariam disponíveis para investir na dinamização da economia nacional e na melhoria das condições de vida do nosso povo».
Nuno Reis, do PSD, repetindo a falácia do costume, invocou a existência de «compromissos» que têm de ser cumpridos sob pena de ficar afectada a «credibilidade externa», defendendo ainda que qualquer renegociação «poria em causa o regresso aos mercados».
O que o Governo não quer é «beliscar os interesses do grande capital», preferindo «arruinar a vida dos portugueses», contrapôs o parlamentar comunista, lembrando que em 2014 só em juros da dívida pública serão pagos 7300 milhões de euros. Para salário e pensões, para garantir o direito à Saúde, à Educação, para pagar prestações sociais é que não há dinheiro, observou, recusando assim a tese muito cara ao Governo de que «não há dinheiro».
Acusou ainda os partidos da maioria de fecharem os olhos ao facto de a Alemanha também ter renegociado a sua dívida após a II Guerra Mundial e que foi esse passo que lhe abriu caminho ao desenvolvimento económico e social.