Crise na Ucrânia

Tensão de guerra

Ob­ser­va­dores da OSCE de­tidos pelos an­ti­gol­pistas per­ma­necem em Sla­vi­ansk, ci­dade cer­cada por forças fiéis a Kiev e onde a tensão de guerra é cada vez maior.

 

Sla­vi­ansk pro­mete re­sistir

Um dos sete mi­li­tares es­tran­geiros ao ser­viço da Or­ga­ni­zação para a Co­o­pe­ração e Se­gu­rança da Eu­ropa (OSCE) foi, en­tre­tanto, li­ber­tado. Os res­tantes seis – três ale­mães, um po­laco, um checo e um di­na­marquês – con­ti­nuam em Sla­vi­ansk, cujas au­to­ri­dades, in­sub­missas aos gol­pista, re­cusam a tese de se­questro, de­fen­dendo tra­tarem-se de es­piões da NATO e, por isso, con­si­dera-os «pri­si­o­neiros de guerra».

Com os ale­gados en­vi­ados da OSCE foram cap­tu­rados quatro ucra­ni­anos, sobre os quais os an­ti­gol­pistas não for­ne­ceram in­for­ma­ções. Con­fir­maram, no en­tanto, se­gundo a Lusa, que si­mul­ta­ne­a­mente foram presos três mem­bros dos ser­viços se­cretos ucra­ni­anos (SBU) em Gor­lovka.

Os dois casos pa­recem estar li­gados. De acordo com a Russia Today, os três mem­bros da uni­dade de elite de­tidos con­fes­saram que ti­nham por missão abater um co­man­dante das forças de de­fesa da Re­pú­blica Po­pular de Do­netsk, e que o con­tin­gente era cons­ti­tuído por sete ho­mens. Ou seja, os quatro ucra­ni­anos que acom­pa­nhavam os mi­li­tares da OSCE podem ser uma fracção do grupo da SBU.

Sla­vi­ansk en­contra-se cer­cada, isto de­pois de o go­verno gol­pista ter or­de­nado a se­gunda fase do que chama de «ope­ração an­ti­ter­ro­rista» no Leste da Ucrânia, ele­vando a tensão de guerra. Em redor de Sla­vi­ansk estão co­lo­cados tan­ques de guerra, peças de ar­ti­lharia e mi­lhares de ho­mens. No bas­tião an­ti­gol­pista, os in­sur­rectos pro­metem «re­sistir na me­dida do pos­sível», ga­rante um di­ri­gente local, ci­tado pela Lusa.

Na quinta-feira, 24, cinco mem­bros de um grupo ar­mado pró-fe­de­ra­lista foram mortos às portas de Sla­vi­ansk. A Rússia con­si­derou o in­ci­dente grave e o pre­si­dente Vla­dimir Putin voltou a ad­vertir Kiev para se abster de uma acção mi­litar.

Mos­covo re­tomou, a se­mana pas­sada, ma­no­bras mi­li­tares na fron­teira com a Ucrânia. A Ucrânia, co­ad­ju­vada pelo Pen­tá­gono, ga­rante que a Rússia vi­olou, pela sé­tima vez, o seu es­paço aéreo. O Kremlin nega, re­jei­tando, também, a su­posta pre­sença de mi­li­tares russos no ter­ri­tório.

Para o Leste do país terá sido en­viado, de acordo com a Prensa La­tina, o Ba­ta­lhão Don­bass da or­ga­ni­zação pa­ra­mi­litar fas­cista Sector de Di­reita (SD). A di­plo­macia russa in­sistiu, se­gunda-feira, 28, na ne­ces­si­dade de travar as ac­ções agres­sivas do SD.

A si­tu­ação é vo­látil e a bar­bárie en­contra pasto fértil. Em Kharkiv, o pre­si­dente da Câ­mara foi al­ve­jado pelas costas por des­co­nhe­cidos. Em Lviv, os nazis as­si­na­laram, do­mingo, 27, o ani­ver­sário da cri­ação da di­visão ucrâ­niana das SS hi­tle­ri­anas, en­ce­nando a te­ne­brosa marcha re­a­li­zada há 71 anos.




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