Campanha antes da Cimeira de Varsóvia

NATO é guerra

Um con­junto de or­ga­ni­za­ções por­tu­guesas propõe a di­na­mi­zação de ac­ções co­muns e con­ver­gentes para exigir a dis­so­lução da NATO e de­nun­ciar os ob­jec­tivos da reu­nião que a Ali­ança Atlân­tica re­a­liza a 8 e 9 de Junho, em Var­sóvia, na Po­lónia.

«A NATO é a prin­cipal ameaça à paz»

Image 20495

Entre os pri­meiros subs­cri­tores do texto estão o CPPC, a CGTP-IN, a Con­fe­de­ração Por­tu­guesa das Co­lec­ti­vi­dades de Cul­tura Re­creio e Des­porto, o MDM, a In­ter­venção De­mo­crá­tica, a Co­o­pe­ra­tiva Mó de Vida, a As­so­ci­ação Por­tu­guesa de Ami­zade e Co­o­pe­ração Iúri Ga­gárin, a JCP e a Eco­lo­jovem, o Mo­vi­mento pelos Di­reitos do Povo Pa­les­tino e pela Paz no Médio Ori­ente, as as­so­ci­a­ções Con­quistas da Re­vo­lução e de Re­en­contro dos Emi­grantes, o MURPI, a Fi­e­qui­metal, a FE­SAHT e a Fen­prof, e os sin­di­catos dos Tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Local, dos Pro­fes­sores da Re­gião Centro, dos Tra­ba­lha­dores Civis das Forças Ar­madas, e dos Tra­ba­lha­dores em Fun­ções Pú­blicas e So­ciais.

«A maior or­ga­ni­zação mi­litar no mundo, ins­tru­mento de in­ter­venção dos Es­tados Unidos, de­finiu a União Eu­ro­peia como seu pilar eu­ropeu», afirma-se no do­cu­mento em que se re­corda que «a partir da úl­tima dé­cada do sé­culo pas­sado, com o seu alar­ga­mento ao Leste da Eu­ropa e a am­pli­ação das suas múl­ti­plas “par­ce­rias”, os EUA e a NATO re­for­çaram a sua pre­sença mi­litar na Eu­ropa e pro­jec­taram a acção ofen­siva deste bloco po­lí­tico-mi­litar, apon­tando todo o pla­neta como a sua área de in­ter­venção».

«Na Eu­ropa – in­siste-se –, a NATO não cessa de au­mentar as suas ac­ti­vi­dades mi­li­tares e a ex­pansão das suas bases, apro­xi­mando-se cada vez mais das fron­teiras da Fe­de­ração Russa», ao que acresce «a rede de bases mi­li­tares es­tran­geiras, as es­qua­dras na­vais, os sis­temas anti-míssil e de vi­gi­lância global que os EUA e os seus ali­ados da NATO têm por todo o mundo», cons­ti­tuindo-se como «ins­tru­mentos da sua es­tra­tégia de do­mi­nação mun­dial».

Má­quina as­sas­sina

«A NATO e os seus mem­bros in­ter­vi­eram di­rec­ta­mente ou apoi­aram in­ter­ven­ções mi­li­tares em países da Eu­ropa, do Médio Ori­ente, de África e da Ásia Cen­tral», de­nuncia-se, dando como exem­plos o bom­bar­de­a­mento da Ju­gos­lávia, «a de­ses­ta­bi­li­zação, vi­o­lência e guerra que marcam hoje a re­a­li­dade do Iraque, da Líbia, da Síria, do Afe­ga­nistão ou da Ucrânia».

«Os países membro da NATO, com des­taque para os EUA, são res­pon­sá­veis pela maior parte das des­pesas mi­li­tares no mundo e pela cor­rida a cada vez mais so­fis­ti­cados ar­ma­mentos, in­cluindo armas nu­cle­ares. (…) Si­mul­ta­ne­a­mente, são pro­mo­vidas po­lí­ticas contra os di­reitos e con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e dos povos em muitos dos seus países membro», de­talha-se, antes de se alertar que «esta acção be­li­cista ali­menta uma es­ca­lada de ten­sões e en­cerra a ameaça real de uma guerra ge­ne­ra­li­zada, com o pe­rigo de um con­fronto nu­clear».

