Mais tropas dos EUA para o Médio Oriente

ESCALADA No quadro da sua crescente presença militar no Médio Oriente, os EUA vão enviar tropas para a Árabia Saudita e os Emiratos. Ficarão ligadas à defesa aérea e de mísseis, anunciou o Pentágono.

O secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, anunciou o envio de tropas norte-americanas para a Arábia Saudita e os Emiratos Árabes Unidos, em «resposta» ao ataque contra refinarias de petróleo sauditas. Tanto Washington como Riad responsabilizam o Irão pelo ataque, apesar de as autoridades de Teerão negarem. Aliás, os rebeldes hutís, do Iémen, reivindicaram as acções contra as instalações petrolíferas sauditas, no dia 14.

De acordo com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, os acontecimentos foram uma resposta recíproca do povo iemenita à brutal campanha aérea da Arábia Saudita que provocou no Iémen o que as Nações Unidas consideram ser uma das piores crises humanitárias mundiais.

Após uma reunião com o presidente, na Casa Branca, no dia 20, o chefe do Pentágono assegurou aos jornalistas que Donald Trump aprovou o envio de tropas com alegado carácter defensivo. A tarefa principal dos militares será a defesa aérea e de mísseis, explicou Esper, informando que os EUA vão acelerar o processo de entrega de armamento à Arábia Saudita e aos Emiratos. «Cremos que por agora isto será suficiente, mas pode haver envios adicionais de tropas conforme evoluir a situação», clarificou o secretário de Defesa.

Além disso, retomando declarações anteriores de Trump, garantiu que os EUA não desejam um conflito bélico com o Irão, embora existam «opções militares disponíveis». Disse também que, depois dos ataques às instalações petrolíferas, tanto a Arábia Saudita como os Emiratos pediram apoio internacional para proteger as suas infra-estruturas.

Na mesma ocasião, o chefe do estado-maior conjunto dos EUA, general Joseph Dunford, informou que o envio de tropas será «moderado», mas não especificou o número de militares envolvidos.

Como parte da constante agressividade de Washington face a Teerão, Trump anunciou no final da semana passada mais sanções «ao nível máximo» contra o banco nacional do Irão. As represálias estado-unidenses golpeiam de maneira directa a cúpula do Irão, escreveu no Twitter, sugerindo que os EUA «têm razões para crer que sabem» quem é o responsável do ataque às refinarias sauditas.

Já depois do ataque que atingiu as instalações petrolíferas da empresa saudita Aramco, a coligação militar encabeçada pela Arábia Saudita anunciou que atacou, no Iémen, os rebeldes hutís, destruindo quatro instalações militares a Norte da cidade portuária de Hodeida.

Diálogo sem sanções

O Irão aceitará um diálogo com os EUA se forem levantadas as sanções contra a república islâmica, afirmou o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohammed Yavad Zarif, em entrevista à televisão norte-americana CNN, retransmitida na terça-feira, 24, em Teerão. De acordo com o chefe da diplomacia, o Irão está pronto para assinar um tratado permanente com os EUA, incluindo o mecanismo para observar instalações nucleares por meio dos inspectores da Organização Internacional de Energia Atómica.

Zarif – a quem Washington negou conceder visto de entrada para participar dos trabalhos da Assembleia Geral das Nações Unidas, a decorrer na sede da ONU em Nova Iorque – indicou à CNN que esse convénio complementará o existente e reafirmou que a nação dos persas não visa produzir armas nucleares mas apenas desenvolver o nuclear com fins pacíficos.

O diplomata adiantou que o presidente Rouhani apresentará um plano de segurança para a navegação marítima pelo Golfo Pérsico/Arábico, sob a supervisão da ONU. Na opinião de Zarif, neste projecto deveriam participar Irão, Iraque, Arábia Saudita, Barein, Emiratos Árabes Unidos, Oman e Kuwait, quer dizer, os países ribeirinhos do golfo e nenhum de fora da sua bacia.




Mais artigos de: Internacional

Venezuela denuncia planos de mais agressões

TRATADO Os EUA e seus parceiros activaram um tratado para facilitar mais acções contra Caracas. O governo bolivariano já denunciou a manobra, ilegal, cuja única finalidade é «agredir» a Venezuela.

Uma nova página na Guiné-Bissau

A República da Guiné-Bissau assinalou 46 anos de existência em ambiente de campanha, tendo em vista as próximas eleições presidenciais. Foi a 24 de Setembro de 1973, ainda em plena luta armada de libertação nacional, que o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), proclamou o nascimento do Estado...