Resposta pronta na Uniself defendeu 200% nos feriados

Esta «vi­tória es­tron­dosa dos tra­ba­lha­dores» deveu-se à sua fir­meza e de­ter­mi­nação, ao apoio ime­diato dos seus sin­di­catos de classe e à vi­gência de pré-avisos de greve, sa­li­entou a Fe­saht/​CGTP-IN.

Com uni­dade, or­ga­ni­zação e luta é pos­sível obter re­sul­tados

No dia 1 de Junho, os tra­ba­lha­dores ve­ri­fi­caram nos re­cibos do ven­ci­mento que a Uni­self tinha con­cre­ti­zado a in­tenção de re­duzir a me­tade o acrés­cimo pelo tra­balho pres­tado em dias fe­ri­ados. Em vez de mais 200 por cento, como es­ti­pula o con­trato co­lec­tivo de tra­balho, que a em­presa sempre res­peitou (mesmo em 2015, quando pra­ti­ca­mente todas as em­presas do sector usaram a pos­si­bi­li­dade dada pelas me­didas do «pacto de agressão»), a Uni­self pagou apenas um acrés­cimo de 100 por cento.

O Sin­di­cato da Ho­te­laria do Norte (re­gião onde se situa a maior parte das can­tinas de hos­pi­tais con­ces­si­o­nadas à Uni­self, que também ex­plora can­tinas em pri­sões e ou­tros ser­viços que fun­ci­onam nos dias fe­ri­ados) e a Fe­de­ração dos Sin­di­catos de Agri­cul­tura, Ali­men­tação, Be­bidas, Ho­te­laria e Tu­rismo de Por­tugal de­nun­ci­aram pron­ta­mente esta «ideia pe­re­grina e ilegal».

«O sin­di­cato já re­clamou, mas a pri­meira re­acção da em­presa é de que es­teve a pagar a mais este tempo todo», re­feria-se num co­mu­ni­cado de dia 2, onde se adi­an­tava que «os tra­ba­lha­dores estão a re­agir ener­gi­ca­mente, sentem-se rou­bados em mais de 60 euros e pro­metem lutar já no fe­riado de amanhã, não com­pa­re­cendo ao ser­viço».

Esta pos­si­bi­li­dade es­tava le­gal­mente co­berta porque estão em vigor pré-avisos de greve ao tra­balho su­ple­mentar e em dia fe­riado, pelo cum­pri­mento in­te­gral da con­tra­tação co­lec­tiva, em par­ti­cular quanto ao acrés­cimo sa­la­rial nestas con­di­ções.

Ainda no dia 2, a ad­mi­nis­tração da Uni­self re­cuou e com­pro­meteu-se, por es­crito, a re­gu­la­rizar a si­tu­ação, in­cluindo re­la­ti­va­mente aos meses de Março e Abril (como consta na in­for­mação re­la­tiva ao Hos­pital Padre Amé­rico, em Pe­na­fiel, re­pro­du­zida pelo sin­di­cato).

Ao longo de quatro anos, desde 2015, os tra­ba­lha­dores das em­presas que dei­xaram de pagar de­vi­da­mente o tra­balho pres­tado em dia fe­riado re­a­li­zaram vá­rias lutas, in­cluindo greves nos dias fe­ri­ados, com ele­vada adesão. A Fe­saht lem­brou ainda que a luta foi le­vada até ao Tri­bunal do Tra­balho, che­gando ao Su­premo Tri­bunal de Jus­tiça, que de­cidiu que os fe­ri­ados nas can­tinas ti­nham de ser pagos com 200 por cento de acrés­cimo. Todas as em­presas têm cum­prido, desde então, o pa­ga­mento do tra­balho pres­tado em dia fe­riado com este valor.

Com este recuo da Uni­self, «foi re­posto, numa das mai­ores em­presas do sector das can­tinas, este di­reito im­por­tante que os pa­trões querem re­tirar há dé­cadas», sa­li­en­taram a fe­de­ração e o sin­di­cato, numa nota de dia 3.

 

Inatel em greve dia 11

A an­te­ceder a greve na­ci­onal na Fun­dação Inatel, mar­cada para a pró­xima sexta-feira, dia 11, os tra­ba­lha­dores e os sin­di­catos da Fe­saht têm pro­mo­vido ac­ções de pro­testo (afi­xação de faixas, con­cen­tra­ções, dis­tri­buição de fo­lhetos a as­so­ci­ados e cli­entes) junto de uni­dades ho­te­leiras, es­ta­be­le­ci­mentos ter­mais, par­ques de cam­pismo, frente ao Es­tádio 1.º de Maio (Lisboa), na sede e em agên­cias.

Nos úl­timos 12 anos, como re­alçou a fe­de­ração, no co­mu­ni­cado a mo­bi­lizar para a luta, os tra­ba­lha­dores só ti­veram um au­mento sa­la­rial de dois por cento, em 2018. A ad­mi­nis­tração não cum­priu o acordo que as­sinou nesse ano, para au­mentar sa­lá­rios também em 2019. Du­rante o ano de 2020 não res­peitou o com­pro­misso de ne­go­ciar au­mentos sa­la­riais.

Em 2021, de­pois de duas reu­niões em fase de con­ci­li­ação, no Mi­nis­tério do Tra­balho (DGERT), ad­mi­nis­tração e sin­di­catos acei­taram re­tomar ne­go­ci­a­ções di­rectas, mas a parte pa­tronal tem ale­gado não haver con­di­ções para au­mentar sa­lá­rios. «Mas gasta ao des­ba­rato verbas para ou­tras ac­ti­vi­dades», pro­testou a Fe­saht, exi­gindo da Fun­dação Inatel res­peito por quem tra­balha e va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores.

 

Ple­nário hoje no Golfe Santo An­tónio

Os tra­ba­lha­dores do Golfe Santo An­tónio, ins­ta­lado no em­pre­en­di­mento Parque da Flo­resta, em Bu­dens (Vila do Bispo), vão hoje, dia 9, reunir-se em ple­nário, para ana­li­sarem a si­tu­ação e novos passos a dar, de­pois da greve de dias 2, 3 e 4, que teve muito ele­vados ín­dices de adesão, in­formou o Sin­di­cato da Ho­te­laria do Al­garve.

Como pro­blemas cuja re­so­lução ur­gente é exi­gida pelos tra­ba­lha­dores, o sin­di­cato re­feriu: a si­tu­ação de in­sol­vência, que se ar­rasta há mais de 10 anos e que mantém a in­cer­teza quanto ao fu­turo; os atrasos e as in­cer­tezas quanto ao pa­ga­mento dos sa­lá­rios; a não ac­tu­a­li­zação dos sa­lá­rios desde o início do pro­cesso de in­sol­vência; a falta de ma­nu­tenção, re­pa­ração ou subs­ti­tuição de infra-es­tru­turas, equi­pa­mentos, má­quinas, fer­ra­mentas e uten­sí­lios, que está a de­gradar a qua­li­dade do ser­viço e das con­di­ções de tra­balho; a não re­po­sição de stocks de pro­dutos para venda.

Du­rante os três dias de greve, os tra­ba­lha­dores con­cen­traram-se junto à re­cepção. Aqui, re­latou o sin­di­cato, foram sau­dados, ao se­gundo dia, por al­guns pro­pri­e­tá­rios de casas e mo­ra­dias no Parque da Flo­resta, que le­varam aos tra­ba­lha­dores be­bidas frescas e car­tazes com men­sa­gens di­ri­gidas à ad­mi­nis­tração do em­pre­en­di­mento.

 



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