Obsessão do excedente criticada pela CGTP-IN

POSIÇÃO «Não es­tamos pe­rante um Or­ça­mento de con­ti­nui­dade, como o Go­verno se tem es­for­çado por fazer crer», con­testa a In­ter­sin­dical Na­ci­onal, na sua aná­lise à pro­posta de OE para 2020.

As ac­tu­a­li­za­ções sa­la­riais pre­co­ni­zadas são in­sul­tu­osas

Aquilo que o Go­verno in­cluiu na pro­posta está «muito mais vi­rado para a con­tenção da des­pesa e a ob­sessão de um ex­ce­dente or­ça­mental, do que para a re­a­li­zação dos in­ves­ti­mentos de que o País pre­cisa», afirma a CGTP-IN.

A po­sição da con­fe­de­ração foi tor­nada pú­blica a 26 de De­zembro, de­pois de uma sua de­le­gação ter sido re­ce­bida pelo Pre­si­dente da Re­pú­blica, no âm­bito das aus­cul­ta­ções sobre a pro­posta de Or­ça­mento do Es­tado para este ano.

A CGTP-IN en­tende que a pro­posta do Go­verno «está longe de cor­res­ponder às le­gi­timas ex­pec­ta­tivas dos tra­ba­lha­dores e da po­pu­lação», porque:

– «con­templa ac­tu­a­li­za­ções ri­dí­culas e in­sul­tu­osas para os tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica»;

– as pen­sões «vão ser au­to­ma­ti­ca­mente ac­tu­a­li­zadas em va­lores muito baixos» e «não existem ou­tras me­didas con­cretas, à ex­cepção de uma vaga pro­messa»;

– «na pro­tecção dos de­sem­pre­gados, não se avança nada de novo, ha­vendo apenas re­no­vação de me­didas em vigor nos anos an­te­ri­ores»;

– «re­gista-se pouco alívio fiscal para as fa­mí­lias, já que nada se avança no sen­tido da maior pro­gres­si­vi­dade do IRS», en­quanto «au­menta a pressão ao nível dos im­postos in­di­rectos».

O al­me­jado ex­ce­dente or­ça­mental «re­pre­senta 436 mi­lhões de euros, que não vão ser apli­cados em in­ves­ti­mentos eco­nó­micos e so­ciais, de que o País tanto pre­cisa», sa­li­en­tando a Inter que, «apesar das pro­messas, a pro­posta não apre­senta um re­forço sig­ni­fi­ca­tivo do in­ves­ti­mento pú­blico», fi­cando-se por «me­didas cau­te­losas, nunca de grande di­mensão».

Assim, «o pro­me­tido re­forço na Saúde fica muito aquém das ne­ces­si­dades de um SNS de­pau­pe­rado a todos os ní­veis», da mesma forma que «o anun­ciado re­forço da pro­tecção so­cial, para com­bater as de­si­gual­dades e a po­breza, fica-se mais pelas pro­messas do que pela re­a­li­zação prá­tica».

Na­ta­li­dade?

A pro­posta de OE2020 «é ainda mais curta» quanto ao as­su­mido ob­jec­tivo de res­ponder ao pro­blema de­mo­grá­fico do País. A este pro­pó­sito, a CGTP-IN ob­serva que «o anun­ciado au­mento da de­dução fixa por de­pen­dente a partir do ter­ceiro filho vai, na re­a­li­dade, abranger um nú­mero muito li­mi­tado de fa­mí­lias»; o au­mento do abono de fa­mília é «muito in­su­fi­ci­ente para as ne­ces­si­dades das fa­mí­lias, tra­du­zindo-se em mais um tí­mido avanço, que abrange apenas as cri­anças mais novas».

Com re­co­nhe­cida im­por­tância também para a pro­moção da na­ta­li­dade, a con­ci­li­ação da vida pro­fis­si­onal com a vida fa­mi­liar «não me­rece re­fe­rên­cias sig­ni­fi­ca­tivas», tal como su­cede com «a ga­rantia da es­ta­bi­li­dade do em­prego, a su­bida dos sa­lá­rios e a re­gu­lação dos ho­rá­rios de tra­balho, con­di­ções fun­da­men­tais para a de­cisão de ter fi­lhos».

O «IRS jovem», in­se­rido no ob­jec­tivo de in­versão da ten­dência de­mo­grá­fica, trará «be­ne­fí­cios, ainda que li­mi­tados, aos que forem abran­gidos», mas «po­derá in­serir-se na linha in­di­ciada no pro­jec­tado Acordo para a Com­pe­ti­ti­vi­dade e Ren­di­mentos». Neste, acusa a CGTP-IN, «o re­forço dos ren­di­mentos não sa­la­riais apa­rece como forma de com­pensar ou subs­ti­tuir os au­mentos sa­la­riais que o pa­tro­nato pro­cura con­di­ci­onar».

 



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