Escândalo do netzpolitik

Procurador alemão demitido

O mi­nistro alemão da Jus­tiça, Heiko Maas, des­ti­tuiu, dia 4, o pro­cu­rador fe­deral da Ale­manha, Ha­rald Range, res­pon­sável pela aber­tura de uma in­ves­ti­gação por «alta traição», contra o blog de in­ves­ti­gação jor­na­lís­tica, netz­po­litik.org.

A de­cisão foi anun­ciada na sequência de uma vaga de pro­testos, por parte de par­tidos e sin­di­catos, contra uma in­ves­ti­gação que re­pre­sen­tava um aten­tado à li­ber­dade de im­prensa.

Na vés­pera, o porta-voz do go­verno alemão, Ch­ris­tiane Wirtz, já tinha vindo a pú­blico de­fender a li­ber­dade de im­prensa como um «bem va­lioso e sen­sível», ma­ni­fes­tando dú­vidas sobre o pro­cesso aberto pela pro­cu­ra­doria-geral.

Por seu turno, o pro­cu­rador re­agiu, acu­sando o go­verno de «in­ter­ferir numa in­ves­ti­gação porque os pos­sí­veis re­sul­tados da mesma não pa­recem opor­tunos», ati­tude que qua­li­ficou de «in­to­le­rável para a in­de­pen­dência do poder ju­di­cial».

No final de Julho, o blog netz­po­litik.org foi no­ti­fi­cado da ins­tau­ração de um pro­cesso por «alta traição», por haver pu­bli­cado ex­tractos de do­cu­mentos con­fi­den­ciais dos ser­viços se­cretos (BfV), que re­ve­lavam a for­mação de uma uni­dade de vi­gi­lância da In­ternet.

Dias de­pois, já sob uma chuva de pro­testos, o pro­cu­rador sus­pendeu a in­ves­ti­gação e pediu uma pe­ri­tagem aos do­cu­mentos, de modo a cer­ti­ficar-se se cons­ti­tuíam ou não ma­téria de se­gredo de Es­tado.

A res­posta terá sido po­si­tiva, mas o Mi­nis­tério da Jus­tiça, se­gundo Ha­rald Range, or­denou a pa­ragem do pro­cesso.




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