Manuel Rodrigues, membro da Comissão Política e director do Avante

Sublime expressão do ideal e projecto comunistas

Qua­renta e três anos de­pois da sua pri­meira edição, a Festa do Avante!, Festa do Por­tugal de Abril, aqui está afir­mando-se, cada ano, sempre di­fe­rente, sempre bo­nita, sempre nova, re­flec­tindo assim a iden­ti­dade do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês.

A Festa do Avante! – su­blime ex­pressão do ideal e do pro­jecto co­mu­nistas – aqui está a mos­trar que é pos­sível re­sistir e avançar; que é pos­sível fazer frente às ad­ver­si­dades e aos pe­rigos pela in­ter­venção e pela luta or­ga­ni­zada, sempre com uma pro­funda e in­des­tru­tível li­gação às as­pi­ra­ções, às lutas e re­a­li­za­ções dos tra­ba­lha­dores, da ju­ven­tude e do povo por­tu­guês.

E é por isso que os ini­migos da Festa do Avante!, pen­sando ser pos­sível e de­se­jando pôr-lhe fim, todos os anos movem contra ela ver­da­deiros ar­se­nais de men­tiras, si­lên­cios, ca­ri­ca­turas e ca­lú­nias. Frus­trados os de­sejos pe­rante uma Festa e um Par­tido que, em vez de su­cum­birem, se afirmam e avançam, ei-los de novo à carga, como voltou a acon­tecer este ano, bol­sando novas e re­quen­tadas doses de ve­neno do seu ódio de classe.

De­sen­ganem-se mais uma vez! Esta é a festa que é (e assim vai con­ti­nuar a ser) porque é a Festa de um Par­tido com uma iden­ti­dade dis­tin­tiva, o Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês; porque é a festa da ju­ven­tude e do povo por­tu­guês; porque é a festa da afir­mação da so­be­rania e in­de­pen­dência na­ci­onal, da co­o­pe­ração e da ami­zade entre os povos e da luta pela paz; porque é a festa dum ideal e de um pro­jecto ca­ti­vantes que, em vez de ir­re­a­li­zável utopia, são exi­gência da ac­tu­a­li­dade e do fu­turo.

Esta é a Festa de Abril – cujo 45.º ani­ver­sário aqui é as­si­na­lado com uma grande ex­po­sição no Pa­vi­lhão Cen­tral – e porque de Abril é, é a festa que faz frente aos ventos sau­do­sistas do fas­cismo que o ca­pi­ta­lismo mo­no­po­lista de novo faz so­prar. E porque sem li­ber­dade e am­bi­ente sau­dável nem seria pos­sível uma festa como esta, de Abril é e de Abril con­ti­nuará a ser, pro­jec­tando os seus va­lores no fu­turo de Por­tugal.

Esta é a festa da so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista que conta com a par­ti­ci­pação de de­zenas de par­tidos co­mu­nistas e or­ga­ni­za­ções pro­gres­sistas vindos dos quatro cantos do mundo que aqui trazem o tes­te­munho vivo da cul­tura e da luta dos seus povos. Esta é a Festa que, no mo­mento em que es­tamos en­vol­vidos numa de­ci­siva ba­talha elei­toral, aqui afirma que, avançar é pre­ciso!, andar para trás, não! e que para isso é es­sen­cial dar mais força à CDU!

Esta é a festa que é porque é a festa que dá pro­jecção à luta que o PCP e a CDU, os tra­ba­lha­dores e o povo, travam por avanços na de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos, pela rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e por uma po­lí­tica al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda que as­se­gure o de­sen­vol­vi­mento so­be­rano do País, por uma de­mo­cracia avan­çada com os va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal, por uma so­ci­e­dade nova li­ber­tada da ex­plo­ração e da opressão, o so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo.

Sau­damos, pois, as or­ga­ni­za­ções e os mem­bros do PCP e da JCP cuja mi­li­tância er­gueu, pro­moveu, di­vulgou e faz fun­ci­onar esta Festa, numa di­nâ­mica de tra­balho co­lec­tivo ver­da­dei­ra­mente exem­plar. Com re­co­nhe­cida gra­tidão, sau­damos igual­mente todos os amigos do PCP e da Festa pela sua ines­ti­mável e ge­ne­rosa par­ti­ci­pação neste tra­balho.

Sau­da­ções so­li­dá­rias

Saúdo, com res­peito, todos os vi­si­tantes da Festa. Saúdo os mi­li­tantes do PCP e da JCP, mas também os nossos ali­ados na CDU, o Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» e a In­ter­venção De­mo­crá­tica, os mem­bros de ou­tras forças po­lí­ticas, de­mo­cratas e pa­tri­otas sem fi­li­ação par­ti­dária e os mi­lhares de jo­vens que com o seu tra­balho ou sim­ples pre­sença, a sua ale­gria de viver e de lutar, fazem desta a festa da ju­ven­tude, a festa do fu­turo.

