PCP redobra esforço de sempre para unidade e luta dos trabalhadores

CENTENÁRIO Desde a sua fun­dação, o PCP «afirmou-se e con­firmou-se na prá­tica como o Par­tido que de­fende, como ne­nhum outro, os in­te­resses dos tra­ba­lha­dores», re­alçou Je­ró­nimo de Sousa no dia 6.

O cen­te­nário é um mo­mento para apro­fundar as raízes do PCP

O Se­cre­tário-geral do Par­tido in­ter­veio no en­cer­ra­mento do en­contro «Os co­mu­nistas e o mo­vi­mento sin­dical – uma in­ter­venção de­ci­siva para a or­ga­ni­zação, uni­dade e luta dos tra­ba­lha­dores», que se re­a­lizou du­rante a manhã e a tarde do pas­sado sá­bado, no salão da Voz do Ope­rário, em Lisboa, reu­nindo qua­dros da es­tru­tura cen­tral do Par­tido, da JCP e da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Lisboa. Nas de­mais re­giões de­cor­reram ses­sões a partir da trans­missão di­recta na In­ternet.
Ao as­si­nalar «100 anos de in­ter­venção e luta do PCP ao ser­viço dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País, a re­a­li­zação de ini­ci­a­tivas te­má­ticas cen­tradas na or­ga­ni­zação e na luta dos tra­ba­lha­dores dá ex­pressão à na­tu­reza de classe do Par­tido, como par­tido da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores, e ao seu com­pro­misso de sempre, em de­fesa dos in­te­resses e di­reitos dos tra­ba­lha­dores, pela su­pe­ração re­vo­lu­ci­o­nária do ca­pi­ta­lismo, pela edi­fi­cação de uma so­ci­e­dade sem ex­plo­ra­dores nem ex­plo­rados, a so­ci­e­dade so­ci­a­lista», disse Mar­ga­rida Bo­telho, na aber­tura dos tra­ba­lhos.
Membro do Se­cre­ta­riado do Co­mité Cen­tral, Mar­ga­rida Bo­telho mo­derou a pri­meira sessão do en­contro, in­te­grando uma Mesa com Inês Branco (do Se­cre­ta­riado da In­ter­jovem, do Con­selho Na­ci­onal da CGTP-IN e da Di­recção Na­ci­onal da JCP), Isabel Ca­ma­rinha (Se­cre­tária-geral da CGTP-IN), Fer­nanda Ma­teus (da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral do PCP, que di­rigiu a sessão da tarde), Fran­cisco Lopes (da Co­missão Po­lí­tica e do Se­cre­ta­riado do CC do PCP) e Je­ró­nimo de Sousa.

Sempre no centro

«Não há pe­ríodo da vida deste nosso cen­te­nário Par­tido em que a questão que a este en­contro nos trouxe e que põe em evi­dência a va­liosa e in­dis­pen­sável in­ter­venção dos co­mu­nistas no mo­vi­mento sin­dical e o seu de­ci­sivo con­tri­buto para a or­ga­ni­zação, uni­dade e luta dos tra­ba­lha­dores, não es­ti­vesse sempre no centro da sua atenção, pre­o­cu­pação e tra­balho», co­meçou por sa­li­entar o Se­cre­tário-geral.
Je­ró­nimo de Sousa frisou que «o PCP afirmou-se e con­firmou-se na prá­tica como o Par­tido que de­fende, como ne­nhum outro, os in­te­resses dos tra­ba­lha­dores», o que «está hoje bem pre­sente no tra­balho, nas ins­ti­tui­ções, na acção dos co­mu­nistas no mo­vi­mento sin­dical e em ou­tras or­ga­ni­za­ções dos tra­ba­lha­dores, na sua in­ter­venção geral».
Este é «um Par­tido que age con­ti­nu­a­mente para apro­fundar as suas raízes, com acção, or­ga­ni­zação e es­tudo atento e ri­go­roso das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo», «que está de­ter­mi­nado a dar ex­pressão aos seus pro­blemas e as­pi­ra­ções, à sua luta e à luta das suas or­ga­ni­za­ções».
Para tal, exige-se «o em­pe­nha­mento de todos nós, dos co­mu­nistas de hoje, no re­forço da or­ga­ni­zação do Par­tido», su­bli­nhou o Se­cre­tário-geral, ape­lando à con­cre­ti­zação da de­cisão de cri­ação de 100 novas cé­lulas de em­presa e local de tra­balho e de res­pon­sa­bi­li­zação de 100 novos ca­ma­radas pela ta­refa de acom­pa­nha­mento de cé­lulas.
O apro­fun­da­mento das raízes de classe do Par­tido é «uma de­ter­mi­nação que agora se re­força, re­do­brando es­forços no de­sen­vol­vi­mento de uma vasta frente de luta so­cial, en­vol­vendo as di­versas classes e ca­madas an­ti­mo­no­po­listas», disse Je­ró­nimo de Sousa.
Fran­cisco Lopes, na in­ter­venção de aber­tura, as­si­nalou que «co­nhe­cemos os pe­rigos e os planos do grande ca­pital e seus re­pre­sen­tantes po­lí­ticos», «sen­timos a ex­plo­ração, as di­fi­cul­dades da vida dos tra­ba­lha­dores», mas «co­nhe­cemos também a força da or­ga­ni­zação, da uni­dade e da luta».
A «na­tu­reza de classe, de onde emanam os prin­cí­pios fun­da­men­tais: uma cen­tral sin­dical uni­tária, de­mo­crá­tica, in­de­pen­dente, so­li­dária e de massas», «molda a forma de or­ga­ni­zação da CGTP-IN, a força e in­fluência as­sentes na pro­funda li­gação aos tra­ba­lha­dores e aos lo­cais de tra­balho», afirmou Isabel Ca­ma­rinha, que in­ter­veio na sessão da manhã.

