Capital ao colo

Tra­zido para pri­meiro plano do de­bate pelos de­pu­tados do PCP foi, por outro lado, o con­traste entre os bru­tais sa­cri­fí­cios im­postos aos tra­ba­lha­dores e ao povo – a pre­texto das im­po­si­ções da União Eu­ro­peia, do equi­lí­brio das contas pú­blicas ou das di­fi­cul­dades eco­nó­micas do País – e o fa­vo­re­ci­mento des­ca­rado ao grande ca­pital.

Como foi dito, com este OE pros­segue a mo­nu­mental trans­fe­rência de re­cursos pú­blicos para os grandes grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiro, por via dos 8200 mi­lhões de euros em juros da dí­vida pú­blica, dos 1300 mi­lhões de euros em par­ce­rias pú­blico-pri­vadas (PPP) e dos 3900 mi­lhões já alo­cados ao BES.

Mais, com o OE, através de pri­va­ti­za­ções e con­ces­sões, em marcha con­tinua a en­trega de mão-bei­jada ao grande ca­pital de em­presas pú­blicas es­tra­té­gicas, com a TAP a pre­fi­gurar-se como a pró­xima a in­te­grar essa ex­tensa lista de pa­tri­mónio pú­blico de­la­pi­dado, onde se ins­crevem nomes como a STCP, Metro do Porto, Car­ristur, Metro de Lisboa, CTT, REN, Caixa Se­guros, EMEF e CP Carga.




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