Luta mineira pára Neves-Corvo

A ex­tracção e as la­va­rias nas minas Neves-Corvo, con­celho de Castro Verde, en­con­tram-se pa­radas desde as 06h00 de se­gunda-feira, 6, em re­sul­tado da greve con­vo­cada pelo Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da In­dús­tria Mi­neira (STIM). A jor­nada de luta ter­mina amanhã, 10, com uma con­cen­tração junto ao Mi­nis­tério do Tra­balho, a quem exigem que in­ter­venha face à in­tran­si­gência do pa­tro­nato em sa­tis­fazer as rei­vin­di­ca­ções la­bo­rais.

«Apesar de todas as ten­ta­tivas da em­presa para pro­curar in­vi­a­bi­lizar a acção do pi­quete de greve, com cercas e por­tões, guardas e po­lícia de in­ter­venção, os tra­ba­lha­dores não de­sarmam», afirmou o STIM em co­mu­ni­cado. Também an­te­ontem, a Fe­de­ração que este sin­di­cato in­tegra, a Fi­e­qui­metal, emitiu uma nota na qual re­pudia «de forma ve­e­mente o facto de a Uni­dade de In­ter­venção da GNR estar a in­ter­ferir, co­lo­cando-se do lado pa­tronal e contra a luta dos mi­neiros».

A Fi­e­qui­metal con­si­derou tratar-se de «uma ina­cei­tável in­ter­fe­rência, que tem como pro­pó­sito li­mitar o normal fun­ci­o­na­mento do pi­quete de greve», tanto mais que «a ad­mi­nis­tração da So­mincor (grupo Lundin Mi­ning) não é dona das minas de Neves-Corvo, mas apenas con­ces­si­o­nária da sua ex­plo­ração, e tem com­pro­missos as­su­midos com o Es­tado por­tu­guês. O Es­tado, por sua vez, não pode tornar-se cúm­plice de uma pos­tura con­de­nável».

Os tra­ba­lha­dores e a sua or­ga­ni­zação sin­dical de classe exigem o fim do re­gime de la­bo­ração con­tínua no fundo da mina e a hu­ma­ni­zação dos ho­rá­rios de tra­balho, a an­te­ci­pação da idade da re­forma dos fun­ci­o­ná­rios de de­ter­mi­nados sec­tores, a pro­gressão nas car­reiras, o fim das dis­cri­mi­na­ções e a re­po­sição dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores que re­sis­tiram à la­bo­ração con­tínua, e a re­vo­gação das al­te­ra­ções uni­la­te­rais na po­lí­tica de pré­mios.

En­tre­tanto, os mi­neiros de Al­jus­trel, também no dis­trito de Beja, de­ci­diram re­a­lizar uma greve entre os dias 22 e 26 de No­vembro. Em causa estão a me­lhoria dos sa­lá­rios e de­mais ma­té­rias de ex­pressão pe­cu­niária, a me­lhoria das con­di­ções de Saúde e Se­gu­rança no Tra­balho e a hu­ma­ni­zação dos ho­rá­rios de tra­balho na la­varia. Os tra­ba­lha­dores rei­vin­dicam, igual­mente, a nor­ma­li­zação das re­la­ções de tra­balho na em­presa, o di­reito à ne­go­ci­ação e o re­co­nhe­ci­mento do sin­di­cato como seu le­gí­timo re­pre­sen­tante.




Mais artigos de: Trabalhadores

Manifestação a 18 em Lisboa pela valorização do trabalho

MO­BI­LIZAÇÃO A pouco mais de uma se­mana para a ma­ni­fes­tação na­ci­onal con­vo­cada pela CGTP-IN para sá­bado, 18, a In­ter­sin­dical rei­tera as ra­zões pelas quais apela à adesão mas­siva dos tra­ba­lha­dores.

Trabalhadores da Soares da Costa decidem vir a Lisboa exigir solução

FU­TURO Tra­ba­lha­dores da So­ares da Costa des­lo­caram-se an­te­ontem, 7, ao Tri­bunal do Co­mércio de Vila Nova de Gaia para obter in­for­ma­ções sobre a vi­a­bi­li­zação da em­presa. Sem res­posta, vêm a Lisboa dia 18 exigir so­lu­ções ao Go­verno.

Médicos defendem profissão, utentes e SNS

Os médicos cumpriram ontem, 8, uma greve nacional que, de acordo com as organizações que a convocaram – Federação Nacional dos Médicos e Sindicato Independente dos Médicos, teve um forte impacto de Norte a Sul do País. Em nota divulgada terça-feira,...

Cantinas escolares da Uniself paradas a Norte

O protesto massivo dos trabalhadores da Uniself encerrou pelo menos 83 cantinas escolares concessionadas, na região Norte, no dia 2 de Novembro. O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte estimou o nível de adesão à greve em 90...

Greve força EDP a reunir

A greve cumprida pela maioria dos cerca de 1500 trabalhadores da Randstad que prestam serviço nos centros de atendimento da EDP obrigou a administração da «eléctrica nacional» a ceder. No segundo de quatro dias de paralisação (entre 1 e 4...

Secundária de Mem Martins precisa de mais funcionários

Os funcionários da Escola Secundária de Mem Martins, no concelho de Sintra, cumprem até amanhã, 10, uma greve parcial às primeiras duas horas de trabalho. Concentrados à porta da escola na segunda-feira, 6, primeiro dia da paralisação,...