O facto não é pro­pri­a­mente re­cente – é de Ou­tubro/​No­vembro de 2013 – mas só agora chegou ao nosso co­nhe­ci­mento: o órgão do Co­mité Cen­tral do Par­tido Co­mu­nista da Ve­ne­zuela, «Tri­buna Po­pular», trouxe nas suas pá­ginas cen­trais di­versos textos evo­ca­tivos da vida, do pen­sa­mento e da luta de Álvaro Cu­nhal, por oca­sião das co­me­mo­ra­ções do cen­te­nário do seu nas­ci­mento.

Um dos ar­tigos, da au­toria de Edgar Me­léndez, traça o per­curso po­lí­tico e re­vo­lu­ci­o­nário de Álvaro Cu­nhal e al­gumas das mais im­por­tantes con­tri­bui­ções que deixou ao PCP, ao mo­vi­mento ope­rário por­tu­guês e ao mo­vi­mento co­mu­nista in­ter­na­ci­onal, par­ti­cu­lar­mente a de­fi­nição da na­tu­reza e dos ob­jec­tivos da re­vo­lução por­tu­guesa – uma re­vo­lução de­mo­crá­tica e na­ci­onal – e o seu con­tri­buto para o de­sen­vol­vi­mento con­creto do pro­cesso re­vo­lu­ci­o­nário aberto com o 25 de Abril de 1974. Este autor traça mesmo o pa­ra­lelo entre a he­róica fuga de Pe­niche de Ja­neiro de 1960 e uma outra, ocor­rida na Ve­ne­zuela, mais pre­ci­sa­mente no «Cu­artel San Carlos», exe­cu­tada por mem­bros do Par­tido Co­mu­nista da Ve­ne­zuela e da sua or­ga­ni­zação de ju­ven­tude.

Os ou­tros ar­tigos, da au­toria de Ar­miche Pa­drón e Paúl Seijas, sa­li­entam res­pec­ti­va­mente a ac­tu­a­li­dade do exemplo de Álvaro Cu­nhal e a sua ver­tente de in­te­lec­tual e ar­tista. De re­ferir, a tí­tulo de cu­ri­o­si­dade, que o pri­meiro destes au­tores, para além de membro do Co­mité Cen­tral do PCV, in­tegra a «Cé­lula Álvaro Cu­nhal».