Em Beja, o projecto da CDU é património e caminho de futuro

No sá­bado, 11, Je­ró­nimo de Sousa andou pelo Baixo Alen­tejo, onde é forte a marca da gestão au­tár­quica da CDU. Em Serpa e na Vi­di­gueira aponta-se ao re­forço das po­si­ções, en­quanto em Beja se aponta à re­cu­pe­ração da mai­oria, para re­tirar o con­celho do «ma­rasmo» para onde o PS o con­duziu.

O Baixo Alen­tejo co­nhece bem a CDU e o seu pro­jecto

O dia ter­minou em Beja, numa sessão pú­blica que en­cheu por com­pleto a Praça da Re­pú­blica, na qual se falou muito de «es­tag­nação», de «ma­rasmo» e de «sub­ser­vi­ência» para ca­rac­te­rizar os úl­timos quatro anos de gestão PS. Esta, não só não ini­ciou ou con­cluiu ne­nhum pro­jecto re­le­vante como ab­dicou de rei­vin­dicar do Go­verno qual­quer dos vá­rios in­ves­ti­mentos es­tru­tu­rantes para o con­celho e a re­gião.

O can­di­dato da CDU a pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal, Vítor Pi­cado, e o man­da­tário João Dias, deram vá­rios exem­plos desta re­a­li­dade: o «ca­minho de ca­bras» em que está trans­for­mado o IP8, o aban­dono do ae­ro­porto e as de­cla­ra­ções fa­vo­rá­veis à cons­trução de um hos­pital pri­vado, ao invés de se rei­vin­dicar a aposta no hos­pital pú­blico, são al­guns dos mais re­le­vantes. E mesmo em ma­té­rias de res­pon­sa­bi­li­dade mu­ni­cipal, Beja marcou passo, desde logo re­cu­ando na lim­peza ur­bana, que no tempo da gestão CDU me­receu um re­co­nhe­ci­mento ofi­cial.

Je­ró­nimo de Sousa cen­trou a ava­li­ação do ac­tual man­dato na ten­ta­tiva de pri­va­ti­zação da em­presa mu­ni­cipal de água, que só não se con­cre­tizou «pela firme opo­sição dos tra­ba­lha­dores, das po­pu­la­ções e da CDU». Para as forças que in­te­gram a co­li­gação, «um bem tão es­sen­cial à vida, como é a água, não pode estar su­jeito à ló­gica cega do lucro».

De­pois de Vítor Pi­cado e João Dias terem su­bli­nhado as­pectos cen­trais do com­pro­misso elei­toral da CDU para o con­celho, o Se­cre­tário-geral do Par­tido in­te­grou-os no pro­jecto mais geral da co­li­gação que une co­mu­nistas, eco­lo­gistas e de­mo­cratas sem fi­li­ação par­ti­dária: «a CDU quer ga­nhar a Câ­mara Mu­ni­cipal de Beja, quer re­forçar os seus re­sul­tados com mais votos, mais man­datos e mais mai­o­rias, não para mos­trar e trazer ao peito, mas para, a partir dessas po­si­ções, con­tri­buir para re­solver pro­blemas can­dentes dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções.»

Este pro­jecto, acres­centou, va­lo­riza a par­ti­ci­pação po­pular e os di­reitos dos tra­ba­lha­dores das au­tar­quias e mantém um «con­tacto pró­ximo com as po­pu­la­ções, as co­lec­ti­vi­dades e todas as ex­pres­sões do mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo».

Res­posta à al­tura

Antes, na Vi­di­gueira, o Se­cre­tário-geral do Par­tido des­tacou uma re­a­li­dade muito pre­sente na­quele mu­ni­cípio alen­te­jano: a res­posta que a mai­oria CDU deu a «com­pe­tên­cias e fun­ções es­sen­ciais que a vida do con­celho não podia pres­cindir», em si­mul­tâneo com as exi­gên­cias de pro­tecção da saúde pú­blica. Ali, va­lo­rizou, não se deixou «con­finar a vida».

Mas não foi apenas a epi­demia a con­ferir ao pre­sente man­dato par­ti­cu­lares exi­gên­cias, como re­al­çaram Rui Ra­poso e João Góis, res­pec­ti­va­mente can­di­datos à pre­si­dência da Câ­mara e da As­sem­bleia mu­ni­ci­pais: du­rante quatro anos, o PS e os eleitos pela lista «in­de­pen­dente» pro­cu­raram travar a acção mu­ni­cipal para daí pro­cu­rarem re­tirar di­vi­dendos po­lí­ticos. Rui Ra­poso e João Góis fa­laram mesmo de «sa­bo­tagem» e Je­ró­nimo de Sousa acusou o PS de co­locar in­te­resses par­ti­cu­lares e de grupo à frente dos in­te­resses das po­pu­la­ções do con­celho.

