A luta dos tra­ba­lha­dores «sempre foi e con­ti­nuará a ser de­ter­mi­nante para con­cre­tizar avanços», «é de­ci­siva para se ga­nhar cons­ci­ência so­cial, passo im­por­tante na cons­ci­en­ci­a­li­zação po­lí­tica», uma vez que, no com­bate «pelo au­mento dos sa­lá­rios, pelos di­reitos, pela re­dução do ho­rário de tra­balho e tantas ou­tras justas rei­vin­di­ca­ções, o que está em causa é também a luta contra a ex­plo­ração».

Quando o mo­vi­mento sin­dical de­sen­volve a so­li­da­ri­e­dade com povos em luta, «está a re­forçar-se, pois além de cum­prir com um dever de classe, está a con­tri­buir para a ele­vação da cons­ci­ência dos tra­ba­lha­dores».

Para o Par­tido e para os sin­di­catos, «o me­lhor campo de re­cru­ta­mento é sempre o campo da luta».

«O co­ração da in­ter­venção da cé­lula do Par­tido» devem ser «os pro­blemas dos tra­ba­lha­dores e a con­tri­buição para o es­cla­re­ci­mento, para a mo­bi­li­zação, para a uni­dade e para a luta», como na Santa Casa da Mi­se­ri­córdia de Lisboa, «apesar de todas as ine­vi­tá­veis di­fi­cul­dades».

O mo­vi­mento sin­dical uni­tário, «cal­deado de­baixo da re­pressão fas­cista, as­sumiu sempre como ma­triz a cons­trução ampla da uni­dade entre tra­ba­lha­dores», «em torno de ob­jec­tivos que se opõem aos do ca­pital, no plano eco­nó­mico e so­cial».

Sendo a uni­dade na acção dos tra­ba­lha­dores «um enorme obs­tá­culo ao ca­pital para in­ten­si­ficar a ex­plo­ração», «o pa­tro­nato re­correu a di­versos ex­pe­di­entes para minar» essa uni­dade. A Con­cer­tação So­cial e o di­vi­si­o­nismo sin­dical são exemplo de «me­ca­nismos con­ce­bidos pelo ca­pital para pro­mover, ava­lizar e sus­tentar a apli­cação de po­lí­ticas de ex­plo­ração».

Há que «não su­bes­timar e en­frentar os pe­rigos, os pro­blemas, os con­di­ci­o­na­mentos e as li­nhas de ataque às ca­rac­te­rís­ticas do mo­vi­mento sin­dical uni­tário, vi­sando a sua des­ca­rac­te­ri­zação e en­fra­que­ci­mento».

No exemplo da área da edu­cação, com­bater o di­vi­si­o­nismo sin­dical sig­ni­fica ter «pro­postas sus­ten­tadas na opi­nião dos pro­fes­sores» e «uma for­tís­sima li­gação às es­colas, com pre­sença cons­tante» e dar com­bate «a essa con­versa que vai apa­re­cendo, no sen­tido de tornar a ac­ti­vi­dade sin­dical como que um mo­vi­mento de ci­da­dãos».

«Ao con­trário do que muitos pro­curam fazer crer, a uni­dade, a luta con­ver­gente, até a luta in­ter­na­ci­onal, não nasce do topo», «mas da acção das bases, em cada país, em cada local de tra­balho, alar­gando um amplo mo­vi­mento rei­vin­di­ca­tivo e de luta, o qual nós, co­mu­nistas, temos a ta­refa his­tó­rica de di­na­mizar, alargar, mo­tivar, es­ti­mular e di­rigir».

«Os que hi­po­cri­ta­mente falam de par­ti­da­ri­zação» querem «des­truir a his­tória e a le­gí­tima in­fluência dos co­mu­nistas no mo­vi­mento sin­dical uni­tário, al­me­jando al­cançar a sub­versão da na­tu­reza de classe e uni­tária da CGTP-IN, a ca­pi­tu­lação e a de­sis­tência da luta trans­for­ma­dora».

«É im­pres­cin­dível que, ao mesmo tempo que cresce esse pres­tígio [do Par­tido junto das massas tra­ba­lha­doras], cresça também a força or­ga­ni­zada do PCP junto do pro­le­ta­riado, a cri­ação da or­ga­ni­zação de base do Par­tido em cada em­presa, a cé­lula de em­presa».

A uni­dade na acção «exige diá­logo e dis­cussão co­lec­tiva, para o apu­ra­mento dos pro­blemas e rei­vin­di­ca­ções, das pro­postas co­muns», e «para es­co­lher as formas de acção e de luta mais apro­pri­adas».

Com traços dis­tintos, «as co­mis­sões de tra­ba­lha­dores e os sin­di­catos uni­tá­rios podem e devem pro­curar cons­truir a uni­dade em torno das prin­ci­pais rei­vin­di­ca­ções dos tra­ba­lha­dores, con­ver­gindo na tác­tica e es­tra­tégia».