Ucrânia

Alta tensão

O presidente ucraniano, Víktor Yanukóvich, decidiu apelar à abertura de um espaço de diálogo com a oposição depois de 16 horas de confrontos ininterruptos entre grupos de manifestantes e a polícia de choque. Ao final da tarde de domingo e na madrugada de segunda-feira, um protesto que terá reunido, horas antes, entre 100 a 200 mil pessoas na capital, Kiev, degenerou numa batalha campal quando uma facção, afecta a organizações de extrema-direita, confrontou as forças da ordem à pedrada e com bombas incendiárias.

A polícia respondeu com canhões de água, granadas de gás lacrimogéneo e balas de borracha, mas até às primeiras horas do dia 20 não dispersou os elementos violentos. Pelo menos 100 pessoas resultaram feridas, bem como mais de 70 agentes.

Os promotores dos protestos anunciaram, entretanto, a intenção de criar um poder paralelo e convocar eleições presidenciais antecipadas à revelia.

Antes, na quinta-feira, 16, e na sexta-feira, 17, respectivamente, o parlamento e o presidente Yanukóvich aprovaram um pacote legislativo que a UE considerou restritivo da liberdade de expressão. Entre as normas estão a necessidade de autorização para a instalação de palcos ou tendas em espaços públicos, a punição do bloqueio de edifícios, do uso de capacetes e máscaras nas manifestações, e da propagação de calúnias na internet.

Simultaneamente, foram simplificados os procedimentos para a instauração de processos a deputados, e instituída a obrigatoriedade de registo como «agentes estrangeiros» das organizações não-governamentais que recebam financiamentos externos.



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