Mil lutas para travar pelos direitos da juventude

Je­ró­nimo de Sousa marcou pre­sença no do­mingo, 28, na acção da JCP evo­ca­tiva do Dia Na­ci­onal da Ju­ven­tude, onde se re­alçou al­gumas das «mil lutas no ca­minho de Abril» em que estão en­vol­vidos os jo­vens co­mu­nistas.

A ge­ração «mais bem pre­pa­rada de sempre» sofre o agra­va­mento da ex­plo­ração

O poema de Ber­tolt Brecht Elogio da Di­a­lé­tica marcou o ar­ranque da ini­ci­a­tiva de do­mingo, evo­ca­tiva do Dia Na­ci­onal da Ju­ven­tude. A sua men­sagem prin­cipal – as coisas não con­ti­nu­arão a ser o que são – ade­quava-se ple­na­mente ao es­pí­rito da­quela acção, onde vá­rios jo­vens, car­re­gando mo­chilas se­me­lhantes às dos en­tre­ga­dores das pla­ta­formas di­gi­tais Uber Eats e Glovo, lem­bravam al­gumas dessas mil lutas em que estão en­vol­vidos: contra a pre­ca­ri­e­dade e pelo au­mento dos sa­lá­rios; contra os exames na­ci­onal e a pro­pina; pela edu­cação se­xual e contra a vi­o­lência no na­moro; contra o ra­cismo e a ho­mo­fobia, pela igual­dade entre ho­mens e mu­lheres; pela de­fesa do am­bi­ente, a paz e a co­o­pe­ração.

José Sa­ra­mago não foi es­que­cido na acção re­a­li­zada em frente ao edi­fício que al­berga a fun­dação bap­ti­zada com o nome do es­critor co­mu­nista ga­lar­doado em 1998 com o Prémio Nobel da Li­te­ra­tura. A jovem Joana Costa leu, a dada al­tura, o texto in­cluído num dos Ca­dernos de Lan­za­rote, sobre as pri­va­ti­za­ções – do mar, do céu, do ar, da jus­tiça e da lei, do sonho, dos Es­tados…

As can­ções de Sofia Lisboa e Va­nessa Borges, re­cri­ando temas cé­le­bres, aju­daram a cons­truir pontes entre a luta dos jo­vens de hoje e aquelas que, na se­gunda me­tade dos anos 40 do sé­culo XX, es­ti­veram na origem do Dia Na­ci­onal da Ju­ven­tude. Ao mesmo tempo que re­al­çaram o valor ímpar da Cul­tura, que para os co­mu­nistas é uma das ver­tentes da de­mo­cracia.

Viver com ale­gria!

Numa das duas in­ter­ven­ções da tarde (a outra foi de Je­ró­nimo de Sousa) Fi­lipa Brás, do Se­cre­ta­riado da Di­recção Na­ci­onal da JCP, re­alçou que a ju­ven­tude «é pro­gresso, é energia, é vida e ale­gria! Somos o fu­turo, somos força no de­sen­vol­vi­mento do nosso País e da so­ci­e­dade. A força de trans­for­mação do que nos ro­deia».

Con­tra­pondo, em se­guida, com a dura re­a­li­dade: «os jo­vens são uma das ca­madas mais afec­tadas pela de­gra­dação da si­tu­ação po­lí­tica e eco­nó­mica, num mo­mento mar­cado pelos im­pactos da pan­demia, que veio tornar ainda mais vi­sí­veis os pro­blemas sis­té­micos e as in­su­fi­ci­ên­cias já exis­tentes na suas vidas».

No en­tanto, va­lo­rizou Fi­lipa Brás, «a ju­ven­tude não vira a cara a estes pro­blemas», antes se or­ga­niza e luta «para trans­formar». Em todas essas lutas, tem ao seu lado a JCP, ga­rantiu.

Sobre o 12.º Con­gresso, mar­cado para Maio em Vila Franca de Xira, a jovem di­ri­gente co­mu­nista afirma que ele dará ex­pressão à «luta da ju­ven­tude na con­ver­gência das muitas lutas tra­vadas e por travar no ca­minho da con­cre­ti­zação do que Abril nos deu». Quanto ao ca­minho em si, «sa­bemos qual é», con­firmou Fi­lipa Brás: «hoje e todos os dias, re­sis­timos ao de­sâ­nimo, ao medo, aos que nos fazem crer que não me­re­cemos viver com ale­gria.»

Ce­le­brar é pre­ciso!

«Ce­le­bramos o Dia Na­ci­onal da Ju­ven­tude em cir­cuns­tân­cias es­pe­ciais. Mas ce­le­bramos. Porque é pre­ciso. Exac­ta­mente porque é ne­ces­sário res­ponder aos múl­ti­plos pro­blemas que vocês já hoje aqui si­na­li­zaram, dos quais, jus­ta­mente, que­reis li­vrar-vos, as­se­gu­rando o di­reito de cada um a ser feliz.» Foi desta forma que o Se­cre­tário-geral do PCP re­sumiu a im­por­tância da­quela ini­ci­a­tiva, evo­ca­tiva de um dia que, sendo his­tó­rico, marca uma luta que con­tinua.

Como notou Je­ró­nimo de Sousa, há uma con­tra­dição entre aquela que é a ge­ração mais ins­truída e bem pre­pa­rada de sempre e a per­sis­tência (e, em muitos as­pectos, a in­ten­si­fi­cação) de graves pro­blemas que afectam a sua vida e con­di­ci­onam o seu fu­turo: dos baixos sa­lá­rios e da pre­ca­ri­e­dade aos en­traves no acesso à edu­cação, das di­fi­cul­dades para usu­fruir da cul­tura e do des­porto às ab­jectas dis­cri­mi­na­ções que per­sistem, «pelo país de origem, pela cor da pele, pela ori­en­tação se­xual, pela afir­mação da iden­ti­dade de cada um».

Se, como se viu du­rante a tarde, os jo­vens «iden­ti­ficam bem as in­jus­tiças com que são di­a­ri­a­mente con­fron­tados», não se ficam apenas pela cons­ta­tação, va­lo­rizou o Se­cre­tário-geral do Par­tido, re­al­çando que «in­tervêm e agem para trans­formar essa re­a­li­dade».

Em todos esses com­bates, ga­rantiu, con­ti­nu­arão a contar com o apoio e a so­li­da­ri­e­dade do PCP, este Par­tido que, «em todos os mo­mentos da sua cen­te­nária his­tória, as­sumiu essa pro­funda li­gação com os in­te­resses e as­pi­ra­ções da ju­ven­tude. É por isso, com ver­dade, também o Par­tido da Ju­ven­tude».




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