Tentativa de golpe abortada

As autoridades venezuelanas fizeram abortar uma tentativa de golpe de Estado, dirigida a partir dos EUA, que estava a ser preparado pela reacção interna.

Cabello sublinhou o envolvimento norte-americano na tentativa de golpe

A revelação foi feita na passada quinta-feira, 12, pelo presidente do país, Nicolás Maduro, durante um programa de televisão conduzido pelo presidente da Assembleia Nacional Diosdado Cabello.

A intentona envolvia oficiais da Força Aérea e civis, entre os quais os deputados da direita Julio Borges e Antonio Ledezma, e foi desarticulada pelos serviços de inteligência a partir de denúncias de militares patriotas.

Segundo a Prensa Latina, a tentativa de golpe incluía o ataque a várias zonas da capital onde se situam instituições públicas e zonas residenciais, designadamente o Palácio de Miraflores (sede da presidência), os ministérios Público, dos Negócios Estrangeiros, Defesa, Educação e da Administração Interna, o Supremo Tribunal de Justiça e a cadeia de televisão Telesur.

Um dos principais envolvidos na tentativa de golpe é o general de brigada da Força Aérea Oswaldo Hernández Sánchez, que segundo as autoridades venezuelanas denunciou a participação de Borges no conluio. Sánchez esteve envolvido numa intentona semelhante, no ano passado, mas foi perdoado graças à «benevolência da revolução bolivariana», que segundo o presidente Maduro leva por vezes as autoridades a «actuar com magnanimidade» porque são «chavistas». O presidente garantiu ainda que todos os implicados na tentativa de golpe foram presos.

Na ocasião, Cabello sublinhou o envolvimento norte-americano na tentativa de golpe e mostrou computadores, uniformes, telefones e armas para a operação, que foram apreendidos pelas forças de segurança graças aos «jovens oficiais que forneceram a informação necessária para levar a cabo uma investigação mais ou menos extensa».

Repudiando mais este ataque à Venezuela, Cabello deixou no ar uma pergunta pertinente: por que é que Washington persiste em intervir num «pequeno país que não representa perigo para ninguém e que apenas decidiu ser livre?»

CELAC repudia
sanções dos EUA

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) divulgou entretanto um comunicado em que reitera o seu repúdio pela aplicação, pelos EUA, de medidas coercivas unilaterais contra a Venezuela, contrárias ao direito internacional.

Manifestando a sua preocupação pelo facto de o governo norte-americano ter aprovado uma lei que aplica novas sanções contra membros do governo da República Bolivariana da Venezuela, a CELAC reafirma os princípios da Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, (acordada na sua II Cimeira, realizada em Havana nos dias 28 e 29 de Janeiro de 2014), em que se insta todos os estados membros da comunidade internacional a respeitar plenamente aquela Proclamação nas suas relações com os estados membros da CELAC, incluindo o compromisso de não intervir, directa ou indirectamente, nos assuntos internos de qualquer outro Estado e de observar os princípios da soberania nacional, da igualdade de direitos e do direito à autodeterminação dos povos.

Apelando à promoção do diálogo e da cooperação entre os estados membros como um meio para fomentar o desenvolvimento político, social e económico de todos, a CELAC insta os estados a abter-se de qualquer acção que possa afectar esse diálogo.




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