Como os incomoda a acção do PCP!...

Manuel Rodrigues

Há poucos dias, um jornal diário ti­tu­lava em man­chete: «pen­sões com novo au­mento extra». E para que não res­tassem dú­vidas, afi­an­çava que o Go­verno se pre­para para dar um novo au­mento extra aos re­for­mados com pen­sões de valor igual ou in­fe­rior a 643,35 euros e que esta me­dida, a aplicar a partir do pró­ximo dia 1 de Agosto, abran­gerá cerca de 2 mi­lhões de pen­si­o­nistas dos re­gimes da Se­gu­rança So­cial e da Caixa Geral de Apo­sen­ta­ções.

Uma no­tícia per­fei­ta­mente normal não fora o facto de ser este o mesmo jornal que, ma­ni­pu­lando o facto de os pen­si­o­nistas terem dei­xado de re­ceber parte do sub­sídio de Natal em du­o­dé­cimos (para o pas­sarem a re­ceber por in­teiro em tempo pró­prio), meses antes, ter es­crito igual­mente em man­chete: «re­for­mados 11 meses a re­ceber menos».

É caso para ques­ti­onar as ra­zões de tão sú­bita mu­dança: não será para es­conder o facto de ter sido a luta dos pen­si­o­nistas e a acção do PCP a con­se­guir o au­mento das pen­sões (normal e ex­tra­or­di­nário), obri­gando o PS (neste caso acom­pa­nhado pelo BE) a mudar de po­sição?...

De facto, na nova fase da vida po­lí­tica que vi­vemos foi o PCP que, afron­tando o ar­gu­mento de que não havia re­cursos fi­nan­ceiros para au­mentos nas pen­sões forçou o seu au­mento ex­tra­or­di­nário em 2017 e voltou de­pois, no Or­ça­mento do Es­tado para 2018 a propor e a con­se­guir novos au­mentos (o au­mento em Ja­neiro para todas as pen­sões e o au­mento ex­tra­or­di­nário a partir de Agosto para as pen­sões até 643,35 euros).

É es­pan­toso o es­forço que fazem certos ór­gãos da co­mu­ni­cação so­cial do­mi­nante para apagar o papel do PCP na de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos ten­tando en­ca­mi­nhar para o Go­verno do PS o que, afinal, é pro­duto da luta dos pen­si­o­nistas e da acção de­ter­mi­nada e co­e­rente do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês.

Ver­da­dei­ra­mente es­pan­toso e igual­mente con­de­nável.

 



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