Lutar

«A NATO é a prin­cipal ameaça à paz na Eu­ropa e no mundo. Mas a guerra não é ine­vi­tável! As forças da paz, os tra­ba­lha­dores e os povos têm uma pa­lavra a dizer!», con­si­deram os subs­cri­tores, para quem, apesar do des­res­peito ma­ni­fes­tado por su­ces­sivos go­vernos, «o povo por­tu­guês, em im­por­tantes mo­mentos, ex­pressou a sua inequí­voca opção pela paz e contra a par­ti­ci­pação de forças por­tu­guesas na agressão a ou­tros povos».

Nesse sen­tido, apelam ao res­peito pelas as­pi­ra­ções do povo por­tu­guês e ao cum­pri­mento de prin­cí­pios con­sa­grados na Cons­ti­tuição por­tu­guesa, tais como «de­sar­ma­mento, dis­so­lução dos blocos po­lí­tico-mi­li­tares; abo­lição do im­pe­ri­a­lismo, do co­lo­ni­a­lismo e de quais­quer ou­tras formas de agressão, do­mínio e ex­plo­ração; so­be­rania, in­de­pen­dência, não in­ge­rência, não agressão, re­so­lução pa­cí­fica dos con­flitos, igual­dade entre es­tados, co­o­pe­ração».

As or­ga­ni­za­ções apelam, igual­mente, «à re­a­li­zação de ac­ções de opo­sição à NATO, pela dis­so­lução deste bloco po­lí­tico-mi­litar – no­me­a­da­mente, nos dias 8 e 9 de Julho, aquando da re­a­li­zação da Ci­meira da NATO em Var­sóvia», e propõe que nas ini­ci­a­tivas se exija a re­ti­rada de todas as forças da NATO en­vol­vidas em agres­sões mi­li­tares; o fim da chan­tagem, de­ses­ta­bi­li­zação e guerras de agressão contra es­tados so­be­ranos; o apoio aos re­fu­gi­ados, ví­timas das guerras que a NATO pro­move e apoia; o en­cer­ra­mento das bases mi­li­tares em ter­ri­tório es­tran­geiro e o des­man­te­la­mento do sis­tema anti-míssil dos EUA/​NATO; o de­sar­ma­mento geral e da abo­lição das armas nu­cle­ares e de des­truição mas­siva; a dis­so­lução da NATO. Às au­to­ri­dades por­tu­guesas exige-se o cum­pri­mento dos prin­cí­pios da Cons­ti­tuição por­tu­guesa e da Carta das Na­ções Unidas, no res­peito pela so­be­rania e igual­dade de povos e es­tados.

 



Mais artigos de: Internacional

Obama sem perdão

Ba­rack Obama con­cluiu no Japão um pé­riplo pela Ásia. Em Hi­ro­xima es­cusou-se a pedir des­culpa pelos bom­bar­de­a­mentos nu­cle­ares sobre aquela ci­dade e a de Na­ga­saki.

Mobilização pela terra e a paz

Mi­lhares de tra­ba­lha­dores agrí­colas co­lom­bi­anos par­ti­cipam, desde se­gunda-feira, 30, na jor­nada na­ci­onal de mo­bi­li­zação e luta em de­fesa da re­forma agrária.

Haiti volta às urnas

Após meses de incerteza e ampla contestação popular, os haitianos deverão voltar às urnas. A proposta de repetição das eleições de 25 de Outubro de 2015 foi avançada oficialmente na segunda-feira, 30 de Maio, pela Comissão de...

Greve de 44 dias <br>trava ofensiva

Quarenta mil trabalhadores estado-unidenses da empresa de telecomunicações Verizon deram por terminada, no passado dia 27 de Maio, uma greve começada há 44 dias, derrubando a intenção dos patrões de facilitar despedimentos e retirar direitos aos trabalhadores. Segundo o...