Catalães manifestam-se pela libertação de dirigentes

CA­TA­LUNHA Cen­tenas de mi­lhares de ca­ta­lães ma­ni­fes­taram-se no sá­bado, 11, para exigir a li­ber­tação de mem­bros do go­verno e de di­ri­gentes in­de­pen­den­tistas, de­tidos por re­be­lião e se­dição.

Puig­de­mont ad­mite so­lução di­fe­rente da in­de­pen­dência

Entre os de­tidos estão oito mem­bros do go­verno ca­talão des­ti­tuído e os pre­si­dentes da or­ga­ni­zação As­sem­bleia Na­ci­onal Ca­talã (ANC), Jordi San­chez, e do Om­nium Cul­tural, Jordi Cui­xart.

Os oito ex-con­se­lheiros (mi­nis­tros) do go­verno ca­talão foram presos pre­ven­ti­va­mente, dia 2, por ordem de um tri­bunal de Ma­drid, que os acusa de «se­dição», «re­be­lião» e «desvio de fundos».

À ma­ni­fes­tação foi en­ca­be­çada por duas faixas com as ins­cri­ções em ca­talão «Li­ber­dade para os presos po­lí­ticos» e «Somos uma re­pú­blica».

O pro­testo foi con­vo­cado pela ANC e Om­nium, tendo sido apoiado pelo pre­si­dente do exe­cu­tivo ca­talão des­ti­tuído, Carles Puig­de­mont, que se en­contra na Bél­gica desde 30 de Ou­tubro (acom­pa­nhado de quatro mem­bros do seu go­verno), onde é alvo de um man­dado de de­tenção eu­ropeu emi­tido pelas au­to­ri­dades es­pa­nholas.

Antes de se in­te­grar na ma­ni­fes­tação, a pre­si­dente da Câ­mara de Bar­ce­lona, Ada Colau, con­denou o go­verno es­pa­nhol por ter ac­ti­vado o ar­tigo 155 da Cons­ti­tuição, sus­pen­dendo a au­to­nomia da re­gião, mas também fez duras crí­ticas ao go­verno de Puig­de­mont, que acusou de ter con­du­zido a re­gião «ao de­sastre», con­si­de­rando que a mai­oria dos ca­ta­lães «não queria» uma de­cla­ração unil­la­teral de in­de­pen­dência.

«Que­remos que os pri­si­o­neiros sejam li­ber­tados, mas que­remos também que um go­verno ir­res­pon­sável que con­duziu o país ao de­sastre en­frente e re­co­nheça os seus erros», disse Alda Colau numa ini­ci­a­tiva do seu par­tido «Ca­ta­lunya en Comú», que não apoia a causa in­de­pen­den­tista.

En­tre­tanto, na se­gunda-feira, 13, em en­tre­vista ao jornal belga Le Soir, Puig­de­mont ad­mitiu que uma so­lução di­fe­rente da in­de­pen­dência é «sempre pos­sível».

Para o ex-pre­si­dente da Ge­ne­ra­litat a origem da crise ac­tual re­monta a 2010 quando o Tri­bunal Cons­ti­tu­ci­onal es­pa­nhol de­clarou in­cons­ti­tu­ci­o­nais vá­rios ar­tigos do Es­ta­tuto de Au­to­nomia da Ca­ta­lunha.

«A origem de tudo isto está na anu­lação do Es­ta­tuto de Au­to­nomia, em 2010, que tinha sido adop­tado pelos par­la­mentos ca­talão e es­pa­nhol». Na al­tura, lem­brou, exis­tiam 14 de­pu­tados in­de­pen­den­tistas no par­la­mento ca­talão, num total de 135. Hoje são 72. «O res­pon­sável pelo au­mento do nú­mero de in­de­pen­den­tistas é, so­bre­tudo, o Par­tido Po­pular», de­clarou o pre­si­dente des­ti­tuído da Ca­ta­lunha.




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