Resposta combativa em Almada dá força para continuar a luta

COMÍCIO Cen­tenas de pes­soas deram corpo, no sá­bado, 14, a um vi­brante co­mício do PCP em Al­mada, onde ficou ex­pressa a de­ter­mi­nação dos co­mu­nistas em levar por di­ante a luta pela de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos.

O PCP vai con­ti­nuar a lutar pelo pro­gresso de Al­mada

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O salão do Clube Re­cre­a­tivo do Feijó foi pe­queno para aco­lher todos quantos fi­zeram questão de par­ti­cipar no co­mício do pas­sado sá­bado, que teve como lema «Sa­lá­rios, Em­prego, Pro­dução, So­be­rania – Po­lí­tica Pa­trió­tica e de Es­querda». A ele­vada afluência obrigou à ins­ta­lação de co­lunas de som no ex­te­rior para que todos os que não cou­beram lá dentro pu­dessem acom­pa­nhar as in­ter­ven­ções do Se­cre­tário-geral do Par­tido, Je­ró­nimo de Sousa, e de Nuno Costa, do Co­mité Cen­tral e da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Se­túbal.

Apre­sen­tado por Mar­ga­rida Luna de Car­valho, pre­si­dente em exer­cício da União de Fre­gue­sias da Char­neca da Ca­pa­rica e So­breda, o co­mício contou com a par­ti­ci­pação do can­tautor Sa­muel, que re­cordou can­ções de re­sis­tência e luta, ter­mi­nando a sua ac­tu­ação com o pu­jante El Pu­eblo Unido Jamás Sera Ven­cido, acom­pa­nhado por uma mul­tidão de vozes e pu­nhos cer­rados. Na mesa do co­mício es­tavam, para além dos ora­dores, os di­ri­gentes na­ci­o­nais do PCP Mar­ga­rida Bo­telho e José Ca­pucho e mem­bros da Co­missão Con­ce­lhia de Al­mada e da JCP. Es­pe­ci­al­mente sau­dado foi Jo­a­quim Judas, que nos úl­timos quatro anos foi pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal de Al­mada.

Como é evi­dente, na pri­meira ini­ci­a­tiva pú­blica do PCP re­a­li­zada em Al­mada após as elei­ções au­tár­quicas, os re­sul­tados al­can­çados pela CDU no con­celho (e na re­gião) não foram es­que­cidos nas in­ter­ven­ções de Je­ró­nimo de Sousa e Nuno Costa. Como re­velou este úl­timo, a CDU con­firmou-se como a força mais vo­tada na re­gião de Se­túbal, com o maior nú­mero de pre­si­dên­cias de Câ­mara Mu­ni­cipal (cinco) e de juntas e uniões de fre­guesia (22) e ainda com maior nú­mero de man­datos em as­sem­bleias mu­ni­ci­pais.

Em Al­mada, pros­se­guiu, a perda da pre­si­dência da Câ­mara Mu­ni­cipal e da União de Fre­gue­sias da Char­neca de Ca­pa­rica e So­breda foram os fac­tores mais ne­ga­tivos destas elei­ções. De resto, a CDU venceu nas uniões de fre­guesia de Al­mada, Cova da Pi­e­dade, Pragal e Ca­ci­lhas, de Ca­pa­rica e Tra­faria e também do La­ran­jeiro e Feijó, elegeu quatro ve­re­a­dores para a Câ­mara Mu­ni­cipal (o mesmo nú­mero que o PS) e con­se­guiu 11 man­datos na As­sem­bleia Mu­ni­cipal e 31 nas as­sem­bleias de fre­guesia.

Nem um passo atrás!

Tanto Nuno Costa como Je­ró­nimo de Sousa su­bli­nharam que o re­sul­tado al­can­çado pela CDU em Al­mada não foi aquele que era es­pe­rado e me­re­cido, tal a di­mensão e qua­li­dade da obra re­a­li­zada. Ambos in­sis­tiram igual­mente na ideia de que, como afirmou o Se­cre­tário-geral, «não há revés que possa abalar a nossa de­ter­mi­nação em con­ti­nuar a servir o povo deste con­celho», assim como «não há con­tra­tempo que possa apagar ou di­mi­nuir a obra re­a­li­zada, os muitos anos de de­di­cação de su­ces­sivos co­lec­tivos de ho­mens, mu­lheres e jo­vens da CDU, que fi­zeram de Al­mada uma ci­dade e um con­celho de uma di­mensão cul­tural e hu­mana que não se pode ig­norar».

Sobre a obra re­a­li­zada pela CDU em Al­mada nas úl­timas quatro dé­cadas, Je­ró­nimo de Sousa re­alçou que ela se vê «em todos os do­mí­nios da vida deste con­celho», do des­porto à cul­tura, da edu­cação ao or­de­na­mento do ter­ri­tório, da ha­bi­tação ao de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico, da de­fesa e pro­tecção do am­bi­ente aos es­paços ur­banos hu­ma­ni­zados, dos equi­pa­mentos cul­tu­rais e des­por­tivos à água e sa­ne­a­mento pú­blicos. «Fi­zemos sempre tudo bem? Cer­ta­mente que não! Mas fi­zemos muito e muito bem, muita coisa de que nos or­gu­lhamos», acres­centou Je­ró­nimo de Sousa.

