Compromissos do PCP são só para avançar
INICIATIVA No convívio regional de Aveiro, realizado no sábado, 7, em Oliveira de Azeméis, Jerónimo de Sousa reafirmou que o primeiro compromisso do PCP é com os trabalhadores e o povo e não com o Governo do PS.
PCP não dará cobertura a retrocessos, garantiu o Secretário-geral
Na tradicional iniciativa de Verão do Partido no distrito de Aveiro participaram centenas de militantes e simpatizantes comunistas, que conviveram durante toda a tarde e escutaram com visível satisfação os hinos revolucionários interpretados, em voz e guitarra, pelo músico Miguel Araújo. As intervenções políticas, muito saudadas, ficaram a cargo do Secretário-geral Jerónimo de Sousa, de Ana Isaura Costa, da Direcção da Organização Regional de Aveiro do PCP, e da dirigente da JCP Jéssica Sá.
Na última intervenção da tarde, Jerónimo de Sousa reafirmou que na discussão do Orçamento do Estado para 2019 a prioridade do PCP voltará a ser a defesa, reposição e conquista de direitos e rendimentos e não o Governo do PS: «Onde há compromissos, assumi-lo-emos, mas só para continuar a andar para a frente, não para parar ou retroceder», alertou.
Sublinhando a postura do Governo relativamente à legislação laboral ou aos serviços públicos, o dirigente comunista realçou as visíveis diferenças entre o PCP e o PS: este, «no que é estruturante, continua no essencial a defender as mesmas posições que PSD e CDS e a aceitar as medidas impostas pela União Europeia». Quanto às limitações orçamentais que o Governo alega para não resolver graves problemas que se colocam ao País e ao seu desenvolvimento, Jerónimo de Sousa é claro: «O problema não é não haver dinheiro; é não se ir buscá-lo onde ele está», numa clara referência às parcerias público-privadas, juros da dívida e lucros dos grupos económicos, praticamente sem taxação.
Lutas necessárias
Antes, Ana Isaura Costa tinha já destacado a situação paradoxal do concelho de Oliveira de Azeméis, que ao mesmo tempo que é «fortemente industrializado» tem a segunda pior taxa de saneamento do País. Na Simoldes, cujo dono é o 5.º homem mais rico de Portugal, grassa a exploração, a repressão e a precariedade: «a única certeza que tem quem lá trabalha é a incerteza quanto ao futuro», resumiu a dirigente comunista.
Nos concelhos vizinhos, acrescentou, a situação não é muito diferente. Na Faurecia, instalada em São João da Madeira, os lucros não cessam de aumentar, ao mesmo tempo que muitos dos postos de trabalho são ocupados por trabalhadores com vínculos precários ou contratados através de empresas de aluguer de mão-de-obra. O mesmo se passa no Grupo Amorim, com forte presença na região.
A dirigente da JCP, por seu lado, referiu-se às obras necessárias e dos professores e funcionários em falta em muitas das escolas do distrito. As propinas, os exames nacionais e as carências na acção social escolar são barreiras objectivas à universalização da educação. Já o Estatuto do Aluno e o regime fundacional no Ensino Superior são atentados à gestão democrática, que a JCP continuará a combater.