para dar outro rumo ao País
Força de Abril
«É tempo de alterar a correlação de forças na Assembleia da República e, com mais votos e mais deputados da CDU, dar não só mais vida às propostas que farão o País andar para a frente, para assegurar mais justiça social, mas pesar na construção de uma política patriótica e de esquerda e na constituição de um governo que a concretize», afirmou, quinta-feira, o Secretário-geral do PCP, na primeira sessão pública da candidatura da Coligação PCP-PEV pelo círculo eleitoral de Lisboa.
«As eleições não são para escolher o primeiro-ministro»
Depois das intervenções de Corregedor da Fonseca, presidente da Direcção da Associação Intervenção Democrática, e de Heloísa Apolónia, da Comissão Executiva do Partido Ecologista «Os Verdes» (ver caixa), falou Jerónimo de Sousa, que começou por descrever os «tempos difíceis» desta legislatura que agora está a chegar ao fim, classificando-a como sendo «das mais negras e trágicas que os portugueses têm vivido desde os tempos da ditadura fascista» e «marcada pelas políticas ditas de “austeridade” e “ajustamento estrutural”» que o PS iniciou com os PEC e o actual Governo continuou e agravou.
Esta legislatura ficou também marcada por «importantes combates em defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores, dos reformados, dos desempregados, dos jovens, dos intelectuais e quadros técnicos, dos micro, pequenos e médios empresários» por parte das representações parlamentares do PCP e do PEV, que realizaram um «sistemático e abundante trabalho propositivo visando dar solução aos problemas do País», disse.
Viragem inadiável
Neste sentido, o também candidato dirigiu-se aos trabalhadores e ao povo de Lisboa, assegurando que «podem continuar a contar com a CDU». «As eleições que temos pela frente constituem um momento da maior importância na luta pela ruptura com a política de direita e pela concretização da viragem inadiável e necessária na vida nacional – uma grande oportunidade para pôr fim ao caminho de empobrecimento e dependência que PSD, CDS e PS têm imposto ao País nestas últimas quatro décadas», afirmou, manifestando «grande confiança na possibilidade de continuar o caminho de reforço da CDU, com mais votos e deputados».
Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa insistiu ainda na ideia de que as «eleições não são para escolher o primeiro-ministro, como pretendem fazer crer, mas para eleger deputados com os quais se constituem as maiorias que determinam a formação dos governos». «Deputados que, se forem da CDU, vão pesar e dar mais força à concretização do novo caminho que urge construir», porque «cada deputado a mais na CDU é um deputado a menos naqueles que, como o PS, PSD e CDS, querem insistir no ruinoso percurso que pôs o País a andar para trás, continuar a pisar o povo, retirar direitos, carregar sobre os que menos têm», acentuou.
A terminar, o Secretário-geral do PCP frisou que a CDU está «pronta a assumir todas as responsabilidades que o povo português decida atribuir-lhe na construção de uma alternativa patriótica e de esquerda e no Governo do País, para concretizar uma nova política ao serviço dos trabalhadores e do povo».
A iniciativa contou ainda com a presença de Deolinda Machado, coordenadora nacional da CDU, de Ana Lorido, do Comité Central, e de Armindo Miranda, da Comissão Política do Comité Central do PCP.
A alternativa não existe sem a CDU
Heloísa Apolónia começou por sublinhar três características dos candidatos e activistas da CDU. «Estão na política para servirem o bem e o interesse colectivo, e não para se servirem a si próprios», afirmou, referindo-se à primeira característica. «Não estamos comprometidos com os interesses instalados que colidem com o interesse público. Somos um projecto determinado no combate à corrupção e à promiscuidade entre o exercício de cargos políticos com interesses privados», reforçou.
Segunda característica: «São pessoas que não se sustentam da mentira, mas sim da verdade». Neste ponto, a dirigente do Partido Ecologista «Os Verdes» lembrou que o actual primeiro-ministro na anterior campanha eleitoral «garantiu, com as contas feitas, e já conhecido o programa da troika, que não havia nenhuma necessidade de aumentar impostos, nem de cortar salários». «O resto da história todos nós já conhecemos», criticou.
Como terceira característica, Heloísa Apolónia referiu que os candidatos da Coligação PCP-PEV «são conhecedores da realidade e das necessidades do País». Em oposição, acusou, existem outros que afirmam que o País está melhor, quando «temos uma economia profundamente anémica, que não gera crescimento, nem riqueza» e «cerca de dois milhões de pobres».
Resposta do povo
Corregedor da Fonseca considerou «desumana» a acção governamental «nesta penosa legislatura», na sequência «do que vem sucedendo há mais de 38 anos, da responsabilidade de sucessivos governos do PS, PSD e CDS».
O presidente da ID sublinhou ainda que a Coligação PCP-PEV, nas próximas eleições legislativas, volta a posicionar-se na linha da frente da democracia. «A CDU vai à luta, revelando pujança e determinação na defesa intransigente das populações, da soberania e independência nacionais e dos valores de Abril», afirmou. «Para além de acompanhar e apoiar as classes trabalhadoras, as classes mais desprotegidas, a CDU é a única força política que apresenta propostas positivas, que a serem adoptadas relançarão o País para os caminhos do desenvolvimento, do progresso e da justiça social», garantiu.