CDU não vira a cara à luta por um País desenvolvido
NORTE Nos dias 29 e 30 de Abril, João Ferreira esteve em contacto directo com a população, utentes e trabalhadores dos distritos de Braga e Aveiro. As questões laborais e sociais estiveram em destaque no périplo.
Coragem e determinação para transformar a vida e o mundo
Na segunda-feira, o cabeça-de-lista, acompanhado durante todo o dia por Mariana Silva e Rosa Guimarães, candidatas na lista da CDU às eleições de 26 de Maio para o Parlamento Europeu (PE), arrancou com uma iniciativa na Continental-Mabor. Naquela industria de pneus, os trabalhadores, com a sua luta, têm avançado na reposição e conquista de direitos. Em 2018, a multinacional aprovou o caderno reivindicativo apresentado por aqueles que fazem a empresa crescer. Os salários foram aumentados.
Entretanto, muitas dezenas de operários já manifestaram o seu apoio à Coligação PCP-PEV nas próximas eleições. A iniciativa – com representantes do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte e organizações representativas dos trabalhadores – contou ainda com a participação de Carla Cruz, deputada do PCP na Assembleia da República (AR), eleita pelo círculo de Braga, e mandatária distrital, bem como de Gonçalo Oliveira, da Comissão Política do Partido. Presenças que se mantiveram durante todo o dia. Aos trabalhadores, João Ferreira entregou o documento «Mais força à CDU».
Dali, a caravana partiu em direcção a Braga, para uma arruada entre o Arco da Porta Nova e a Arcada. Durante o percurso, de reconhecimento e de contactos esclarecedores, os candidatos e activistas, erguendo as bandeiras da Coligação PCP-PEV, conversaram com comerciantes e população em geral. «CDU, voto eu e votas tu» foram palavras que ecoaram. Aqui marcou também presença Carlos Almeida, vereador da Coligação PCP-PEV na autarquia.
No final, João Ferreira falou dos avanços tornados possíveis pela intervenção do PCP e do PEV nos últimos anos. «Todas e cada uma das medidas que contribuíram para a elevação dos salários, das pensões, do financiamento dos serviços públicos, do aumento de contribuições sociais, como o subsídio do desemprego, o abono de família, a devolução dos feriados roubados, a diminuição das taxas moderadoras da saúde, a gratuitidade dos manuais escolares, dos passes sociais intermodais, têm por detrás a iniciativa, o contributo, a intervenção da CDU», salientou.
Falou também daquilo que «ainda falta fazer». Dai a necessidade de «mais deputados eleitos da CDU» nas próximas eleições para o PE.
Todos são candidatos
O dia terminou em Famalicão, num comício na Praça 9 de Maio, local de encontro com os famalicenses. Perante aquele «bonito comício» e a ausência da comunicação social, com excepção do Avante!, João Ferreira pediu que cada um dos presentes seja «as televisões que não andam atrás de nós». «Temos armas que outros não têm: esta imensa generosidade, coragem e determinação para transformar a vida e o mundo», destacou.
O candidato acusou ainda PS, PSD e CDS de, também no PE, serem «iguais» quando, por exemplo, aprovaram a Política Agrícola Comum, que «varreu do mapa do nosso País mais de meio milhão de hectares de superfície agrícola útil» e «400 mil explorações agrícolas».
Recentemente, os mesmos partidos aprovaram a criação de um mercado europeu para fundos de pensões privados, uma medida que «ameaça a sustentabilidade da Segurança Social». O mesmo aconteceu com a compatibilização da vida profissional com a vida familiar. As licenças de paternidade e maternidade terão valores inferiores àquilo que já existe em Portugal.
Intervir em Aveiro
Terça-feira, em Paços de Brandão, João Ferreira esteve com os utentes dos CTT, que lhe transmitiram várias anomalias, nomeadamente ausência de distribuição diária do serviço postal. O encerramento da estação, que agora funciona numa loja de ferragens, transtorna a vida dos cidadãos.
O cabeça de lista da CDU – acompanhado por Isabel Souto, também candidata, e Octávio Augusto, da Comissão Política do PCP – defendeu que o serviço postal de um País é um elemento de proximidade e coesão territorial, algo que só pode ser garantido por um serviço público.
Depois de uma curta passagem por Santa Maria da Feira, tempo houve para contactar com os trabalhadores da fábrica têxtil Huber Tricot, exemplo da política dos baixos salários que atravessa o sector. Com a redução do preço dos transportes públicos e alargamento do passe social intermodal a todo o País, os patrões ameaçam agora deixar de pagar o subsídio de transporte.
Entre outras propostas, a CDU defende a melhoria dos salários e do salário mínimo nacional, a redução e regulação do horário de trabalho, a melhoria das condições de trabalho e o direito à reforma sem penalizações com 40 anos de descontos.
Repressão patronal
O périplo prosseguiu com um encontro com o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte. O despedimento ilícito (pela Fernando Couto – Cortiças, S.A) da corticeira Cristina Tavares, presente no encontro, foi referenciado, num exemplo de limitação e ataque aos direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores. Para o sindicato, a resolução deste processo de violência física e psicológica «poderá ser uma alavanca para que outros casos possam ser revolvidos também».
O sindicato denunciou outras situações inconcebíveis, como a «extinção» de secções para despedir aqueles que não aceitam o regime de laboração contínua, o agravamento de doenças profissionais, a desregulação dos horários de trabalho ou o banco de horas. «A precariedade amarra esta gente toda», salientou-se.
João Ferreira entregou um dossier com o trabalho desenvolvido pelos três deputados do PCP. Na actual legislatura fizeram mais perguntas que os outros 18 deputados portugueses.
O dia terminou na Yazaki Saltano, em Ovar. Na multinacional de componentes eléctricos para automóveis, o candidato falou com os trabalhadores e apresentou as propostas da CDU.