Resistência na Cultura em Trás-os-Montes

A longa e cada vez mais ac­tual luta do PCP em de­fesa da Cul­tura es­teve em de­bate, na manhã de sá­bado, 9, em Ma­cedo De Ca­va­leiros. A ini­ci­a­tiva, pro­mo­vida pela Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Bra­gança (ORBA) do PCP, in­te­grada nas co­me­mo­ra­ções do Cen­te­nário do Par­tido, de­correu na Casa da Cul­tura da ci­dade trans­mon­tana, com in­ter­ven­ções de Da­niel Vi­eira, res­pon­sável pelo Sector In­te­lec­tual da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Porto do PCP, e de An­tónio Mo­rais, membro da Di­recção da ORBA, se­guidas de de­bate e de um mo­mento mu­sical.

As cerca de 30 pes­soas pre­sentes ti­veram opor­tu­ni­dade de par­ti­cipar numa fértil dis­cussão, que in­cluiu re­fle­xões sobre a cul­tura e cri­ação ar­tís­ticas en­quanto com­po­nentes fun­da­men­tais do pro­cesso de de­mo­cra­ti­zação da so­ci­e­dade. Re­fle­xões fun­da­men­tadas por Da­niel Vi­eira com exem­plos con­cretos re­ti­rados da his­tória con­tem­po­rânea na­ci­onal, en­tre­la­çados com o pa­tri­mónio de luta e o pro­grama po­lí­tico do PCP para o sector.

An­tónio Mo­rais, por sua vez, re­alçou as «sin­gu­la­ri­dades cul­tu­rais» da re­gião: desde o pe­rene sen­tido co­mu­ni­tário – fruto das duras con­di­ções de vida e das ne­ces­sá­rias es­tra­té­gias de so­bre­vi­vência – às ex­pres­sões da cul­tura po­pular que, só após a Re­vo­lução de Abril, se pu­deram afirmar, li­bertas que foram do manto opressor do fas­cismo e da pro­pa­ganda ofi­cial de um re­gime di­ta­to­rial apos­tado em re­tratar a ru­ra­li­dade como um exemplo idí­lico de har­monia e ordem so­cial.

Lan­çado o de­bate, su­ce­deram-se as in­ter­ven­ções do pú­blico sobre a cul­tura e a re­sis­tência que através dela se mo­bi­lizou em terras trans­mon­tanas.

Por outro lado, foi va­lo­ri­zado o tre­mendo im­pacto das cam­pa­nhas de al­fa­be­ti­zação saídas da Re­vo­lução de Abril na re­gião.

Mú­sica no com­bate

Após o de­bate, mo­de­rado por Joana Mon­teiro, da DORBA, ini­ciou-se um mo­mento cul­tural, de­di­cado à va­lo­ri­zação da mú­sica mi­ran­desa.

O amigo Paulo Preto, co­nhe­cido mú­sico dos Ga­landum Ga­lun­daina, tocou ins­tru­mentos tra­di­ci­o­nais, como a gaita de fole mi­ran­desa, a flauta pas­toril e o tam­boril. Acres­centou ainda – por boa me­dida – um ro­mance pas­toril à san­fona e fez-se acom­pa­nhar pelo re­a­lejo de João Paulo Castro. Nos in­ter­valos foi con­ver­sando, como grande di­vul­gador e de­fensor da iden­ti­dade cul­tural das Terras de Mi­randa que é, tendo ter­mi­nado a ini­ci­a­tiva com uma po­de­rosa in­ter­pre­tação da Car­va­lhesa de Vi­nhais, mú­sica-hino de com­bate.




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