 

Força ímpar nas lutas de hoje

A CGTP-IN mantém-se «como uma força ímpar, com uma vida e uma in­ter­venção ini­gua­lável na luta e de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, em todas as fases da vida na­ci­onal», e per­ma­nece «na van­guarda das lutas que hoje se travam», pelo au­mento geral dos sa­lá­rios, contra a des­re­gu­lação dos ho­rá­rios de tra­balho e pela sua re­dução, contra a pre­ca­ri­e­dade, pela ga­rantia de me­lhores con­di­ções de tra­balho e de pro­tecção sa­ni­tária, pela re­vo­gação das normas gra­vosas da le­gis­lação la­boral, pela de­fesa e re­forço dos ser­viços pú­blicos, com des­taque para o Ser­viço Na­ci­onal de Saúde.
Je­ró­nimo de Sousa des­tacou que estas são «lutas que daqui sau­damos, no­me­a­da­mente o dia de luta na­ci­onal des­cen­tra­li­zada, con­vo­cada pela CGTP – In­ter­sin­dical Na­ci­onal para 25 de Fe­ve­reiro, bem como as muitas ou­tras já anun­ci­adas, em torno do 8 de Março, como a se­mana da igual­dade e as ac­ções pro­mo­vidas pelo MDM, a luta da ju­ven­tude tra­ba­lha­dora a 25 de Março, o 25 de Abril e a jor­nada de luta do 1.º de Maio».

 

So­lu­ções ina­diá­veis

Os pro­blemas que emergem da epi­demia e dos apro­vei­ta­mentos que o grande ca­pital dela faz, para in­ten­si­ficar a ex­plo­ração, de­ter­minam «uma re­a­li­dade que as­sume uma di­mensão in­qui­e­tante, a so­li­citar ina­diá­veis so­lu­ções».
No en­contro, Je­ró­nimo de Sousa su­bli­nhou «a ur­gência de me­didas que passam pelo rá­pido re­forço da es­tru­tura de saúde pú­blica; por ga­rantir a pro­tecção sa­ni­tária nos lo­cais de tra­balho e trans­portes de todos aqueles que todos os dias têm de sair de casa para ga­ran­tirem ser­viços es­sen­ciais e man­terem a ac­ti­vi­dade eco­nó­mica; pela pe­da­gogia da pro­tecção em torno das normas de­fi­nidas pela Au­to­ri­dade Na­ci­onal de Saúde e pelo re­forço do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde em pro­fis­si­o­nais e meios téc­nicos, que per­mita dar res­posta ao au­mento sig­ni­fi­ca­tivo do nú­mero de in­ter­nados com COVID-19 e a todos os ou­tros do­entes com ou­tras pa­to­lo­gias».
«As­sumir a ne­ces­si­dade de avançar o mais ra­pi­da­mente pos­sível com o pro­cesso de va­ci­nação» exige «que o País as­suma a opção so­be­rana de di­ver­si­ficar a compra de va­cinas au­to­ri­zadas pela OMS a ou­tras far­ma­cêu­ticas, bem como a pos­si­bi­li­dade de acordos que passem pela pro­dução na­ci­onal dessas va­cinas», as quais «de­viam ser con­si­de­radas um bem pú­blico mun­dial e aces­sível a todos».
No úl­timo ano, em pan­demia, «a vida con­tinua a correr muito bem aos mais ricos, aos se­nhores do di­nheiro e da es­pe­cu­lação bol­sista, ao grande ca­pital», en­quanto «muitos mi­lhares de tra­ba­lha­dores, mas também ou­tras ca­madas po­pu­lares, como os micro e pe­quenos em­pre­sá­rios, estão con­fron­tados com uma si­tu­ação di­fícil nas suas vidas e com um fu­turo de in­cer­teza e grande in­qui­e­tação».
O Se­cre­tário-geral do Par­tido re­a­firmou que «acudir a esta si­tu­ação de emer­gência so­cial», «não dei­xando nin­guém sem pro­tecção e meios de vida», «só é pos­sível com me­didas con­cretas, como as que o PCP tem apre­sen­tado», no­me­a­da­mente na dis­cussão do Or­ça­mento do Es­tado.

 



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