PCP combate precariedade

Estímulo à unidade e à luta

A campanha nacional do PCP «Mais Direitos, Mais Futuro. Não à Precariedade» continua a desenvolver-se em todo o País, junto as empresas e locais de trabalho.

Só os trabalhadores unidos porão um fim definitivo à precariedade

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No distrito de Lisboa, o Sub-Sector das Artes do Espectáculo do Sector Intelectual daquela organização regional editou mais um número do seu boletim «Vozes ao Alto», no qual denuncia a precariedade a que estão sujeitos os trabalhadores desta área e apela à sua unidade e combatividade, porque, afirma, «a precariedade, a instabilidade e as alterações de locais de trabalho promovem a desunião dos trabalhadores das artes do espectáculo».

Denunciando as permanentes ofensivas aos direitos e condições de vida de quem «faz da cultura o seu trabalho», patentes no aumento das despesas, na diminuição de salários e cachets e na inexistência de apoios sociais, o PCP considera «urgente e inadiável» a sindicalização dos trabalhadores. Este acto é não só um contributo para que a voz dos trabalhadores tenha mais força, mas constitui também um «desafio à própria construção activa, organizada, criativa e consequente» do futuro de todos e de cada um deles.

Observando mais de perto a realidade da Orquestra Metropolitana de Lisboa, da Companhia Nacional de Bailado e do sector do Cinema, o documento apresenta as propostas do Partido para acabar com a precariedade no sector, assentes no princípio geral de que «a um posto de trabalho permanente deve corresponder um contrato de trabalho efectivo». O aumento dos salários, a redução do horário e a sua compatibilização com a vida pessoal e familiar e o fim dos bancos de horas são outras propostas decisivas.

Ainda em Lisboa, o Sector dos Seguros da ORL emitiu um comunicado aos trabalhadores da Fidelidade, em que sublinha o contraste existente entre os lucros da empresa – mais de 178 milhões de euros em 2015 – e os salários e direitos dos trabalhadores que, denuncia, «são pressionados para produzir mais e mais e receber menos e menos. Atacam os nossos direitos, submetem os novos colegas a relações de trabalho precário, enquanto as empresas de consultoria e outsourcing são principescamente remuneradas (muitas vezes para fazer o que era feito pelos trabalhadores da Fidelidade)».

Contacto directo

Entretanto, militantes comunistas estiveram a contactar com os trabalhadores da Vista Alegre Atlantis, em Ílhavo, de quem ouviram relatos de precariedade e da crescente instabilidade provocada pela desregulamentação dos horários de trabalho decorrente da implementação do «banco de horas». Nesta como noutras empresas, o recurso abusivo e indevido a este expediente inferniza o quotidiano de milhares de trabalhadores e das suas famílias.

No concelho de Anadia, o PCP esteve junto à Certeca a contactar com os trabalhadores. Aqui, como em muitos outros locais de trabalho, a precariedade é um dura realidade, com implicações directas nas condições de vida dos trabalhadores: em meados de Março estavam ainda por pagar os salários relativos ao mês de Fevereiro, ao mesmo tempo que permaneciam por liquidar os subsídios de férias e Natal do ano anterior. Na empresa, em que trabalham muitos casais, há constantes oscilações de produção, o que faz aumentar as dúvidas relativamente ao futuro dos postos de trabalho.

Na Bi-Silque, no concelho de Ovar, os comunistas testemunharam uma vez mais a precariedade e crescente instabilidade com que são confrontados os trabalhadores, sobretudo jovens, que laboram na multinacional do sector produtivo de material de escritório. Esta empresa faz um uso continuado e sistemático dos contratos a prazo, apesar dos lucros que obtém ano após ano, à custa dos baixos salários.

Na campanha, para além da denúncia e da proposta, o PCP apela à organização e à luta dos trabalhadores em defesa dos seus direitos e salários. Assim se cumpre, na prática, o papel de vanguarda assumido pelo PCP nos seus Estatutos e que decorre, entre outros aspectos, da sua capacidade de «organizar e dirigir a luta popular em ligação permanente, estreita e indissolúvel com as massas, mobilizando-as e ganhando o seu apoio».

 



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