A assembleia, realizada no Auditório Municipal Augusto Cabrita, culminou um intenso trabalho preparatório: 14 plenários para eleição de delegados e quatro debates temáticos sobre a actualidade do pensamento político de Álvaro Cunhal, o reforço do Partido, a ligação às massas e a situação internacional, para não falar das reuniões realizadas para discussão do projecto de resolução política. Nesta fase, participaram largas centenas de militantes e simpatizantes do Partido.

Na própria assembleia, o responsável pela organização concelhia, Armando Morais, realçou os aspectos essenciais do projecto de resolução política a submeter à apreciação dos delegados, aprovada no final dos trabalhos. O membro da Comissão Central de Controlo valorizou a actividade realizada pela organização e reafirmou a ideia de que um Partido mais forte e estruturado é um elemento fundamental para uma maior ligação às massas, o que em si mesmo é um contributo determinante para alcançar a alternativa.

Nas 42 intervenções efectuadas, os delegados abordaram diversos temas, desde a necessidade de reforçar o Partido às muitas situações de exploração e resistência nas empresas e locais de trabalho do concelho, passando pela ofensiva contra o poder local e a forma como a gestão CDU nas autarquias procura minimizar os efeitos nefastos das políticas nacionais promovidas por sucessivos governos PS, PSD e CDS.

O ataque contra os serviços públicos, a luta da juventude e a acção da JCP, a situação dos reformados e das mulheres e a intervenção das suas organizações específicas foram assuntos abordados, a par de outros, mais directamente relacionadas com o reforço do Partido: a acção de contactos, a terminar em Março; a Festa do Avante! e a campanha de fundos para a aquisição da Quinta do Cabo; a imprensa do Partido e as bancas de rua como potencial de difusão do Avante! e contacto com as massas; e a importância da revista O Militante para a formação política e ideológica.

Foram aprovadas moções sobre a defesa da água pública, a luta pela paz e a exigência de reposição das freguesias, e eleita a nova comissão concelhia, com maioria absoluta de operários e empregados e uma renovação de 47 por cento. A assembleia terminou com a intervenção de Margarida Botelho, da Comissão Política.

Crescimento sustentado

No fim-de-semana anterior teve lugar a 10.ª Assembleia da Organização Concelhia de São João da Madeira, que analisou a realidade económica e social do concelho e definiu as prioridades para a acção do Partido. No que respeita à análise, foi sublinhado o desaparecimento de importantes unidades industriais, como é o caso da Oliva e da Califa, que representou um profundo golpe no tecido industrial e empurrou para o desemprego largas dezenas de trabalhadores. O encerramento dos postos da EDP e da PT, bem como da própria urgência hospitalar é outro dado relevante da situação social, assim como o processo de entrega do hospital à Misericórdia, que os comunistas combatem por o considerarem uma privatização encapotada.

O aumento da representação da CDU na Assembleia Municipal – de um para dois eleitos – foi valorizado pela assembleia, que sublinhou a diferença da sua postura relativamente à «luta de galos» que marca a acção do PS e do PSD. A firmeza dos eleitos da coligação PCP-PEV foi fundamental para algumas vitórias, como a que resultou na reposição das 35 horas na autarquia.

A evocação, na memória da cidade, daqueles que foram presos pelo fascismo, o alargamento da difusão do Avante! e de O Militante, a comemoração do aniversário do Partido, do Dia Internacional da Mulher, do 25 de Abril e da Revolução de Outubro, o envolvimento da organização na Festa do Avante! são alguns dos compromissos assumidos pela assembleia, que destacou ainda a necessidade de manter e reforçar o funcionamento e a intervenção dos organismos do Partido e frentes de trabalho.