Travar a destruição
Afirmando querer «reindustrializar» Portugal, o Governo PSD/CDS, o ministro da Economia, porta-voz desse objectivo programático, não o fazem. Tudo se resume a propaganda e manobra de diversão, face a uma política de completo afundamento do tecido produtivo nacional.
As causas do processo de desindustrialização são conhecidas e foram atempadamente denunciadas pelo Partido: as condições de adesão à CEE, o processo de privatizações, a reconstituição (e a estratégia) dos grupos económicos monopolistas, o papel central e dominante atribuído ao investimento estrangeiro, a desvalorização do mercado interno e a adesão ao euro. Componentes centrais da política de recuperação capitalista e monopolista levada a cabo por sucessivos governos do PS, PSD e CDS.
Aumentar a produção nacional
Em 2013, o PCP apresentou o projecto de resolução «Reindustrializar Portugal», no qual defende que são necessárias políticas que garantam «a recuperação de diversas indústrias básicas e ou estratégicas – siderurgia, metalo e electromecânicas pesadas», «o reequilíbrio da nossa balança de transportes com o exterior, designadamente o transporte marítimo e ferroviário dos diversos tipos de carga (combustíveis, gás natural, granéis, contentores, carga especializada, etc.)», «o desenvolvimento do transporte sobre carris, particularmente com motorização eléctrica, para o transporte de passageiros nas suas modalidades de comboio, metropolitanos pesados e ligeiros e eléctricos» e «o aproveitamento, e valorização interna na cadeia de valor, dos recursos endógenos do solo, subsolo e do mar».
Para o Partido, o Estado português deve ainda ter como objectivos estratégicos a dinamização da «indústria siderúrgica», o «desenvolvimento de metalurgias associadas à valorização das enormes reservas de diversos metais básicos», «indústrias metalomecânicas, electromecânicas, eléctricas, electrónicas e outras», da «indústria química pesada» e da «indústria de reparação e construção naval».
De igual forma, deverá ser programado «o fortalecimento das indústrias de alta tecnologia», «a reanimação e reforço do objectivo estatutário da Empresa de Desenvolvimento Mineiro», «o fomento da investigação aplicada» e «a criação de uma ou mais empresas públicas que garantam, de forma especializada, o transporte marítimo de mercadorias».