Educação para a sustentabilidade

«Um mundo que produz o dobro do que ne­ces­sita, des­per­diça me­tade do que produz e deixa um he­mis­fério in­teiro su­jeito à sub­nu­trição não é sus­ten­tável». A frase é do de­pu­tado co­mu­nista Mi­guel Tiago e en­cerra uma crí­tica cer­rada ao modo de pro­dução ca­pi­ta­lista que, em sua opi­nião, é in­com­pa­tível com um de­sen­vol­vi­mento equi­li­brado e sus­ten­tável e com a sa­tis­fação das ne­ces­si­dades das ge­ra­ções ac­tuais e fu­turas.

Para o de­pu­tado do PCP, que fa­lava no de­bate de um pro­jecto de re­so­lução do PEV sobre a «ela­bo­ração do Pro­grama Na­ci­onal de Edu­cação para a sus­ten­ta­bi­li­dade» (que veio a ser re­jei­tado pela mai­oria PSD/​CDS-PP), ex­pres­sões como «de­sen­vol­vi­mento sus­ten­tável» e «sus­ten­ta­bi­li­dade» são muitas vezes uti­li­zados para in­duzir a ideia de que é pos­sível um «ca­pi­ta­lismo amigo do am­bi­ente e amigo das pes­soas».

Ora este é um logro ab­so­luto, face à na­tu­reza pre­da­tória do sis­tema, cul­ti­vado por quem – como é o caso deste Go­verno –, sob «ob­sessão eco­no­mi­cista», e uti­li­zando os «con­ceitos de sus­ten­ta­bi­li­dade», «nega di­reitos às ge­ra­ções de hoje a pre­texto das ge­ra­ções fu­turas», «lança avós na po­breza a pre­texto dos netos», ao mesmo tempo que con­centra a ri­queza num pu­nhado de po­de­rosos.

Daí a im­por­tância desta ini­ci­a­tiva do PEV, que a ban­cada co­mu­nista saudou, por propor a de­fi­nição de uma «es­tra­tégia para a Edu­cação ori­en­tada para a al­te­ração de prá­ticas so­ciais, eco­nó­micas e am­bi­en­tais» capaz de romper com as prá­ticas im­postas pelo ca­pi­ta­lismo, o mesmo é dizer o fim da ex­plo­ração.

Como su­bli­nhou Mi­guel Tiago, «só um modo de pro­dução, uma so­ci­e­dade, que co­loque as pes­soas acima do lucro po­derá co­locar a sus­ten­ta­bi­li­dade como pre­o­cu­pação so­cial».




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