O PS e ou­tros «do clube do “bota abaixo” ti­veram res­posta à al­tura» pela acção de­ci­dida dos eleitos da CDU, re­alçou o Se­cre­tário-geral do Par­tido, para quem é ne­ces­sário levar mais longe essa res­posta através do re­forço da CDU a 26 de Se­tembro. O ac­tual pre­si­dente e can­di­dato, Rui Ra­poso, es­ta­be­leceu os ob­jec­tivos: re­con­quistar e re­forçar as mai­o­rias nos ór­gãos mu­ni­ci­pais e em todas as fre­gue­sias.

Para Rui Ra­poso, a pos­tura dos eleitos e can­di­datos da CDU – de tra­balho, ho­nes­ti­dade e com­pe­tência –, é re­co­nhe­cida pelos mu­ní­cipes, cons­ti­tuindo um «trunfo elei­toral» adi­ci­onal.


Marcas e con­trastes

A jor­nada co­meçou em Serpa, junto ao re­no­vado Mer­cado Mu­ni­cipal, uma das muitas obras re­a­li­zadas neste man­dato pela mai­oria CDU. Como afirmou na sessão o pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal, Tomé Pires (que agora as­sume a can­di­da­tura à pre­si­dência da As­sem­bleia Mu­ni­cipal), em mais de 45 anos de poder local de­mo­crá­tico foram cons­truídos muitos equi­pa­mentos e infra-es­tru­turas, que ne­ces­sitam agora de mo­der­ni­zação. O au­tarca re­feriu-se também aos novos pro­jectos, como o Museu do Cante.

Da marca da CDU no con­celho fa­laram também João Efi­génio Palma, can­di­dato à pre­si­dência da Câ­mara Mu­ni­cipal, e o man­da­tário João Rocha, que du­rante anos as­sumiu essas mesmas fun­ções. Ambos re­fe­riram-se ao cres­ci­mento sus­ten­tado das vá­rias lo­ca­li­dades; à de­fesa da iden­ti­dade local; ao de­sen­vol­vi­mento cul­tural e des­por­tivo; ao apoio às as­so­ci­a­ções; à pro­moção do en­ve­lhe­ci­mento sau­dável e ac­tivo; à rei­vin­di­cação ao poder cen­tral dos ne­ces­sá­rios in­ves­ti­mentos.

As­pecto cen­tral fo­cado pelos di­versos ora­dores foi a de­fesa in­tran­si­gente dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores mu­ni­ci­pais, com Je­ró­nimo de Sousa a re­alçar ser essa uma das di­fe­renças fun­da­men­tais entre a CDU e de­mais forças po­lí­ticas: «Bem se pode afirmar que os tra­ba­lha­dores desta au­tar­quia co­nhecem bem a di­fe­rença entre a CDU e as ou­tras forças po­lí­ticas. Na atenção dada às suas con­di­ções tra­balho, ins­ta­la­ções e equi­pa­mentos. No apoio e so­li­da­ri­e­dade ac­tiva com todas as suas lutas por me­lhores sa­lá­rios e va­lo­ri­zação das car­reiras e pro­fis­sões. Na in­tran­si­gente de­fesa das 35 horas de tra­balho se­ma­nais quando a troika e o go­verno PSD/​CDS qui­seram impor as 40 horas.»

A apli­cação do su­ple­mento de pe­no­si­dade e in­sa­lu­bri­dade, con­quis­tado pela luta e pela pro­posta do PCP, é outro exemplo, «que co­nhece aqui, e nas au­tar­quias da CDU no País, uma apli­cação con­tras­tante com o que se passa nas au­tar­quias de ou­tras forças po­lí­ticas».


Terra, pro­dução e po­pu­lação

Em Serpa, Je­ró­nimo de Sousa re­feriu-se àquela que é uma questão cen­tral – e muito an­tiga – para o de­sen­vol­vi­mento da re­gião (e do País): o uso e a posse da terra.

Evo­cando lutas an­tigas, que trans­for­maram aquele con­celho, como a con­quista da jor­nada de oito horas em 1962 e, 12 anos de­pois, da re­forma agrária, a mais bela con­quista de Abril, o di­ri­gente co­mu­nista acusou o Go­verno de apoiar e aca­ri­nhar um «mo­delo agrí­cola in­sus­ten­tável»: o ca­pi­ta­lismo agrário, as­sente nas pro­du­ções in­ten­sivas e su­pe­rin­ten­sivas e em mão de obra «de pas­sagem, em re­gime de sobre-ex­plo­ração».

