Semana da Igualdade, mobilização para uma luta de todos os dias

COM­BATE Na se­mana que co­meçou no Dia In­ter­na­ci­onal da Mu­lher, a CGTP-IN levou a cabo um vasto con­junto de ac­ções em em­presas e lo­cais de tra­balho, em que foram ex­postas si­tu­a­ções de dis­cri­mi­nação que exigem o re­forço da or­ga­ni­zação e luta para lhe dar com­bate.

De­fender a saúde De­fender o tra­balho Avançar na igual­dade

A an­te­cipar esta série de ini­ci­a­tivas, a Co­missão da CGTP-IN para a Igual­dade entre Mu­lheres e Ho­mens (CIMH) di­vulgou sete es­tudos, sobre: na­ta­li­dade e fe­cun­di­dade; pro­blemas de saúde re­la­ci­o­nados com o tra­balho: o di­reito à ha­bi­tação e os seus custos; sa­lá­rios e dis­cri­mi­na­ções sa­la­riais das mu­lheres; as im­pli­ca­ções do te­le­tra­balho na vida das mu­lheres e das fa­mí­lias; em­prego, pre­ca­ri­e­dade, de­sem­prego e po­breza das mu­lheres; ho­rá­rios de tra­balho e con­ci­li­ação com a vida fa­mi­liar e pes­soal.

Os pro­blemas das tra­ba­lha­doras, apro­fun­dados pelas de­si­gual­dades que per­sistem, foram agra­vados com a pan­demia de COVID-19 e o apro­vei­ta­mento que muitas em­presas dela fi­zeram.

«A igual­dade entre mu­lheres e ho­mens é uma luta que vamos con­ti­nuar a travar para ga­nhar», as­se­gurou a CGTP-IN, no ma­ni­festo que foi di­vul­gado pela CIMH e apro­vado em al­gumas ac­ções. A con­fe­de­ração sa­li­entou que esta é «uma luta de mu­lheres e de ho­mens» e sin­te­tizou os seus ob­jec­tivos:

• Pelo em­prego es­tável e com di­reitos, contra a pre­ca­ri­e­dade e o de­sem­prego;
• Pelo au­mento geral dos sa­lá­rios, contra a dis­cri­mi­nação e a po­breza;
• Pelas 35 horas se­ma­nais e a con­ci­li­ação do tra­balho com a vida pes­soal, contra a des­re­gu­la­men­tação dos ho­rá­rios;
• Pela saúde no tra­balho e a pro­tecção dos tra­ba­lha­dores face à COVID-19, contra os ele­vados ritmos de tra­balho e as do­enças pro­fis­si­o­nais;
• Pela dig­ni­dade, pela li­ber­dade sin­dical e pela efec­ti­vação de di­reitos nos lo­cais de tra­balho, contra a vi­o­lência e o as­sédio.

Os traços prin­ci­pais da ca­rac­te­ri­zação da si­tu­ação, evi­den­ci­ados neste do­cu­mento e nos es­tudos di­vul­gados nas úl­timas se­manas, foram com­pro­vados por mi­lhares de tes­te­mu­nhos em ini­ci­a­tivas com ex­pressão pú­blica, como a ma­ni­fes­tação em Se­túbal, dia 10; as tri­bunas na Co­vilhã, em Leiria, em Beja, em Re­guengos de Mon­saraz, na Hut­chinson de Por­ta­legre; as ac­ções junto da Se­cre­taria da In­clusão, frente ao hi­per­mer­cado Pingo Doce e perto do centro co­mer­cial Lavi, no Fun­chal; uma con­cen­tração frente ao Hos­pital de Santa Maria (ho­me­na­ge­ando as tra­ba­lha­doras da «linha da frente» do com­bate à COVID-19, pre­te­ridas nos di­reitos e es­que­cidas nos sa­lá­rios), em Lisboa.

Das con­cen­tra­ções no ex­te­rior de em­presas e ser­viços, a CGTP-IN des­tacou a Dats­chaub (Gaia), a Spit­fire (lim­peza, Ae­ro­porto de Lisboa), a AIS (Mon­temor-o-Novo), a Ve­ne­rável Ordem Ter­ceira de São Fran­cisco (Vila do Conde), o Centro de Apoio a Idosos de Fer­ra­gudo (Lagoa, Al­garve), o CRIT (Torres Novas).

Ocor­reram ainda inú­meras ini­ci­a­tivas de dis­tri­buição de in­for­mação sin­dical (fo­lhetos, pos­tais) e também de flores, por vezes ins­ta­lando bancas, pos­si­bi­li­tando con­tactos e con­versas com mi­lhares de tra­ba­lha­doras, nos vá­rios dis­tritos e nas re­giões au­tó­nomas, abar­cando pra­ti­ca­mente todos os ramos de ac­ti­vi­dade, no sector pri­vado e na Ad­mi­nis­tração Pú­blica (no­me­a­da­mente em es­colas, hos­pi­tais e au­tar­quias lo­cais).

Em de­cla­ra­ções à agência Lusa, no dia 12, a co­or­de­na­dora da CIMH disse que «esta Se­mana da Igual­dade ex­cedeu os nossos ob­jec­tivos». Fá­tima Mes­sias, que in­tegra a Co­missão Exe­cu­tiva da CGTP-IN, adi­antou que nestes dias houve um au­mento do nú­mero de sin­di­ca­li­za­ções.

Isabel Ca­ma­rinha, Se­cre­tária-geral da CGTP-IN, na aber­tura da Se­mana da Igual­dade re­feriu os pro­blemas das mu­lheres tra­ba­lha­doras e a ne­ces­si­dade de lhes dar com­bate.



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