Jerónimo de Sousa no debate quinzenal com o primeiro-ministro

Não à agressão à Venezuela

Je­ró­nimo de Sousa con­denou de forma ve­e­mente a «ope­ração gol­pista e de agressão à Ve­ne­zuela», cri­ti­cando o Go­verno pelo seu ali­nha­mento com os que a pro­movem, e de­fendeu o res­peito pela so­be­rania do povo, «sem in­ge­rên­cias ex­ternas».

Numa res­posta curta, An­tónio Costa re­feriu que a «le­gi­ti­mi­dade que foi re­co­nhe­cida para a con­vo­cação de elei­ções visa pre­ci­sa­mente as­se­gurar que o povo Ve­ne­zu­e­lano possa es­co­lher com total li­ber­dade, em elei­ções efec­ti­va­mente li­vres, nos termos e nos pa­râ­me­tros re­co­nhe­cidos por todo o di­reito in­ter­na­ci­onal, aquilo que é o seu fu­turo através da eleição de um novo pre­si­dente da Re­pú­blica».

«Com a po­sição que as­sumiu de re­co­nhe­ci­mento do pre­si­dente fan­toche no­meado pela Ad­mi­nis­tração Trump e re­co­nhe­cido por go­vernos como o de Bol­so­naro, o Go­verno por­tu­guês torna-se co-res­pon­sável pela agressão le­vada a cabo pelos EUA e pelas suas con­sequên­cias para o povo ve­ne­zu­e­lano e a co­mu­ni­dade por­tu­guesa que vive na­quele país», su­bli­nhara antes o líder co­mu­nista rei­te­rando o es­sen­cial da po­sição do PCP sobre os acon­te­ci­mentos na­quele país la­tino-ame­ri­cano.

Na sua pers­pec­tiva, o que se impõe é a «re­cusa do ali­nha­mento com aqueles que são res­pon­sá­veis por ten­ta­tivas de golpes de Es­tado, vi­o­lência e ter­ro­rismo, san­ções e blo­queio eco­nó­mico, con­fis­cação ilegal de bens e re­cursos fi­nan­ceiros da Ve­ne­zuela ou por pro­vo­ca­ções junto à sua fron­teira a co­berto de uma dita “ajuda hu­ma­ni­tária”, bem como da ameaça de in­ter­venção mi­litar re­a­fir­mada por Trump».

Je­ró­nimo de Sousa foi ainda muito claro ao afirmar que a «única po­sição con­sen­tânea com a de­fesa da paz, dos in­te­resses e as­pi­ra­ções do povo ve­ne­zu­e­lano é o res­peito do seu di­reito a de­cidir, sem in­ge­rên­cias ex­ternas, o seu fu­turo».



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