Jornadas Parlamentares do PCP

Eliminar constrangimentos na saúde

Enorme ca­rência de pro­fis­si­o­nais de saúde, equi­pa­mentos ob­so­letos, de­sa­de­quação de ins­ta­la­ções de cen­tros de saúde e hos­pi­tais, au­sência de con­di­ções de tra­balho, eis, em traços largos, o quadro que está hoje criado fruto de dé­cadas de sub­fi­nan­ci­a­mento do SNS.

Da não con­tra­tação de pro­fis­si­o­nais de saúde em nú­mero ajus­tado às ne­ces­si­dades de fun­ci­o­na­mento dos ser­viços, a que se junta a «saída an­te­ci­pada de muitos pro­fis­si­o­nais» por «des­mo­ti­vação, can­saço e não re­co­nhe­ci­mento pelo seu em­penho e de­di­cação», re­sultam sé­rios «cons­tran­gi­mentos em es­ta­be­le­ci­mentos do SNS». São disso exemplo os ele­vados tempos de es­pera para con­sultas, ci­rur­gias, meios com­ple­men­tares de di­ag­nós­tico e te­ra­pêu­tica ou tra­ta­mentos, pas­sando pela re­dução do ho­rário de fun­ci­o­na­mento, até ao pró­prio fecho par­cial de ser­viços e va­lên­cias.

Daí que a va­lo­ri­zação dos pro­fis­si­o­nais de saúde nos planos pro­fis­si­onal, so­cial e re­mu­ne­ra­tório, para ga­rantir a sua per­ma­nência no SNS, seja, na pers­pec­tiva do PCP, uma me­dida de ca­rácter im­pres­cin­dível e ina­diável.

«O ser­viço de Gas­tro­en­te­ro­logia em Évora cons­titui um pro­blema grave mas nos ou­tros hos­pi­tais é um pro­blema ainda maior», de­clarou João Oli­veira aos jor­na­listas, alu­dindo à di­fi­cul­dade de fixar pro­fis­si­o­nais nas áreas do mundo rural, após vi­sita àquela uni­dade de saúde onde uma de­le­gação do PCP foi re­ce­bida pela pre­si­dente do con­selho de ad­mi­nis­tração, Fi­lo­mena Mendes, tendo en­sejo de con­tactar de perto com al­guns ser­viços, no­me­a­da­mente, para além de gastro, com a ur­gência e a on­co­logia.

Um pro­blema cuja re­so­lução passa por «me­didas de in­cen­tivo, de me­lhoria das con­di­ções de tra­balho, mas também por me­didas que evitem que o SNS con­tinue a ser san­grado de pro­fis­si­o­nais pelo ne­gócio da do­ença, que vai pro­li­fe­rando por todo o lado e que, na­tu­ral­mente, dis­puta pro­fis­si­o­nais ao SNS», acres­centou o líder par­la­mentar do PCP.

E por isso nas Jor­nadas foi de­ci­dido apre­sentar um pro­jecto de re­so­lução onde se re­co­menda ao Go­verno que pro­ceda a essa va­lo­ri­zação, de­sig­na­da­mente quanto a car­reiras e di­reitos, de­sen­vol­vi­mento pro­fis­si­onal e cri­ação de con­di­ções para que os pro­fis­si­o­nais possam re­a­lizar ac­ti­vi­dades de in­ves­ti­gação e de for­mação con­tínua.

Os nú­meros de re­cu­pe­ração de listas de es­pera, au­mento de con­sultas e de ci­rur­gias na­quele hos­pital foi também muito va­lo­ri­zado por João Oli­veira, que con­si­derou ser esse o re­sul­tado do «es­forço enor­mís­simo dos pro­fis­si­o­nais de saúde» que, «além do seu ho­rário normal, tra­ba­lham aos sá­bados, do­mingos, fe­ri­ados para po­derem dar a res­posta que a po­pu­lação ne­ces­sita».

Ainda no plano da saúde, mas já em ma­téria de equi­pa­mentos e infra-es­tru­turas, nas Jor­nadas foi anun­ciada também a en­trega de um pro­jecto de lei de pro­gra­mação plu­ri­a­nual de in­ves­ti­mentos nos es­ta­be­le­ci­mentos do SNS, que pla­ni­fique o in­ves­ti­mento nas di­versas áreas.



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