Três porta-aviões dos EUA ameaçam «guerra nuclear»
MANOBRAS Os porta-aviões dos EUA ao largo da península coreana são uma «ameaça de guerra nuclear», acusa Pyongyang. A Coreia do Norte acusa a ONU de «vista grossa» face às manobras estado-unidenses.
A Coreia do Norte acusa Washington de ameaçar a paz mundial
A ONU «faz vista grossa perante os exercícios de guerra nuclear dos Estados Unidos, que estão empenhados em causar um desastre catastrófico para a Humanidade».
A acusação foi feita na segunda-feira, 14, pelo embaixador da Coreia do Norte nas Nações Unidas. O diplomata Ja Song Nam qualificou de «postura de ataque» a presença de três porta-aviões dos EUA e outros navios de guerra norte-americanos, sul-coreanos e japoneses ao largo da península coreana.
Numa carta ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o embaixador norte-coreano apresentou um protesto do seu governo pelas manobras militares realizadas entre 11 e 14 deste mês por Washington, Seul e Tóquio. Pyongyang acusa os EUA de serem o principal responsável pela escalada de tensão e ameaça à paz na região.
As manobras conjuntas com os porta-aviões «Nimitz», «Ronald Reagan» e «Theodore Roosevelt» e respectivos grupos de ataque decorreram em águas internacionais, no Mar do Japão e no Mar da China Oriental, no Oceano Pacífico.
O governo da Coreia do Sul indicou que o objectivo destas manobras «de grande escala» foi o de «mostrar a força de contenção» à Coreia do Norte. Já o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, afirmou que os exercícios não são extraordinários e que «não há uma grande mensagem» à Coreia do Norte. «É uma operação normal», considerou, apesar de as últimas manobras com três porta-aviões dos EUA terem decorrido há 10 anos.
Trump na Ásia
As manobras navais ao largo da península coreana coincidiram com o final da viagem de 12 dias realizada por Donald Trump a cinco países da Ásia.
O presidente dos EUA esteve no Japão e na Coreia do Sul, onde afirmou, em relação à crise coreana, que «a era da paciência estratégica chegou ao fim» e que quer «a paz através da força». Visitou depois a China, o Vietname, onde assistiu à reunião dos líderes do fórum para Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), e as Filipinas, por ocasião da cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).