O governo dos Estados Unidos anunciou novas sanções destinadas a recrudescer o bloqueio económico, comercial e financeiro contra Cuba, apesar da rejeição internacional a esse cerco unilateral.

Conhecidas no dia 23 do mês findo, as restrições entraram em vigor no dia seguinte. O Departamento do Tesouro norte-americano especificou que foram proibidas importações de rum e charutos de Cuba, assim como a hospedagem na ilha em hotéis que sejam propriedade do Estado cubano. As agências de viagens e empresas turísticas sujeitas à jurisdição norte-americana não poderão efectuar reservas nesses estabelecimentos turísticos.

O anúncio das medidas unilaterais foi feito pouco depois de o presidente Donald Trump ter agradecido o apoio, tendo em vista as eleições de 3 de Novembro nos EUA, de dirigentes dos restos da brigada mercenária 2506, que sofreu uma derrota esmagadora em Playa Girón (Baía dos Porcos), em Abril de 1961. Esse grupo participou na invasão a Cuba, com o apoio material e financeiro do governo do presidente John F. Kennedy, destinada a esmagar a nascente Revolução Cubana que triunfou a 1 de Janeiro de 1959.

No novo pacote de sanções, o Departamento do Tesouro também eliminou a política de autorização geral de viagens para a participação ou organização de conferências, seminários, exposições e eventos desportivos. A partir de agora, os cidadãos residentes e as empresas sujeitos às leis norte-americanas deverão solicitar uma autorização ou licença específica para estas actividades.

Na sua mensagem em vídeo ao plenário da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, no seu 75.º período de sessões, o chefe do Estado de Cuba, Miguel Díaz-Canel, destacou que, não obstante o recrudescimento do bloqueio dos EUA, o sistema de saúde de Cuba conseguiu dar uma resposta efectiva face à epidemia de COVID-19. O presidente cubano denunciou a agressividade do bloqueio comercial, económico e financeiro imposto pelos EUA contra o país caribenho, bloqueio que recrudesceu no meio da pandemia.