Daqui di­ri­gimos uma sau­dação e um agra­de­ci­mento às di­versas en­ti­dades pú­blicas e pri­vadas que, com o seu apoio, con­tri­buíram para o fun­ci­o­na­mento e o êxito da Festa.

A cen­tenas de as­so­ci­a­ções, co­lec­ti­vi­dades e fe­de­ra­ções des­por­tivas; As­so­ci­ação 25 de Abril; Nú­cleo de Fí­sica do Ins­ti­tuto Su­pe­rior Téc­nico; SICAD – Ser­viço de In­ter­venção nos Com­por­ta­mentos Adi­tivos e nas De­pen­dên­cias; Fer­tagus e Sul Fer­tagus; Trans­portes Sul do Tejo; Amarsul; Fe­de­ração dos Bom­beiros do dis­trito de Se­túbal e às cor­po­ra­ções de Bom­beiros Mistos do Con­celho do Seixal, Bom­beiros Mistos da Amora, Sul e Su­este; Guarda Na­ci­onal Re­pu­bli­cana e Po­lícia de Se­gu­rança Pú­blica; juntas de fre­guesia dos con­ce­lhos do Seixal e Al­mada, entre muitas ou­tras; câ­maras mu­ni­ci­pais da Área Me­tro­po­li­tana de Lisboa – Lisboa, Loures, Moita, Pal­mela, Se­simbra, Se­túbal e também às câ­maras mu­ni­ci­pais de Grân­dola e de Silves e, de forma de forma par­ti­cular, à Câ­mara Mu­ni­cipal do Seixal, mu­ni­cípio que acolhe a Festa; à Freshwater, ao Amora Fu­tebol Clube, aos nossos vi­zi­nhos e a toda a po­pu­lação da Amora, com quem par­ti­lhamos esta Festa.

E, claro, uma sau­dação muito es­pe­cial para os nossos con­vi­dados es­tran­geiros, re­pre­sen­tantes de par­tidos co­mu­nistas e ou­tras or­ga­ni­za­ções pro­gres­sistas que aqui nos trou­xeram com a sua so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista no­tí­cias das lutas tra­vadas pelos seus mi­li­tantes e pelos seus povos – ca­ma­radas e com­pa­nheiros de luta vindos de: Ale­manha, An­gola, Ar­gen­tina, Ba­rain, Bél­gica, Bi­e­lo­rússia, Bo­lívia, Brasil, Cabo Verde, Chile, China, Chipre, Colômbia, Cuba, Di­na­marca, Es­panha, Es­tados Unidos da Amé­rica, França, Grécia, Guiné-Bissau, Ho­landa, Irão, Ir­landa, Itália, Laos, Lí­bano, Mo­çam­bique, Mar­rocos, Pa­les­tina, Peru, Po­lónia, Reino Unido, Re­pú­blica Checa, Rússia, Saara Oci­dental, S. Tomé e Prín­cipe, Suíça, Timor Leste, Tur­quia, Ucrânia, Ve­ne­zuela, Vi­et­name.

Sejam bem-vindos! A todos estes ca­ma­radas e com­pa­nheiros de luta – e aos muitos que não po­dendo estar pre­sentes nos en­vi­aram sau­da­ções – ma­ni­fes­tamos a so­li­da­ri­e­dade dos co­mu­nistas por­tu­gueses com as lutas que travam nos seus países.

Ale­gria de viver e lutar

Ter­mino com uma sau­dação es­pe­cial a todos os que se em­pe­nham para que esta festa con­tinue a ser ex­pressão dos ob­jec­tivos pelos quais luta o Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês. Ob­jec­tivos que Álvaro Cu­nhal sin­te­tizou desta forma sin­gular: «o nosso ideal, dos co­mu­nistas por­tu­gueses é a li­ber­tação dos tra­ba­lha­dores por­tu­gueses e do povo por­tu­guês de todas as formas de ex­plo­ração e de opressão», su­bli­nhando ao mesmo tempo que «a ale­gria de viver e de lutar vem-nos da pro­funda con­vicção de que é justa, em­pol­gante e in­ven­cível a causa por que lu­tamos».

Com esta con­vicção, tudo fa­remos para que o ano que nos se­para da pró­xima Festa do Avante! seja de avanço na con­cre­ti­zação do ideal que nor­teia a nossa acção. E, sem su­bes­timar di­fi­cul­dades, pe­rigos e in­cer­tezas, re­a­fir­mamos o que esta Festa con­tinua a con­firmar: que há ra­zões para a ale­gria e ina­ba­lável con­fi­ança com que vi­vemos e lu­tamos.




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