NATO prepara cimeira da guerra

A cimeira que a NATO realiza no próximo dia 14, em Bruxelas, tem na agenda temas como a revisão do conceito estratégico, o que designa de ameaças chinesa e russa, e o aumento das despesas militares e o incremento de novos armamentos.

Mais militarismo, mais ingerência, mais agressão

A reunião dos ministros dos negócios estrangeiros da NATO, realizada no passado dia 1, levantou um pouco o véu acerca do que estará em discussão na cimeira de Bruxelas. Como sempre sucede, as belas palavras e pias intenções escondem a crueza dos propósitos. Desta vez, são a necessidade de adaptação aos novos tempos e a resposta aos desafios a enquadrar a reafirmação da Rússia e da China como adversários estratégicos (ou será melhor dizer alvos?), o recrudescimento da ingerência na Bielorrússia, o reforço das despesas militares e o incremento de novos armamentos por parte dos Estados-membros e a adaptação do conceito estratégico da NATO.

Relativamente a esta última questão, o Secretário-geral Jens Stoltenberg referiu-se às profundas alterações estratégicas verificadas desde 2010 e a necessidade de adaptação da NATO, procurando desta forma justificar a insistência na continuada doutrina militarista e agressiva da NATOe no reforço da unidade entre os seus membros, fazendo, também aqui, coro com a nova administração norte-americana.

Em discussão na reunião de dia 1, com previsíveis desenvolvimentos na cimeira, estiveram também matérias relacionadas com a salvaguarda da «vantagem tecnológica» da NATO ao nível militar – ou, por outras palavras, a intensificação da corrida a armamentos cada vez mais sofisticados. Em consideração, informou, está o estabelecimento de um «centro» para promover o desenvolvimento tecnológico, que será sustentado por financiamento extraordinário dos Estados que decidam participar.

Outro dos objectivos anunciados para a cimeira é o reforço das «parcerias» existentes e o estabelecimento de novas, nas regiões da Ásia-Pacífico, África e América Latina: em preparação está, portanto, outro salto de escala na transformação plena da NATO numa organização militar de âmbito planetário.

Ao saudar as novas sanções impostas à Bielorrússia por países membros da NATO e da União Europeia, Stoltenberg aponta assim o caminho da provocação, da confrontação e da ingerência contra aquele que continua a ser, no Leste da Europa, o principal obstáculo às pretensões agressivas da NATO junto às fronteiras da Rússia.

 

«Sim à Paz! Não à NATO!»

Para o mesmo dia em que a NATO realiza a sua cimeira, o CPPC e outras organizações promovem duas acções de rua, em Lisboa e no Porto, pela paz e a dissolução da NATO, aliás prevista na Constituição da República Portuguesa, que pugna pela dissolução dos blocos político-militares.

Em Lisboa, a concentração está marcada para as 18h00 no Largo do Chiado, com desfile até ao início da Rua 1.º de Dezembro, junto ao Rossio.

No Porto, à mesma hora, realiza-se uma concentração na Rua de Santa Catarina, junto ao cruzamento com a Rua Fernandes Tomás.




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