Para o fu­turo, Nuno Costa ga­rantiu que os tra­ba­lha­dores e a po­pu­lação do con­celho «po­derão contar sempre com a de­ter­mi­nação, in­ter­venção e luta dos eleitos da CDU». Na luta que con­tinua «por uma Al­mada de pro­gresso, que honre as suas tra­di­ções de­mo­crá­ticas e de luta», re­a­firmou, os co­mu­nistas e seus ali­ados lá es­tarão, como sempre. O di­ri­gente re­gi­onal do PCP re­alçou ainda que os «pro­jectos da CDU vão con­ti­nuar a marcar Al­mada e não per­mi­ti­remos, com os tra­ba­lha­dores e o povo, que se dê um único passo atrás: na água pú­blica, na edu­cação de qua­li­dade, no des­porto para todos, no acesso à cul­tura, no apoio aos mais ca­ren­ci­ados, nos di­reitos al­can­çados pelos tra­ba­lha­dores das au­tar­quias, no de­sen­vol­vi­mento dos pro­jectos do Ginjal ou da Mar­gueira».

Ideal e pro­jecto de­ter­minam
acção do PCP

Como já tinha afir­mado em oca­siões an­te­ri­ores, Je­ró­nimo de Sousa voltou a in­sistir na ideia de que o PCP não se deixa con­di­ci­onar por pres­sões ou re­sul­tados elei­to­rais, quais­quer que eles sejam. Pelo con­trário, su­bli­nhou, o que de­ter­mina a sua acção e luta é e será sempre o seu pro­jecto e ideal de trans­for­mação da so­ci­e­dade, «sempre ao lado dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês, nos tempos de avanço ou nos mo­mentos de recuo». As pro­fe­cias da morte do PCP, mil vezes anun­ciada e re­pe­tida e ou­tras tantas vezes fa­lhada, serão uma vez mais der­ro­tadas, pois o Par­tido está pronto para os exi­gentes com­bates que tem pela frente – como o pró­prio co­mício de Al­mada, pela sua di­mensão e com­ba­ti­vi­dade, com­provou.

Após va­lo­rizar os avanços que o PCP uma vez mais con­se­guirá fazer in­cluir no Or­ça­mento do Es­tado para 2018 (ver pá­ginas 16 e 17), o di­ri­gente co­mu­nista re­alçou que a si­tu­ação do País con­tinua, con­tudo, «pro­fun­da­mente mar­cada pelas con­sequên­cias du­ra­douras de dé­cadas de po­lí­tica de di­reita e de in­te­gração ca­pi­ta­lista da União Eu­ro­peia, pela sub­missão ex­terna, pelo cres­cente do­mínio mo­no­po­lista da eco­nomia na­ci­onal». Esta si­tu­ação, pros­se­guiu Je­ró­nimo de Sousa, co­loca o País pe­rante uma opção de­ci­siva: ou mantém o rumo de sub­missão e de­pen­dência, que o con­du­zirá a prazo ao de­sastre, ou em­pre­ende um ca­minho de li­ber­tação dos cons­tran­gi­mentos e amarras a que tem es­tado e está su­jeito, como propõe o PCP na sua po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda.

As­sente na rup­tura com a po­lí­tica de di­reita, a al­ter­na­tiva que o PCP propõe e cor­po­riza dá res­posta à ne­ces­si­dade de o País ul­tra­passar e su­perar os seus dé­fices es­tru­tu­rais (pro­du­tivo, ener­gé­tico, ci­en­tí­fico, ali­mentar, de­mo­grá­fico) e de se li­bertar quer das im­po­si­ções ex­ternas quer dos in­te­resses do grande ca­pital. A afir­mação de tal po­lí­tica al­ter­na­tiva, con­cluiu Je­ró­nimo de Sousa, pre­cisa do re­forço do PCP a todos os ní­veis.

Os di­reitos con­quistam-se

Como sempre su­ce­deria, qual­quer que ti­vesse sido o re­sul­tado al­can­çado pela CDU no dia 1 de Ou­tubro, é de re­sis­tência e luta que se fará o fu­turo do co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista no con­celho de Al­mada, na Pe­nín­sula de Se­túbal e também no País, en­fa­tizou Nuno Costa na sua in­ter­venção. Na agenda constam im­por­tantes jor­nadas como a grande ma­ni­fes­tação na­ci­onal da CGTP-IN de 18 de No­vembro, a greve da Ad­mi­nis­tração Pú­blica cen­tral e local do pró­ximo dia 27, a acção rei­vin­di­ca­tiva nas em­presas e lo­cais de tra­balho e a luta dos pro­fis­si­o­nais da saúde e edu­cação e dos tra­ba­lha­dores das au­tar­quias.

Nuno Costa su­bli­nhou ainda a luta das po­pu­la­ções e utentes em de­fesa do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, pela cons­trução de novos equi­pa­mentos, pelo alar­ga­mento dos ho­rá­rios de fun­ci­o­na­mento, pela con­tra­tação de mé­dicos, en­fer­meiros e au­xi­li­ares, pela me­lhoria das con­di­ções no Hos­pital Garcia de Orta e pela cons­trução do Hos­pital no con­celho do Seixal. Para con­ti­nuar são também a luta pela cons­trução de es­colas se­cun­dá­rias e pa­vi­lhões des­por­tivos, o fim das obras da Parque Es­colar ou a con­tra­tação de au­xi­li­ares e a exi­gência de re­po­sição das fre­gue­sias.

No que res­peita aos trans­portes pú­blicos, outro factor de mo­bi­li­zação da luta po­pular, o di­ri­gente re­gi­onal do PCP chamou a atenção para o es­cân­dalo da úl­tima se­mana na So­flusa, sem barcos su­fi­ci­entes para su­prir as ne­ces­si­dades de des­lo­cação entre Bar­reiro e Lisboa. Um Ar­senal do Al­feite pú­blico e ao ser­viço da Ma­rinha é outra das ban­deiras de luta dos co­mu­nistas na re­gião.




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