Se o em­pre­en­di­mento de Al­queva, pelo qual muito se lutou, tem «po­ten­ci­a­li­dades imensas para con­tri­buir para a se­gu­rança e a so­be­rania ali­men­tares», ele está hoje trans­for­mado na «ga­linha dos ovos de ouro» de grupos eco­nó­micos desse mesmo ca­pi­ta­lismo agrário, boa parte dos quais mul­ti­na­ci­o­nais que «aqui vêm exercer a sua ac­ti­vi­dade de ga­rimpo com cul­turas su­pe­rin­ten­sivas, seja do olival, seja de amen­doal».

Para além das suas con­sequên­cias so­ciais, este mo­delo agrí­cola é re­co­nhe­ci­da­mente res­pon­sável pela de­gra­dação de solos, a des­truição de pa­tro­mónio e o uso da água ao ser­viço de in­te­resses par­ti­cu­lares.

É, pois, este rumo que im­porta in­verter, para de­sen­volver a re­gião, re­alçou Je­ró­nimo de Sousa, para quem não basta ao Go­verno «vir la­mentar-se com a perda de po­pu­lação» e nada fazer nesse sen­tido, antes pelo con­trário. O PS, ga­rantiu, «teve toda a opor­tu­ni­dade para en­cetar uma po­lí­tica al­ter­na­tiva. Não o fez porque são ou­tros os seus com­pro­missos».

 

 



Mais artigos de: Eleições

Potenciar o Algarve e o interior alentejano

Je­ró­nimo de Sousa vi­ajou, an­te­ontem, pelo in­te­rior do País – Moura, Beja e Castro Verde – e por Faro, onde as­si­nalou as in­su­fi­ci­ên­cias es­tru­tu­rais da re­gião alen­te­jana e a ne­ces­si­dade de di­ver­si­ficar a ac­ti­vi­dade eco­nó­mica no Al­garve, fus­ti­gado pela epi­demia.

Crescer em Sesimbra e reconquistar Alcochete e Montijo

A 18 dias das elei­ções au­tár­quicas, o Se­cre­tário-geral do PCP es­teve nos con­ce­lhos de Al­co­chete e Mon­tijo, que a CDU quer re­con­quistar. Na Quinta do Conde, Se­simbra, par­ti­cipou numa acção «Por mais e me­lhores ser­viços pú­blicos na saúde e na edu­cação».

População de Santarém precisa da voz da CDU

O Se­cre­tário-geral do PCP par­ti­cipou no dia 10 em duas ses­sões pú­blicas nos con­ce­lhos de Co­ruche e San­tarém. Em ambas, mar­cadas por larga par­ti­ci­pação po­pular, fi­caram claras as ra­zões que jus­ti­ficam o voto de con­fi­ança das po­pu­la­ções na CDU.

Recuperar Coruche e prosseguir bom trabalho no Couço

No Couço, primeira etapa da sua deslocação ao distrito de Santarém, faz amanhã oito dias, Jerónimo de Sousa salientou a diferença entre o trabalho da CDU nesta freguesia e a «apatia do PS no concelho de Coruche», mostrando-se convicto de que, apesar de exigentes, há condições para vencer as batalhas pela «mudança em...

Confiança em Aljustrel para grande vitória

Na apre­sen­tação de can­di­datos, ao final da tarde de do­mingo, na Praça da Re­sis­tência, foi pa­tente a con­fi­ança numa grande vi­tória da CDU e do pro­gresso de Al­jus­trel, para «mais e me­lhor con­celho».

Com a vitória da CDU Portel romperá com declínio

A vitória da CDU nas eleições autárquicas em Portel será decisiva para o concelho romper finalmente com o rumo de declínio em que o executivo PS o colocou e será também uma resposta a todas as promessas falhadas pela actual maioria. A ideia perpassou nas intervenções de Lúcia Cardoso,...

CDU é a força capaz de recolocar a Amadora nos caminhos de Abril

«A Ama­dora pre­cisa de uma gestão iden­ti­fi­cada, pró­xima e co­nhe­ce­dora da vi­vência e as­pi­ra­ções das po­pu­la­ções», afirmou Je­ró­nimo de Sousa no co­mício que en­cheu, se­gunda-feira, 13, o salão dos bom­beiros vo­lun­tá­rios ama­do­renses.

Mais e melhores transportes públicos

Em Lisboa e na Área Me­tro­po­li­tana é pre­ciso apro­fundar o avanço al­can­çado nos trans­portes pú­blicos, su­bli­nharam Je­ró­nimo de Sousa e João Fer­reira numa sessão pú­blica no ter­reiro do Paço.


CDU em Lisboa disputa presidência

A CDU «está preparada, oferece garantias, tem condições para, de facto, assumir em Lisboa todas as responsabilidades, e não é um debate na TVI, do qual se quer excluir a CDU, que vai alterar esta realidade», afirmou João Ferreira, na noite de terça-feira, 7 de Setembro. Esse facto está...