Rita Rato e Diana Ferreira, deputadas do PCP na Assembleia da República, endereçaram ao Ministério da Educação uma pergunta relativa ao caso da treinadora de futebol do Valadares Gaia, cuja equipa defrontou o Benfica na final da Taça de Portugal, que não pôde entrar no Estádio Nacional com o seu bebé de apenas 15 dias, o que levou a que chegasse atrasada meia hora a esse importante compromisso. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) justificou-se alegando que «não é permitida a presença de crianças com idade inferior a três anos no recinto desportivo».

Para as deputadas comunistas, está-se perante uma situação «inaceitável e vergonhosa», que mostra bem o «tanto que falta fazer para que a igualdade na lei seja igualdade na vida». Este «lamentável episódio», lê-se ainda no texto, «é bem revelador da persistente discriminação das mulheres no mundo desportivo e da importância da denúncia de todas as situações». A FPF, acrescentam Rita Rato e Diana Ferreira, «deveria estar na primeira linha da defesa do direito à participação desportiva em condições de igualdade e não negar e limitar esse direito».

Do Governo, o PCP quer saber que avaliação faz deste caso e que medidas pretende tomar para «impedir discriminações de atletas, treinadoras e equipa técnica no desempenho profissional e articulação com direitos e maternidade» e, claro, para que casos semelhantes não se repitam.