Agressão imperialista à Síria

Paz incerta

Ini­ciou-se ontem, em Mon­treux, na Suíça, a Con­fe­rência de Paz sobre a Síria, reu­nião mar­cada pela in­cer­teza sobre a re­so­lução do con­flito fruto das ma­no­bras im­pe­ri­a­listas para fazer ca­pi­tular Da­masco.

A Síria des­taca a im­por­tância da luta an­ti­ter­ro­rista

 

Em Ge­nebra II reúnem 39 países, entre os quais os cinco mem­bros com as­sento per­ma­nente no Con­selho de Se­gu­rança das Na­ções Unidas, todas as mo­nar­quias do Golfo e a Tur­quia, que ao longo de quase três anos têm fi­nan­ciado e aco­lhido os grupos ar­mados, bem como a ONU, a Liga Árabe, a Or­ga­ni­zação de Co­o­pe­ração Is­lâ­mica, e a UE. O Irão foi ar­re­dado do de­bate pelos EUA a es­cassas horas do seu início.

O Se­cre­tário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chegou a en­de­reçar um con­vite formal às au­to­ri­dades ira­ni­anas, aliás pron­ta­mente aceite, mas re­tirou-o, isto apesar de Te­erão des­mentir que com­pa­re­ceria com con­di­ções pré­vias.

O in­ci­dente mostra que Ge­nebra II ar­ranca com pers­pec­tivas an­ta­gó­nicas sobre a re­so­lução po­lí­tica do con­flito, e, quiçá, di­fi­cil­mente con­ci­liá­veis. O pre­si­dente da Síria su­bli­nhou, em en­tre­vista à AFP, que devem ser al­can­çados «re­sul­tados claros em re­lação à luta contra o ter­ro­rismo» e que «se a Síria perder esta ba­talha, sig­ni­fica que o caos se vai es­tender a todo o Médio Ori­ente».

Po­sição con­trária ma­ni­festa a cha­mada opo­sição, que surge di­vi­dida. De­pois de uma as­sem­bleia tu­mul­tuosa na qual par­ti­ci­param 75 dos 120 grupos que in­te­gram a Co­li­gação Na­ci­onal das Forças da Re­vo­lução e Opo­sição Síria (CN­FROS), e na qual apenas 58 apro­varam a ida a Ge­nebra II, a CN­FROS re­petiu que a so­lução é a saída de Assad.

Esta é também a po­sição dos EUA, da Grã-Bre­tanha, França ou Ca­nadá. Fazer ca­pi­tular Da­masco é mais im­por­tante que com­bater o ter­ro­rismo, apesar de nos dias que an­te­ce­deram a Con­fe­rência in­for­ma­ções fiá­veis no­tarem que entre os cerca de 100 mil ter­ro­ristas de 80 países que com­batem na Síria estão bri­tâ­nicos, fran­ceses e ca­na­di­anos.

O Daily Te­le­graph no­ti­ciou que a Al-Qaeda treina cen­tenas de bri­tâ­nicos e que muitos re­gressam para for­marem cé­lulas. O de­sertor «re­belde» que o con­firmou ao jornal, acres­centou ainda que a Eu­ropa e a Amé­rica do Norte também são vi­veiros de jiha­distas. Caso da França, cujo mi­nistro do In­te­rior atestou que pelo menos 700 gau­leses terão par­tido para a Síria, e do Ca­nadá, onde a CBC News re­velou que uma cen­tena dos seus ci­dadão es­tarão entre os mer­ce­ná­rios.

Mer­ce­ná­rios que a Alta Co­mis­sária da ONU para os Di­reitos Hu­manos, Navi Pillay, acusou, por estes dias, de terem co­me­tido crimes de guerra, e cuja res­pon­sa­bi­li­dade sobre o mas­sacre com armas quí­micas em Goutha, a 21 de Agosto de 2012, foi, também neste pe­ríodo, ates­tado por es­pe­ci­a­listas do pres­ti­giado Ins­ti­tuto Tec­no­ló­gico do Mas­sa­chus­sets.



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