Agora e sempre o PCP está presente!

Patrícia Machado (Membro da Comissão Política)

Como o Par­tido tem de­nun­ciado, está em curso uma forte cam­panha contra o PCP. Ata­ques que não sendo novos, ga­nham novos con­tornos, com cada vez mais re­quin­tados ins­tru­mentos a que pre­ci­samos não só de estar atentos, como dar-lhes com­bate a partir da nossa acção, in­ter­venção e luta.

O ataque ao PCP ganha novos con­tornos e ins­tru­mentos

Tudo tem va­lido, como a men­tira e a ca­lúnia, ao mesmo tempo que se si­lencia a imensa in­ter­venção que o PCP tem tido na de­fesa dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País, em torno dos pro­blemas con­cretos, com pro­postas e na luta por uma po­lí­tica al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda que lhes dê res­posta.

O alvo es­co­lhido pelo grande ca­pital e os sec­tores mais re­ac­ci­o­ná­rios vai sendo es­co­lhido em função dos seus in­te­resses de classe. Ajus­tando o fato à sua me­dida sempre com um pre­texto, um de­sen­vol­vi­mento e uma con­sequência cri­ados, ali­men­tados e, claro, «ven­didos» como ine­vi­tá­veis.

O alvo, nas úl­timas se­manas, é a Festa do Avante!, mas bem sa­bemos que o que está por trás, nos seus pro­pó­sitos, é o ataque ao PCP, à re­sis­tência, à or­ga­ni­zação e à luta dos tra­ba­lha­dores, é o ataque às raízes do re­gime de­mo­crá­tico e aos va­lores de Abril.

A des­ca­rada ins­tru­men­ta­li­zação de le­gí­timas pre­o­cu­pa­ções em torno do surto epi­dé­mico não pode valer tudo. A cri­ação de falsos focos de pro­blemas e de medos, des­vi­ando as aten­ções do que é es­sen­cial não pode deixar de me­recer com­bate.

Não vale tudo

Não pode valer que queiram li­mitar a luta dos tra­ba­lha­dores quando exigem que tra­ba­lhem mais e com menos di­reitos, que acre­ditem que o te­le­tra­balho e o não au­mento dos sa­lá­rios são ine­vi­tá­veis, que têm de ir tra­ba­lhar em trans­portes lo­tados porque não se pode alargar a rede de trans­portes.

Não pode valer di­zerem às cri­anças que é im­por­tante que não brin­quem, que não par­ti­lhem brin­quedos, que não corram com amigos e que o en­sino à dis­tância é bom; achando na­tu­rais as­pectos que são ne­ga­tivos para o seu de­sen­vol­vi­mento psi­co­motor.

Não pode valer di­zerem aos mais idosos que não devem con­viver com os netos, que se devem isolar e que o que ti­verem de tratar que seja por te­le­fone. Que têm de aguentar sem o apoio dos cen­tros de dia mesmo com si­tu­a­ções de grande aflição dos pró­prios e das suas fa­mí­lias, sem que se en­contre as so­lu­ções ne­ces­sá­rias que lhes per­mita viver com dig­ni­dade.

Não pode valer que se apele à com­pre­ensão para a não re­a­ber­tura das ex­ten­sões de saúde ou que as con­sultas sejam feitas na rua ou ainda que, a partir de li­mi­ta­ções exis­tentes no SNS se pro­cure abrir ca­minho a in­te­resses pri­vados na saúde ao invés de cor­res­ponder às me­didas ne­ces­sá­rias, no­me­a­da­mente com mais in­ves­ti­mento no SNS.

Não pode valer di­zerem aos micro, pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, agri­cul­tores e pro­du­tores que a pro­dução na­ci­onal não pode ser de­fen­dida, quando esta é in­dis­pen­sável e es­tru­tu­rante.

E como não pode valer tudo, este Par­tido na­tu­ral­mente está onde tem de estar, com a sua acção e luta, ao lado dos tra­ba­lha­dores e do povo.

Es­pe­rança e con­fi­ança

Qui­seram que o 25 de Abril não es­ti­vesse vivo nas ruas, ja­nelas e AR, mas es­teve. Qui­seram que os tra­ba­lha­dores não lu­tassem no 1.º de Maio mas lu­taram e con­ti­nuam a lutar em muitas em­presas e lo­cais de tra­balho.

Claro que também não querem que o PCP in­ter­venha e que a Festa do Avante! se re­a­lize. Não pelo re­ceio que tentam in­cutir como pre­texto, mas sim porque sabem o que ela re­pre­senta de re­sis­tência, de luta, da so­li­da­ri­e­dade e de ex­pressão cul­tural ímpar, num sinal claro de es­pe­rança e con­fi­ança de que é pos­sível com­bater o vírus, sem pôr em causa di­reitos e li­ber­dades. A sua re­a­li­zação, a par­ti­ci­pação dos mi­li­tantes co­mu­nistas, de­mo­cratas e pa­tri­otas, par­ti­cu­lar­mente no co­mício de do­mingo, será sem dú­vida uma forte ex­pressão dessa afir­mação.




Mais artigos de: Opinião

Avante! - confiança, liberdade, futuro

A Festa do Avante está confrontada com a mais continuada e violenta campanha de sempre com vista à sua liquidação. É verdade que há quem esteja preocupado com o quadro sanitário e a esses importa lembrar que o PCP honra com verdade um século de luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo, que com toda a...

Troca-tintas

Os EUA não se sentem suficientemente acompanhados na ofensiva contra a Venezuela. Empenharam o aparelho diplomático na questão, e o Departamento de Estado de Pompeo saiu-se em 14 de Agosto com uma lista de 29 «democracias» que partilham o empenho EUA numa «mudança democrática» para a Venezuela. Entre essas democracias...

O azar do Magalhães

O Nuno Magalhães do CDS teve azar. Foi num debate com o nosso Miguel Tiago, na RTP3. O sorriso do Miguel enchia o ecrã enquanto lhe dizia: «já disseste tudo». E de facto tinha dito. Perorava o rapaz do CDS sobre a luta pela democracia e os direitos humanos na Bielorrússia, quando se saiu com esta brilhante sentença:...

Democracia «a la carte»

Os Estados Unidos e a União Europeia estão preocupados com a democracia na Bielorrússia. A tese da última ditadura da Europa volta agora em força, martelada pela comunicação social dominante – ou, antes, dominada pelo imperialismo. Mas esta crónica não é sobre a Bielorrússia, nem sequer sobre mais uma revolução colorida...

Três exemplos

No Líbano tira-se partido da catástrofe para desenvolver uma operação que, à semelhança de acontecimentos ocorridos no quadro das «Primaveras Árabes», visa uma reconfiguração política que pretende amarrar aquele país aos planos imperialistas na região. O que move o imperialismo no Líbano não são os reais problemas que...