Desemprego que teima

O nú­mero de tra­ba­lha­dores de­sem­pre­gados au­mentou e o em­prego voltou a di­mi­nuir – é que re­velam os dados pu­bli­cados pelo Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Es­ta­tís­tica (INE) re­la­tivos à si­tu­ação do em­prego e do de­sem­prego no mês de Maio, afirma a CGTP-IN numa nota. Por mais que o Go­verno PSD/​CDS-PP o tente es­conder, estes nú­meros mos­tram que não há qual­quer re­dução do de­sem­prego; desde que o Go­verno tomou posse, «foram des­truídos mais de 300 mil postos de tra­balho e mais de 400 mil pes­soas foram for­çadas a emi­grar», su­blinha a In­ter­sin­dical.

De acordo com o INE, em Maio havia 677 mil de­sem­pre­gados – mais 19 mil do que em Abril –, en­quanto foram des­truídos quase 23 mil postos de tra­balho. Para além disso, lê-se na nota, um terço dos jo­vens tra­ba­lha­dores en­con­trava-se de­sem­pre­gado em Maio, ul­tra­pas­sando a taxa de de­sem­prego jovem ve­ri­fi­cada nos dois meses an­te­ri­ores.

A CGTP-IN afirma que, «a estes nú­meros, já por si ca­tas­tró­ficos, há que somar os muitos mi­lhares de tra­ba­lha­dores que, es­tando de facto de­sem­pre­gados, não são con­si­de­rados como tal pelas es­ta­tís­ticas, quer por es­tarem abran­gidos por qual­quer po­lí­tica ac­tiva de em­prego (178 mil pes­soas em Maio), quer por não terem pro­cu­rado em­prego na al­tura da en­tre­vista (de­sen­co­ra­jados), caindo di­rec­ta­mente na po­pu­lação inac­tiva».

Não con­si­derar estes tra­ba­lha­dores como de­sem­pre­gados «serve apenas para es­ca­mo­tear a real si­tu­ação do de­sem­prego, que se mantém em ní­veis in­sus­ten­tá­veis e cons­titui um dos grandes dramas na­ci­o­nais», diz a Inter, su­bli­nhando que a si­tu­ação é «agra­vada pelo facto de dois terços dos de­sem­pre­gados não re­ce­berem qual­quer pres­tação so­cial».

Para a CGTP-IN, há causas e res­pon­sá­veis para a ma­nu­tenção destes ní­veis do de­sem­prego: os par­tidos que im­ple­mentam po­lí­ticas de «es­ma­ga­mento dos ren­di­mentos dos tra­ba­lha­dores e dos pen­si­o­nistas em be­ne­fício da cres­cente con­cen­tração da ri­queza no grande ca­pital». Para au­mentar o em­prego, re­duzir o de­sem­prego e com­bater a ele­vada e cres­cente pre­ca­ri­e­dade dos vín­culos la­bo­rais – de­fende a Inter – é ne­ces­sário uma po­lí­tica que pro­mova o de­sen­vol­vi­mento e o cres­ci­mento, in­dis­so­ciável da va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores.




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