Forte acção reivindicativa por todo o País

TRA­BA­LHA­DORAS Na se­mana de 5 a 9 de Março, em em­presas e sec­tores onde pre­do­mina a mão-de-obra fe­mi­nina, os sin­di­catos da CGTP-IN le­varam a cabo uma in­tensa acção rei­vin­di­ca­tiva.

As mu­lheres as­sumem um papel de re­levo nas lutas la­bo­rais

Es­ti­veram em greve no pas­sado dia 5 as edu­ca­doras de in­fância, or­ga­ni­zadas nos sin­di­catos da Fen­prof (que pro­mo­veram também uma con­cen­tração junto ao Mi­nis­tério da Edu­cação), de­fen­dendo que a edu­cação até aos três anos deve ser va­lo­ri­zada como um di­reito das cri­anças (não apenas uma res­posta so­cial), e exi­gindo me­didas do Go­verno que con­cre­tizem esta visão.

O SIESI (Sin­di­cato das In­dús­trias Eléc­tricas do Sul e Ilhas) con­vocou greve para dia 8 nas lojas da EDP de Lisboa, Loures e Ama­dora, pros­se­guindo o com­bate contra a pre­ca­ri­e­dade la­boral, num sector onde pre­do­mina a mão-de-obra fe­mi­nina.

Também com mai­oria de mu­lheres, a Nobre Ali­men­tação teve a pro­dução quase to­tal­mente pa­rada no dia 8. Muitos dos 400 tra­ba­lha­dores, além de fa­zerem greve, ma­ni­fes­taram-se à tarde nas ruas de Rio Maior, até à Câ­mara Mu­ni­cipal.
A luta, como re­fe­riram o Sin­di­cato das In­dús­trias de Ali­men­tação (Sintab) e a União dos Sin­di­catos de San­tarém, tem por ob­jec­tivos re­clamar au­mentos sa­la­riais, pa­ga­mento do «sub­sídio de frio» (pe­no­si­dade), fim do abuso de vín­culos pre­cá­rios, res­peito e va­lo­ri­zação das car­reiras pro­fis­si­o­nais, atri­buição do tempo legal para ama­men­tação a tra­ba­lha­doras lac­tantes, or­ga­ni­zação e com­pen­sação do ho­rário con­tínuo.
Na ma­ni­fes­tação in­te­grou-se An­tónio Fi­lipe, o de­pu­tado do PCP eleito pelo dis­trito.

Em greve duas horas por turno, os tra­ba­lha­dores da Preh Por­tugal, na Trofa, re­a­li­zaram no dia 8, das 12 às 16 horas, uma con­cen­tração frente à fá­brica de com­po­nentes para a in­dús­tria au­to­móvel, em de­fesa do ca­derno rei­vin­di­ca­tivo.
Como re­feriu o SITE Norte, exige-se o fim do tra­balho ao sá­bado e da «bolsa» de horas ilegal, au­mentos sa­la­riais dignos e sem dis­cri­mi­na­ções, e que seja posto termo à pre­ca­ri­e­dade, que atinge me­tade dos 724 tra­ba­lha­dores da pro­dução (158 estão com con­trato a termo certo e 204 são co­lo­cados através de pres­ta­dores de ser­viços), onde a grande mai­oria é cons­ti­tuída por ope­rá­rias. A ce­le­brar o Dia In­ter­na­ci­onal da Mu­lher, o sin­di­cato dis­tri­buiu cravos e um postal alu­sivo.
 

CESP mantém luta

Com âm­bito na­ci­onal, de­correu no dia 8 uma greve na União das Mi­se­ri­cór­dias Por­tu­guesas e as­so­ci­adas desta.
Os tra­ba­lha­dores, mai­o­ri­ta­ri­a­mente mu­lheres, batem-se por au­mentos sa­la­riais, pela re­visão do Acordo de Em­presa, pelo pa­ga­mento das diu­tur­ni­dades, pela va­lo­ri­zação das suas fun­ções e contra a re­ti­rada de di­reitos (em par­ti­cular, na des­re­gu­lação de ho­rá­rios), como re­feriu o CESP (Sin­di­cato do Co­mércio, Es­cri­tó­rios e Ser­viços).
Em Lisboa, frente à sede da UMP, no dia da greve, teve lugar uma con­cen­tração, ao final da manhã, onde es­teve também pre­sente An­tónio Fi­lipe, de­pu­tado do PCP. Tra­ba­lha­doras das Mi­se­ri­cór­dias in­te­graram-se, à tarde, na ma­ni­fes­tação que os sin­di­catos do dis­trito de Lisboa pro­mo­veram entre o Ca­mões e a As­sem­bleia da Re­pú­blica.

Sonae cedeu

Nesta se­mana, o CESP ar­rancou com um con­junto de ini­ci­a­tivas em super e hi­per­mer­cados e res­pec­tivos ar­ma­zéns.
O sin­di­cato re­alçou que, de­vido à luta dos tra­ba­lha­dores e à per­sis­tência dos seus re­pre­sen­tantes, a Sonae de­cidiu pôr termo ao re­gime de portas blo­que­adas no edi­fício Plaza 1, no Parque Lo­gís­tico da Azam­buja.
Além de ple­ná­rios e de­bates, houve vá­rias ac­ções pú­blicas frente a super e hi­per­mer­cados (Pingo Doce, Jumbo e Mi­ni­preço), que pros­se­guem até amanhã, para exigir au­mentos sa­la­riais sem re­ti­rada de di­reitos e sem dis­cri­mi­na­ções, ho­rá­rios de tra­balho re­gu­lados, fim da ta­bela B (com va­lores mais baixos, vi­go­rando para todo o País, ex­cepto os dis­tritos de Lisboa, Porto e Se­túbal) e fim das prá­ticas pa­tro­nais de pressão, in­ti­mi­dação e as­sédio.
 

Pa­ren­ta­li­dade ata­cada

O di­reito de mães e pais en­fer­meiros tra­ba­lharem em ho­rário fixo, de se­gunda a sexta-feira, é ne­gado no Centro Hos­pi­talar e Uni­ver­si­tário de Coimbra (CHUC) desde que a ad­mi­nis­tração desta uni­dade EPE (En­ti­dade Pú­blica Em­pre­sa­rial) re­vogou a apli­cação das normas que per­mi­tiam exercer fun­ções sem obri­ga­to­ri­e­dade de prestar tra­balho su­ple­mentar. Para o Sin­di­cato dos En­fer­meiros Por­tu­gueses, a de­cisão apli­cada no dia 6 é um ataque frontal aos di­reitos de pa­ren­ta­li­dade e as suas causas prendem-se com a ca­rência es­tru­tural de pro­fis­si­o­nais de en­fer­magem.
Só no Hos­pital Pe­diá­trico de Coimbra, há 18 500 horas ex­tra­or­di­ná­rias em dí­vida aos en­fer­meiros, en­quanto no CHUC rondam as cem mil, como de­nun­ciou o SEP no dia 8, em con­fe­rência de im­prensa (com con­cen­tração de en­fer­meiros) frente à uni­dade de pe­di­a­tria.

 



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