alargar a unidade
O caminho da vitória
A força das massas populares em luta é imparável
«Nada pode sobrepor-se, hoje ou no futuro, à força imensa, decisiva e invencível dos trabalhadores e do povo, que acabará por determinar o futuro do País.» A convicção é de Francisco Lopes, da Comissão Política e do Secretariado, que garantiu em seguida ser esta mesma força que «acabará por derrotar o Governo e a política de direita e abrirá o caminho duma alternativa patriótica e de esquerda, da soberania e independência nacional, duma democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal».
Estando, assim, «nas mãos dos trabalhadores e do povo a defesa dos seus interesses e direitos, a ruptura e a mudança indispensáveis na política nacional», o dirigente comunista apontou em seguida aqueles que são vectores fundamentais do alargamento e intensificação da luta: o reforço do Partido, da sua organização e acção nas empresas e locais de trabalho e nas várias vertentes da sua intervenção e o fortalecimento do movimento sindical unitário e das organizações e movimentos de massas.
Francisco Lopes referiu-se ainda às principais acções de luta agendadas – como as marchas de hoje, 27, em Lisboa e no Porto – e sublinhou que as eleições para o Parlamento Europeu constituem, também elas, «mais uma grande jornada de luta dos trabalhadores e do povo».
Unidade é factor essencial
Jorge Pires, da Comissão Política, depois de se referir ao descontentamento generalizado que a política do Governo provoca em muitas camadas sociais, sublinhou a importância do trabalho político unitário. Ao Partido está então colocada a necessidade de uma «empenhada intervenção no sentido de fazer convergir para a luta todos aqueles que estão dispostos, que estão disponíveis, a lutar pela concretização da mudança».
A necessária convergência e unidade de todos os democratas e patriotas, precisou Jorge Pires, deverá ter expressão em iniciativas comuns em defesa das conquistas de Abril e de um Portugal soberano, nas organizações e movimentos de massas e, também, no quadro da CDU.
A coligação que une comunistas, ecologistas e muitos outros democratas é, aliás, uma «expressão saliente da política de unidade, construída numa base sólida de intervenção política marcada pela coerência de propósitos e profunda identificação» com os interesses populares. O alargamento da CDU e a convergência, no apoio à coligação, de um vasto conjunto de pessoas e sectores é, pois, um «factor essencial para esta e próximas batalhas eleitorais e políticas».
Etapas e fases de luta
Ao director do Avante! e membro da Comissão Política, Manuel Rodrigues, coube enquadrar a luta presente dos comunistas nos seus objectivos estratégicos: a democracia avançada, explicitou, é parte constitutiva da luta pelo socialismo, «luta que integra as várias etapas e fases do processo social e político que conduzirá à transformação socialista e no qual se inclui um conjunto de objectivos concretos e imediatos». É, portanto, «no terreno da luta por esta democracia avançada que defendemos que se podem efectivar, no momento presente, as alianças sociais e políticas capazes de assegurar as rupturas e o apoio à transformação social».
A definição de etapas e fases da luta, «correspondentes ao caminho e às condições concretas da sua realização», constitui, para Manuel Rodrigues, o «terreno indispensável à concretização dos objectivos ulteriores». Desde logo, precisou, na «libertação do potencial que a luta de massas assume neste caminho de transformação social».
Quanto à política patriótica e de esquerda que, no imediato, o PCP defende e propõe, o director do Avante! lembrou que ela parte dos valores de Abril, os mesmos em que se «inspira a democracia avançada, alicerçando-se na projecção, consolidação e desenvolvimento no futuro de Portugal».